Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro II

Capítulo 48

Yohanna

Os dias estão mais calmos. Senhora Clair está bem e o carro que a atingiu era de um assaltante, meu irmão viu pelas câmeras de segurança que ela mentiu um pouco no depoimento, mas o advogado alegou que ela estava nervosa e sobre efeito de remédio, então ela nem foi intimada ou qualquer coisa desse tipo.
Levantei cedo e quando estava terminando de arrumar meu cabelo, Noah abriu os olhos sonolentos e me encarou, franzindo testa.

— Vai aonde? — se sentou na cama, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

— Vou na casa do Andrew, volto antes do almoço — vesti meu sobretudo, porque o inverno chegou e o frio lá fora está bastante.

— Você tem que ir mesmo? — entrou no banheiro.

— Eu quero conversar com ele sobre a briga com a Quel.

— Você já falou com a Raquel, não precisa falar com o Andrew — resmungou, voltando pro quarto.

— Andrew é meu amigo também, e Raquel pediu que eu fosse ver ele — dei um beijo em seus lábios.

— Se ele atender a porta só de cueca, você me fala.

— Agora eu estou entendendo — acabei rindo.

— Não tem graça, Yohanna! — falou com o semblante sério.

— Por que você sente ciúmes do Andrew? Eu já dei algum motivo sem que eu percebesse? — perguntei.

— Você não deu motivo, mas ele ti acha gostosa.

— Ele disse isso?

— Sim, quando a gente se encontrou na balada, ele disse que ia me apresentar a amiga gostosa da vizinha dele, mas nós já nos conhecíamos.

— Isso faz tanto tempo e ele nem estava com a Raquel ainda — pendurei minha bolsa no ombro.

— Ele ainda ti acha gostosa, tenho certeza.

— Tá bom, ciumento! Até mais tarde! — ele me agarrou.

— Dirigi com cuidado! — me entregou a chave do carro e me beijou, o gosto de menta me fez querer mais do seu carinho, mas ele me soltou quando nos afastamos para recuperar o fôlego.

Bati na porta do apartamento do Andrew e ele abriu, vestindo apenas uma cueca preta, passei por baixo do seu braço apoiado no batente e olhei em volta.

— Vai tomar um banho e colocar uma roupa — me sentei no sofá, olhando pra garrafa de bebida vazia na mesinha de centro.

— Estou na minha casa e ainda recebo ordens — revirou os olhos e foi pro corredor.

Me distrai com o celular até ele voltar e se sentar no outro sofá, me virei para olha-lo.

— Quer me contar o motivo da briga de vocês? — perguntei mesmo já sabendo o motivo.

— Raquel é uma das dançarinas da Mansion de Plaisir, aquela casa noturna onde tem mulheres seminuas e dançarinas de pole dance — explicou.

— E qual é o problema?

— Qual o problema, Yohanna? Eu não consigo ficar com uma mulher que dança em um cano de ferro para outros homens — passou a mão pelo rosto e puxou os cabelos com os dedos.

— Raquel não dança para outros homens, ela dança porquê gosta!

— Você já sabia desse trabalho dela, né? — assenti.

— Não vem dizer que eu deveria ter contado a você, porque não é assunto meu — concordou — Você gosta dela? — arquei uma sobrancelha.

— Eu amo a Raquel! — suspirou — Mas só de imaginar ela na Mansion e os olhares dos homens em cima dela, me sobe uma raiva e foi isso que aconteceu ontem, quando gritei com ela dizendo que era pra ir embora e não me procurar mais.