Capítulo 59

55 4 2
                                    

Pedimos uma dose de tequila para levantar os ânimos. Beatriz não bebia, mas resolveu beber hoje. Por mais que ela estivesse com um bico enorme, senti que estava nos usando como desculpa para se soltar um pouco. Até porque prometemos que não seria tirada nenhuma foto dela e o que aconteceria na balada jamais poderia sair daqui.

Aproveitei seu espírito aventureiro escondido e convenci Beatriz a tomar um energético com vodka também. Isso sim a deixou bastante animada. Não discutimos sobre a aposta assim que chegamos. Resolvi deixá-la se divertir um pouco. Com sorte, ela mesma encontraria alguém na pista e me pouparia o trabalho.

Carol correu junto com Beatriz para a pista. Débora ficou do meu lado, pertinho do bar. Ela já havia virado outra tequila e atacava uma cerveja enquanto eu enrolava com um mojito fraco demais.

– Já escolheu? – Débora me perguntou, falando bastante alto por causa da música ensurdecedora do local.

– Ainda não – respondi. – Qualquer um serve, ela não vai terminar com Tadeu mesmo.

– Posso sugerir alguém? – Assenti, feliz por ela estar disposta em me ajudar. – Que acha daquela menina?

Olhei para onde ela estava apontando. Uma menina de longos cabelos loiros e um sorriso quase cartunesco de tão largo dançava despreocupadamente em seus shorts curtos e camisa de mangas compridas. Ela me era bastante familiar.

– Eu conheço ela? – perguntei.

– Sim, você já se esbarram no nosso apartamento.

– Ah, é verdade! Lembrei agora – falei. – Ela não me parece gay

– O nome dela é Beatriz também. Ana Beatriz. Ela perdeu uma aposta para mim.

– O que vocês apostaram?

– Apostei que você ia ganhar sua aposta. Se Beatriz perdesse, Ana teria que ficar com ela.

– Como você faz um acordo desses sem me consultar?!

– Estou te consultando agora, não estou? Além disse, você é muito boazinha para Beatriz. Ia acabar deixando para lá.

– É claro que eu não ia deixar pra lá! Se Beatriz só tivesse perdido a aposta, talvez eu deixasse, mas ela é a causa da maior dor de cabeça da minha vida!

– Que jeito melhor de se vingar do que obrigando a moça cristã a ficar com uma menina?

– Essa Ana não se importa de ficar com outra menina?

– Te garanto que não.

– Ok. Pode falar com ela. Eu vou chamar Beatriz. Vou adorar ver isso.

Peguei meu drink e fui caçar Beatriz no meio da bagunça. Ela estava se divertindo tanto... Quase me fazia esquecer que ela não valia um tostão.

– Achei a pessoa perfeita pra você! – Cheguei ameaçando, digo, informando.

– Mas já?! – O sorriso no seu rosto se tornou uma expressão de pavor.

– Claro, vamos!

Ela veio comigo sem oferecer muita resistência. Estava até pulando no ritmo da música. Acho que já estava um pouco bêbada. Perguntei-me se estaria bêbada o suficiente. Ana estava contente, rindo junto a Débora. Ela não parecia se importar de estar pagando essa aposta. Será que estava passando por uma fase de experimentação? Ela realmente não me parecia lésbica.

– Beatriz, conheça Ana Beatriz – falei, entregando a mão dela a Ana.

– Já pode beijar a noiva! – Débora disse brincando.

Meu Bom ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora