Capítulo 26

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– Tem razão. Eu sou muito bonzinho – ele disse terminando de arrumar a mesa, enquanto eu enxaguava os últimos pratos. – Eu te ajudo, depois descubro que você estava mentindo para mim. E o que eu faço depois? Te ajudo outra vez. Eu deveria me importar menos com os outros. Ou ao menos me importar menos com você! – Finalizou desligando a panela de pressão.

Um pequeno sorriso se formou em meu rosto quando me dei conta do que ele havia dito. René se importava comigo. Não importa o quão zangado ele ainda estivesse por causa de toda aquela mentira, ele se importava comigo. Isso aqueceu meu peito de um jeito que cheguei a estranhar. Felizmente René estava de costas e não viu esse meu pequeno momento de fraqueza. Contive o sorriso.

– Eu nunca te pedi nada pra começo de história. Não preciso da sua ajuda – falei um pouco fria demais.

– Mas você pediu, não lembra?

É claro que eu lembrava, só não queria admitir. Lavei o último prato e enxuguei minhas mãos. Talvez eu não devesse ser assim tão fria com ele.

– É verdade, eu pedi sim. – Pendurei o pano e me virei para olhar para René, que estava sentado do outro lado da mesa, olhando de volta para mim. – Eu também não sei por que você é tão bonzinho comigo. Mas obrigada.

Na mesma hora em que agradeci, vi seus ombros relaxaram. Bastava uma palavra de agradecimento ou sinceridade para fazê-lo derreter. Onde estava o orgulho dele? Onde estava a vaidade, a soberba, o esnobismo? Não havia nenhum senso de vingança, nem para dizer "eu estava certo" ou "eu te disse" ou apenas um sorrisinho convencido que fosse. Ele sequer inflava o peito ao me ouvir admitir derrota! Perdoava com facilidade demais.

– Do que você está rindo? – ele perguntou.

Só então notei que estava olhando para ele e rindo como uma boba. Não conseguia evitar de achá-lo muito fofo para este mundo.

– Sua esposa foi uma mulher de sorte, apesar de ter falecido jovem.

– Por que você diz isso?

– Aposto que você fazia todas as vontades dela.

– Fazia sim. Mas quem tinha sorte era eu. Ela fantástica! Não tinha medo de nada. Se tinha algo que queria fazer, ia lá e fazia, sem esperar por ninguém. Era gentil e boa ouvinte. Sempre pronta para ajudar quem estivesse precisando, sem pedir nada em troca. – Seu sorriso era nostálgico, dava até uma dorzinha no coração ouvi-lo falar assim.

– Uau. Ela parece uma ótima pessoa. – Claro, do jeito que ele a pintava não tinha nem como pensar diferente. – Quanto tempo vocês passaram juntos?

Perguntei mesmo para saber se ele falava aquilo só porque estavam ainda na fase de lua de mel da relação, ou se realmente haviam tido tempo para se conhecerem.

– Passamos... – Ele olhou para cima, fazendo os cálculos. – Quatorze anos juntos.

– Quatorze?! Quantos anos você tem? Cinquenta?! – falei surpresa, fazendo-o rir alto.

– Tenho trinta e um. Nós começamos a namorar aos quinze. Os últimos dois anos... Foram bem difíceis sem ela.

Fiquei olhando para ele boquiaberta, processando toda aquela informação. Ele casou com a namoradinha de ensino médio dele. Quem faz isso?!

– Mas vocês ficaram juntos esse tempo todo? Não experimentaram outras pessoas?

– Experimentar? Gente não é comida, Lia. Nós nos dávamos bem, não tínhamos interesse em outras pessoas. Pra que ficar "experimentando". – Havia um certo desdém na maneira que falava, parecia que eu o havia ofendido dessa vez.

– Espera um segundo. – Desencostei da pia e sentei à mesa de frente para ele. – Então esse tempo todo você só fazia sexo com ela?

– Sim, é claro – respondeu sem hesitar, nenhum pingo de vergonha em sua face.

– Mas faz dois anos que você é viúvo. Já ficou com outra mulher desde então?

René limpou a garganta e desviou o olhar. Eu não podia acreditar. Mas era isso mesmo.

– Acho que suas roupas já estão secas. Já pode se vestir e ir pra casa. – Levantou da cadeira antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Se ele acha que depois do que ouvi eu vou simplesmente deixá-lo em paz, está muito enganado. Levantei-me também, fui para a frente dele e estendi os braços para interromper sua passagem pelo portal da cozinha. Com os braços aberto e um pouco levantados, a camisa fez o favor de subir alguns centímetros e revelar um pouco mais de pele.

– Ou eu posso ficar aqui mais um pouquinho e, se quiser, pode até pegar sua camisa de volta – sugeri com a discrição de um elefante em uma loja de cristais.

– Por mais que eu quisesse – René deu uma passo para trás, cruzando os braços –, e eu não quero, devo lembrá-la de que ainda sou seu professor. E isso seria indecoroso.

Indecoroso? Quem usava essa palavra? Achei que ele havia dito que tinha trinta e um anos, não setenta e um.

– Claro, claro. – Dei um passo à frente, peguei suas mãos e levei-as para a meu quadril. – Mas ninguém precisa ficar sabendo. Vamos, você sabe que quer.

Encostei meu corpo no dele. Dei um leve beijo no seu rosto, próximo à boca. Senti as mãos de René me apertando levemente, muito levemente. Ele podia dizer o que quisesse, mas ele queria.

– Achei que você ia me fazer implorar. Eu ainda não estou implorando – ele retira as mãos de mim, dando um pequeno passo para trás, só para estabelecer uma distância. Mas sua voz meio trêmula não enganou ninguém.

René me olhava fixamente nos olhos, como uma presa que teme o ataque do predador. Depois de ontem, acho que hoje era dia do caçador. Dei um passo à frente e o abracei, impedindo-o que se distanciasse de novo. Cheirei seu pescoço e dei uma mordida de leve. Fui deslizando minha mão até sua virilha, massageando de leve a região. Sobre a calça de moletom, ficava muito claro o que ele estava realmente sentido.

– Parece que seu amiguinho está implorando – falei no ouvido dele, dando uma lambidinha no lóbulo de sua orelha.

Sem que eu esperasse, ele me pressionou contra o portal da cozinha e beijou minha boca com gosto. Uma mão em minha nuca impondo seu desejo ao guiar um beijo cheio de sede. Sua outra mão apertava minhas coxa, subindo devagar para apalpar minha bunda nua. Eu me segurava nele, aproveitando para puxá-lo mais para perto. Se sua sede fosse metade da minha, só isso não seria o suficiente, ele iria querer mais. Porém deixei que ele demonstrasse o que sentia, ou melhor, o que queria naquele momento.

René separou nosso beijo para retirar sua camisa. Vi de perto o resultado de sua nova vida saudável. Seu corpo era lindo, musculoso, com alguns fios de cabelo despontando em seu peitoral masculino. Passei minhas mão por ali, sentindo cada fio e cada movimento do músculo, e dei uma mordida no seu ombro forte. 

René também não se controlava. Passava as mãos pelo meu corpo, apertando-o, apalpando-o em lugares que sentiam falta de uma mão firme e forte. Seus toques eram praticamente um pedido para que eu tirasse a camisa também. 

Eu já não estava aguentando mais. Depois de tanto tempo, depois da noite frustrada de ontem, eu precisava dele agora. Tirei a camisa, ficando completamente nua. Seu olhos escuros percorreram meu corpo cheios de vontade. Eu teria me assustado com um olhar tão intenso se o meu não estivesse exatamente igual.

Ele me pegou no colo usando a parede como apoio. Eu entrelacei minhas pernas em sua cintura, o que me permitiu sentir muito bem o seu volume. Eu já estava tão molhada! René chupava meu pescoço e apertava meu seio de um jeito que me fazia gemer. Acreditava que poderia gozar só com aquilo e esta seria a primeira vez que eu gozaria sem um estímulo direto à minha vulva. Eu estava quase lá, quando telefone tocou.

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Falei que ia ser quente, não falei que ia ser +18. Sorry hehehe

Talvez eu devesse ter avisado mais cedo, mas essa história ainda não chegou na metade. Então, sim, ainda está muito cedo... Mas prometo que de agora em diante teremos mais cenas de pegação... Eu acho... Não lembro... Tenho quase certeza de que tem. ♥️

Meu Bom ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora