Capítulo 33

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– Por quê? – Beatriz perguntou inconveniente.

– Eu preciso falar com o professor. Não sei sobre o que vou escrever ainda – expliquei.

– Eu espero. – Ela sorriu gentilmente.

Por que ela tinha que ser tão boazinha? Ela não podia simplesmente ir embora quando eu mandava?!

– Eu não sei quanto tempo vai demorar.

– Nós temos bastante tempo.

– Beatriz, apenas vá! Eu preciso passar nessa cadeira e não quero você me atrapalhando! – explodi.

Ela olhou para mim um pouco espantada, mas não muito. Acho que minha desculpa foi boa o suficiente.

– Nossa, calma! Já vou indo então. Eu lhe desejaria boa sorte, mas não. – Deu um beijo na minha bochecha e foi embora finalmente.

Andei apressadamente de volta para a área de restauração na esperança de que René ainda estivesse por lá. Felizmente, estava. Ele conversava com Ingrid. Não notei da primeira vez, mas agora percebi que eles tinham bastante intimidade. Eles falavam muito perto um do outro. Eles riam juntos. René se inclinava mais para perto. Ele era muito sorridente, deveria ser um pouco mais sério! Ela colocou a mão no peito dele. Sinto um queimor me corroer por dentro.

O que era isso? Essa urgência que eu estava sentindo?

– Professor! – chamei antes que a conversa deles se prolongasse demais.

Eles olham para mim. Olham um para o outro novamente. Se despendem com dois beijinhos na bochecha. Ingrid volta para sua sala. René vem até mim, ainda sorrindo. Eu não consigo manter uma expressão gentil. Meu maxilar estava tenso, meus punhos fechados, nervosos. Respirei fundo, precisava me acalmar.

– Tudo bem, Lia? – ele perguntou, estranhando minha reação.

– Vocês parecem próximos? – falei de uma vez.

Ele inclinou a cabeça de lado, um meio sorriso nos lábios.

– Está com ciúmes? – perguntou.

– O quê?! Claro que não! – Ri forçadamente. – Eu não sinto esse tipo de coisa.

Ele riu também, claramente percebendo meu constrangimento.

– Nós fizemos faculdade juntos e trabalhamos juntos por um tempo aqui, até eu virar professor – ele disse, mas isso só serviu para aumentar minhas suspeitas. Ele mexe no meu cabelo de forma delicada. – Não precisa ficar com ciúmes, somos só amigos.

– Já disse que não sinto ciúmes! – bati na mão dele de forma nem um pouco delicada.

– Se você diz... – ele deu de ombros, pondo as mãos no bolso.

– Digo mesmo. De qualquer forma, eu não vim aqui para isso.

– E por que veio?

Olhei para ele de relance. Isso tudo me pareceu muito estúpido naquele instante. Eu havia dito que não ia atrás dele, não foi? O que porra eu estava fazendo ali?! E ainda por cima sendo falsamente acusada de ser ciumenta! Ridículo! Era melhor desistir enquanto ainda estava por cima.

– Pra nada. Deixa pra lá.

Virei-me para ir embora. Ele pegou na minha mão impedindo que eu fosse. Eu paro imediatamente ao sentir o contato dele. Ele não segurava com força, eu poderia correr e ele não me seguraria. No entanto, o que me prendia ali não era sua mão.

– O que você quer falar comigo? – perguntou novamente.

– Eu vim porque achei que você tinha algo para me ensinar, mas acho que não.

Mais um vez ele me puxou. E dessa vez não parou no meio do caminho. Ele me pegou firme e me beijou no meio do museu.

Isso, sem sombra de dúvidas, era um "tudo bem, vou deixar acontecer".

Seu braço dava a volta por minha cintura, sua mão embaraçava-se entre meus cabelos, puxando-os levemente. O simples arrepio que eu sentia havia se transformado em um calor intenso com o simples entrelaço da nossas línguas. Eu segurava a camisa social dele com vigor por medo dele mudar de ideia mais uma vez.

Separamos o beijo, mas nossos lábios ainda se tocavam levemente. Estávamos ofegantes. Meus dedos doíam de tanto que puxei sua camisa. Creio que se ele não estivesse me segurando eu cairia de joelhos no chão, pois não tinha mais forças nas pernas.

– Se você disser que só quer ser meu amigo mais uma vez, eu juro que corto seu pescoço – ameacei, apesar de mal conseguir ficar em pé sozinha.

– Quer vir para minha casa agora?

– Agora?! – perguntei surpresa.

– Eu sei que você tem aula, se quiser posso deixar você na faculdade também...

– Não! Agora está ótimo.

Senti seus lábio puxarem em uma sorriso. Ele me deu um beijo rápido e puxou-me pela mão. Andávamos apressados em direção à saída. Meu coração batia disparado. Não podia acreditar que isso estava finalmente acontecendo! Entramos no carro dele. Ele foi ligando o carro e eu fui passando a mão na coxa dele.

– Cinto, por favor – ele pediu.

– Você consegue ser muito anti-climático às vezes! – falei revirando os olhos. e puxando o cinto de segurança.

– Segurança em primei...

– Tá, tá! Já coloquei – cruzei os braços e olhei para frente. – Isso quer dizer que eu não posso te fazer um boquete enquanto você dirige?

Ele gemeu só com a ideia.

– Eu... Talvez se... Err...

– Ok, já entendi. Vou esperar pra chegar na sua casa – falei me divertindo com seu dilema. Ainda assim, coloquei a mão em sua coxa e me inclinei para dar dar um beijo em sua bochecha. – Por favor, chegue logo – falei baixinho, dando uma mordidinha na orelha dele.

Ele acelerou um pouco mais e logo chegamos a já conhecida casa de René. Assumi que seus filhos estavam na pré-escola ou creche ou sei lá o que, já que ainda era manhã. Então tínhamos o canto todo para nós por algum tempo.

Assim que entramos na casa, eu fui logo tirando minha blusa e sutiã, jogando-os de lado. René também tirou logo sua camisa. Eu o puxei para mim pelo cós da calça, mas não o beijei de imediato. Olhei nos olhos dele para ver seu desejo. Pra quê se segurar por tanto tempo, meu bem? Isso poderia ter acontecido muito mais cedo. Ele avançou e tomou minha boca na sua, impaciente. Por outro lado, a espera podia fazer tudo ficar mais gostoso.

Nos beijamos de forma quase desesperada e desengonçada. Fomos andando até o quarto dele, ao mesmo tempo que retiramos nossos caçados como podíamos sem nos separar. Entramos no quarto, nem nos demos ao trabalho de fechar a porta. eu já fui desabotoando sua calça e pondo minha mão lá dentro para massagear sem pênis já duro. Ele gemeu baixinho, jogando a cabeça para trás. Aproveito para chupar seu pescoço com volúpia. Queria deixar minha marca bem visível.

Sinto a cama logo atrás de mim. Eu retiro minha mão e sento na cama. René vem por cima. A sensação de sua mão um pouco áspera deslizando na minha barriga enquanto sua língua, tão úmida, brincava com meu mamilo fazia meu corpo se contrair de prazer.

Minha respiração estava intensa. Ambos ainda usávamos calça. Eu queria me livrar de uma vez das nossas roupas. Precisava sentir o corpo dele contra o meu. Mas não ainda. René beijou meu colo, meu pescoço, porém eu coloquei a mão em sua boca para impedir que beijasse minha boca novamente. Ele olhou para mim confuso, acho até que vi o medo de que eu desistisse disso tudo agora.

– Implore – exigi. 

Meu Bom ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora