Dois meses depois..
Mariana P.O.V
Piso no hospital às 8h da manhã, vou até a sala dos médicos para deixar a minha bolsa no armário e tomar uma xícara de café. Abro a porta e me deparo com a Jane e a Dany dando gargalhadas de algo no celular.
- Bom dia, meninas..- falei, e elas acenaram com um sorriso.
Deixo minhas coisas no meu armário, e tranco com a minha senha.
- O que há aí de tão engraçado? - me aproximo do sofá aonde elas estão.
- Eu criei uma conta nesse tal de tik tok só pra ver como era, e me deparei com esses vídeos dos caras achando que ficam gostosos fazendo essas danças..- Jane falou - Olha, vem assistir esse..- esticou o celular, mas nesse mesmo momento nos chamaram por mensagem avisando que três ambulâncias estavam vindo de um acidente de carro.
Corremos para o térreo para receber os feridos. Uma mulher que estava inconsciente e que tinha um problema cardíaco, foi direto para a Dany. Na segunda ambulância veio uma criança com os cortes nas pernas e nos braços, Jane e o pediatra foram atender.
- Mariana, a terceira vítima que veio na última ambulância está no leito quatro..- a chefe da emergência me informou - Foi a menos ferida.
Assenti e fui até o leito que ela me informou.
- Bom dia, senhor...- abro a cortina e o meu coração para.
Não acredito que meu ex está aqui.
- Mariana, como é bom te ver..- ele sorriu largo, mas logo gemeu de dor.
Fecho a cortina atrás de mim, e o avalio.
Um corte profundo no braço, outro no queixo. Observo que sua camisa está rasgada e manchada de sangue.
- Irei começar por essa da barriga, tudo bem? - perguntei sem olhar para ele, puxo o banquinho, deixando próximo dele. Coloco as luvas, máscara e pego a linha que já havia sido preparada.
- Não vai falar comigo? - sua voz soou calma.
- Dei bom dia quando cheguei, não ouviu? - rasguei um pouco mais da sua camisa, me dando acesso total ao corte.
- Não vai olhar para mim? - sua voz rouca soa de novo.
- Como quer que eu costure seus ferimentos se eu estiver olhando pra você? - olhei para ele, e uma tonelada de lembranças vieram pra cima de mim - Já te deram morfina, sim? - desviei meus olhos dos seus.
- Sim..- começo a fazer a sutura do primeiro corte - Bom ver que você realizou seu sonho de se tornar médica, sempre torci por você, Mari.
- É doutora Mariana, por favor. E não venha com essa conversa de que torceu por mim, tá bom? - o olhei deitado na cama - Suas ações dizem o oposto.
- Eu te falei que tive que fazer o que fiz, acredite em mim..- falou e gemeu de dor.
- Preciso que o senhor fique deitado, e quieto, por favor..- voltei a costurar.
- Soube que sua tia se casou com o Edu..- ele falou de novo - Eles formam um lindo casal, assim como a gente.
Meu sangue ferveu! Quis dizer tudo que está entalado, mas revirei fundo.
Me concentro em fazer a sutura direito. Quando termino o corte da barriga, e vou para o corte do queixo.
- Preciso que fique com a cabeça parada, e que não fale nada, senhor..- digo olhando o corte de perto.
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Everything we shouldn't do is better II
RomanceLivro dois de "Everything we shouldn't do is better" Não comece esse se ainda não leu o primeiro.