- Tudo bem? - ele perguntou assim que entrei no carro, e eu assenti calma.
Quando entrei não o beijei, nem nada. Mas posso sentir que ele queria que eu fizesse isso.
- Aonde vamos almoçar? - perguntei colocando o cinto.
- Lá em casa, tudo bem? - perguntou.
- Se você ainda for almoçar não vai dar tempo..- falei olhando as horas no meu relógio de pulso.
- Eu sei. Por isso comprei comida. E pela hora, eles já entregaram na portaria..- falou - Vai dar tempo - assegurou.
O caminho foi feito em silêncio, apenas com a música que tocava na rádio.
- Vou pegar o almoço..- ele disse saindo do carro após o estacionar - Pode ir subindo..- ele me estendeu a chave.
Assenti e saí do carro com a chave na mão.
Assim que adentro seu apartamento, vejo a mesa já posta. Com uma toalha de mesa branca, e os pratos pretos que compramos para o apartamento dele no ano passado, já que seu sobrinho quebrou três pratos em um só dia.
Deixo minha bolsa em uma das cadeiras e os espero sentada no sofá assistindo um canal qualquer.
- Vamos almoçar? - perguntou alto atrás de mim. Até me assustei um pouco - Foi mal, não queria te assustar.
Dei os ombros e me levantei.
- Relaxa, você não sabe que eu me assusto com qualquer coisa? - sentei na cadeira.
Ele comprou bife ao molho madeira, arroz branco, batata frita e uma salada de repolho com maionese.
Huum, que delícia!
- Deixei a sobremesa na geladeira, caso eu me esqueça, me lembre, por favor..- ele pediu se sentando na minha frente.
- Impossível você esquecer, você ama doce..- retruquei servindo meu prato.
- Mas minha mente está bem cheia..- ele disse me olhando quando passei a embalagem de isopor para ele - Sonhei c-com essa nossa conversa de hoje.
- Está nervoso? - perguntei sem conseguir segurar um riso.
- Você sabe como são nossas discussões..- bufou - Você tem argumento pra tudo e eu me enrolo todo com os meus que estão na minha cabeça - gesticulou.
Soltei uma risada meio alta e o ouvi rir comigo.
- Nem vem se fazer de vítima..- neguei com o meu dedo indicador no alto - Você também entra na briga, bonitão. E outra, não tem porque isso ser uma discussão. Podemos apenas conversa e falar tudo que estamos sentindo.
Dei os ombros, e ele assentiu.
Cortei um pedaço do bife e o levando até a minha boca. Tão bom!
Ele me olhava com um leve sorriso na canto da boca.
- O quê foi? - perguntei com a mão na frente da minha boca cheia.
- Você não muda..- riu - Ainda não aprendeu a comer. Sua boca está toda suja..- negou rindo.
- Qual é graça de comer e não se sujar? - perguntei sorrindo e limpando minha boca com o guardanapo que ele me estendeu.
Almoçamos em silêncio, mas um silêncio bom. Confortável. Tirei os pratos e os levei até a pia, enquanto ele foi até a geladeira e pegou o pavê de chocolate branco e preto.
- Eu estava no mercado na quinta de tarde..- iniciei e ele pareceu não saber do que eu estava falando - Lá em casa acabou o pão e o queijo. Me ofereci para ir e fui.
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Everything we shouldn't do is better II
RomanceLivro dois de "Everything we shouldn't do is better" Não comece esse se ainda não leu o primeiro.