Capítulo 18

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Noah

Doutor Carter me ligou cedo dizendo que a minha filha já podia ser levada pra casa, ela nasceu antes da hora, mas está saudável, e algum tempo depois do seu nascimento meu pai pediu o exame de DNA e ele apenas confirmou o que já imaginávamos, Anne é do meu sangue. Quando eu perguntei da Marjorie ele falou que preferia conversar pessoalmente, fiquei preocupado e fui rápido para o hospital.

— Doutor — o cumprimentei com um aperto de mão — O que aconteceu com a Marjorie? Ela está bem? — questionei.

— Hoje de manhã aconteceu um acidente quando Marjorie saiu da cama, ela acabou caindo e batendo a cabeça na escadinha, houve um sangramento no local e desde então ela não acorda, entrou em coma por conta da batida.

— Meu Deus! Ela vai morrer? — passei a mão no rosto.

— Nós vamos monitorar ela o tempo todo e estamos sentidos com o que aconteceu, nunca tivemos algo assim aqui no hospital.

— Não quero que Marjorie morra, nossa filha precisa dela.

— Em todos os casos de coma que presenciei, as pessoas acordaram em dias ou semanas. Você quer ver sua filha? — assenti.

Eu poderia processar o hospital por esse descuido, mas eu estava no quarto quando a enfermeira disse à Marjorie que ela não poderia sair da cama sozinha, precisava de ajuda. O doutor me levou até o berçário, entreguei a roupinha para a enfermeira e ela avisou que a trocaria e a levaria até o quarto para mim.

— Você vai acordar logo, né? — passei a mão nos cabelos de Marjorie, seu rosto estava sereno, como se estivesse dormindo — Eu vou cuidar da nossa filha, ou tentar, já que eu participei só de uma aula, mas Yohanna vai me ajudar com certeza, ela é maravilhosa. Fica bem! — dei um beijo em sua testa e saí do quarto, vendo a enfermeira vindo com minha filha no colo.

— A pegue como eu ensinei, apoiando a cabecinha no seu braço — me entregou o pacotinho enrolado no cobertorzinho rosa claro.

— Que medo de derruba-la — pendurei a bolsa no ombro.

— É normal sentir, mas você se acostuma, no final do dia já vai estar craque — sorriu e eu me despedi, avisando que mais tarde voltaria para visitar Marjorie.

— Olha, você vai com o papai para o trabalho, mas é só por algumas horas — sussurrei, enquanto prendia os cintos do bebê conforto, seus olhos azuis escuros me encaravam.

Ela era uma graça, as bochechas gordinhas e o nariz pequeno, a boquinha parece um coraçãozinho, acho que já estou virando um pai babão. Assim que saí do elevador não vi Yohanna e nem Andrew estava me esperando, olhei para o relógio da parede, mas faltava uma hora pra reunião, entrei na minha sala e arrumei o bebê conforto fazendo ele virar um carrinho, a pessoa que inventou isso é bem esperto e prático.

— Se você não está chorando, é porque está bem, né? — coloquei a bolsa no sofá e conferi se tinha tudo que eu precisava.

— Com licença — Yohanna entrou na minha sala — O que sua filha está fazendo aqui? — se aproximou.

— Ouve um acidente e Marjorie está em coma, tive que trazer Anne pra cá porquê eu não posso faltar na reunião — expliquei.

— Não acredito! Como isso aconteceu? — contei tudo à ela e percebi que Yohanna estava diferente, seus olhos estavam meio avermelhados e inchados — Você esteve chorando? — segurei seu rosto entre as mãos.

— Claro que não, por que acha isso? — se afastou um pouco.

— Seus olhos estão diferentes, o que está acontecendo? — franzi a testa.

Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora