Capítulo 15

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Cheguei na empresa e Yohanna não estava na mesa que ela deveria estar. Será que aconteceu alguma coisa? Continuei andando até a minha sala, entrei e a vi conversando com Andrew, eles estavam de costas pra mim, ele explicava alguma coisa pra ela.

— Bom dia! — saudei, fazendo os dois se assustarem.

— Bom dia! Faz tempo que está aí? — Andrew perguntou.

— Não, acabei de chegar! Vai dar uma volta que eu preciso conversar com a Yohanna — ele bufou e saiu da sala.

— Desculpa não estar na minha mesa quando chegou, o Andrew estava me explicando algumas siglas que eu não entendi — se explicou.

— Está tudo bem com você? Ontem saiu sem falar comigo! — me aproximei dela, pegando em sua mão.

— Sim, Raquel me ligou desesperada falando que tinha quase sido atropelada e eu precisei ir até ela, para levá-la pra casa.

— Ela está bem?

— Sim, foi um susto! Agora eu preciso ir pra minha mesa! — soltou minha mão.

— Ei, por que tanta pressa?

— Aqui você é o meu chefe, Noah, não podemos ficar de conversa, somente assuntos de trabalho.

— Esse teu jeito certinha é bastante atraente, mas me deixa irritado — beijei sua bochecha.

— Você se irrita muito facilmente! Eu vou estar na minha mesa! — saiu da minha sala e logo Andrew voltou.

— Senhor Vitale mandou esses documentos, precisa da sua assinatura — me entregou três pastas.

— Fiquei sabendo que Raquel quase foi atropelada.

— Sim, ela me ligou a noite contando e parece que foi proposital. Raquel foi atravessar a rua e o carro veio com tudo na direção dela, querendo a atropelar mesmo! — se sentou.

— Que estranho! Talvez foi coincidência, aí deu a entender que pode ter sido de propósito.

— Pode ser — falou, mas parecia ainda desconfiado.

Eu até estava pensando na possibilidade de ganhar uns carinhos de Yohanna durante o expediente, mas pelo jeito só vou conseguir um bom dia ou um sorriso se ela estiver de bom humor. Olhei para o relógio e era hora do almoço, me levantei e deixei meu paletó pendurado na cadeira, o dia estava quente hoje.

— Não vai almoçar? — perguntei ao Andrew.

— Sim, mas daqui a pouco, eu tenho que tirar umas cópias de documentos que o Lorenzo pediu pra mim verificar para ele.

— Qualquer coisa a gente se encontra no mesmo restaurante — assentiu e eu saí vendo Yohanna, ela estava concentrada em anotar algumas coisas na agenda.

Me aproximei devagar, dando volta em sua cadeira, aproximei meus lábios do seu pescoço deixando um beijo na sua pele macia e cheirosa, ela suspirou se virando pra mim.

— O que eu já falei pra você? — franziu a testa, ela ficava tão linda brava.

— Quer almoçar comigo? — coloquei as mãos no bolso, deixando meu corpo reto.

— Já? — olhou para o relógio no pulso.

— Primeiro dia e já está perdida assim? — zombei.

— Me distraí anotando os seus compromissos.

— Já anotou que sábado vamos jantar juntos? — perguntei.

— Quem disse? — cruzou os braços.

— Eu estou lhe convidando agora.

— Sinto muito, mas eu tenho compromisso — se virou na cadeira, fechando a agenda.

— Você tem compromissos sempre que eu ti convido pra alguma coisa — aleguei.

— Não é bem assim, eu tenho compromisso no segundo e último sábado do mês, nos outros eu estou disponível, mas não garanto que vou aceitar sair com você.

— Você é tão chata, que eu nem sei porquê tento ter algo contigo — virei seu cadeira pra mim novamente.

— Quer ter algo comigo, senhor Lamartine? — sorriu, provocando, ela me chamando pelo sobrenome era algo novo e muito sexy.

— Se você continuar me provocando, eu vou precisar começar o meu horário de almoço pela sobremesa — seus olhos ganharam um brilho diferente, eu sabia muito bem o que ela estava sentindo, suas pernas cruzadas se apertaram.

— Vai almoçar e me deixa aqui, Noah! Por favor! — sua voz saiu em um suspiro.

— Vem comigo, eu prometo que vou tentar me comportar.

— Cadê o Andrew?

— Ele não vai agora — ouvi algumas vozes se aproximando e eu voltei pra frente da mesa.

— Pensei que vocês já tinham ido almoçar — Lorenzo olhou pra Yohanna e depois pra mim.

— Estou tentando convencer Yohanna.

— Vamos almoçar, Yohanna, o restaurante que vamos é maravilhoso e é aqui perto — Alícia tentou a convencer.

— Pare de graça, vamos logo — Rebecca puxou ela pra se levantar da cadeira.

— Tudo bem — pegou a bolsa, a pendurando no ombro.

— Andrew está fazendo o que eu pedi? — assenti, quando Lorenzo perguntou — Esperem um pouco! — foi até a minha sala e logo ele saiu com Andrew.

— Você e a Yohanna estão tendo alguma coisa? — Pierre olhou pra mim.

— Não, por quê?

— Sei lá, desde que saímos da empresa você está matando o Andrew com os olhos e eles parecem estar se dando bem.

— Eu ainda não sei porque eu perco o meu tempo perguntando do que você está falando, Yohanna é livre para conversar com ela quiser.

— Ele nunca vai admitir que está com ciúmes, mano — Lorenzo entrou na conversa.

— Por que vocês não vão atormentar suas mulheres e me deixam em paz? — entramos no restaurante.

Me sentei ao lado de Yohanna e fizemos os pedidos quando o garçom veio até nossa mesa. Meu celular apitou e era uma mensagem da Marjorie perguntando se eu ia acompanhá-la na consulta de hoje a tarde, respondi que sim e guardei o aparelho de volta. Posso dizer que estou ansioso para o nascimento do meu filho ou filha e com muito medo do pior acontecer, cuidar de um bebê não estava em meus planos, mas eu tenho que enfrentar essa minha nova vida de papai.

✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴✴

Quando o expediente acabou, fui direto pra garagem da empresa, avistei Yohanna com Andrew. Será que ele ia dar carona pra ela? Não mesmo!

— Eu levo a Yohanna, Andrew! — avisei.

— Tudo bem — ele acenou e foi pro seu carro.

— O Andrew é o meu vizinho, ele se ofereceu para me dar carona.

— Eu só preciso ficar mais um pouco contigo, a gente mal se falou hoje — passei os dedos em seu rosto colocando o cabelo atrás da orelha.

— Você está se apegando demais, Noah! Passamos a noite juntos, foi bom? Sim, ótimo, mas não quero que fique confundindo as coisas.

— Eu não estou confundido nada, mas é que mesmo a gente se conhecendo a pouco tempo me sinto tão bem ao seu lado.

— Eu também me sinto bem quando estou com você, mas vamos com calma, ok? — balancei a cabeça, concordando.

— Agora eu vou ti levar pra casa — a levei até o meu carro.

Me apaixonar por uma mulher está fora dos meus planos para o momento, mas eu quero me envolver com Yohanna, só que sem pensar se vamos ou não ter um relacionamento sério.

Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora