Mariana P.O.V
Me troco assim que chego no hospital, passo nos quartos de alguns dos meus pacientes para ver se estão, e se estão precisando de alguma coisa. Trouxe alguns livros de casa para estudar um pouco, caso tiver um tempo, mas assim que me sento para fazer isso, sou chamada para atender um trauma.
- O que aconteceu? - perguntou vestindo o avental e seguindo médico que está de plantão na ambulância.
- Mulher, 30 anos, sinais vitais instáveis, com três costelas quebradas, bacia fora do lugar e com o tornozelo quebrado, está desmaiando a quase cada quatro minutos..- me informou.
- Trauma cinco! - aponto - Família?
- A irmã está à caminho - ele falou e seguiu para a saída, depois de deixa-la no leito que pedi.
Concordo com a cabeça, e agradeço. Corro para o trauma cinco e para atender a paciente.
- Doutora, ela acabou de desmaiar..- a enfermeira me informa - E já injetamos a morfina, ela estava reclamando de muita dor..- concordo, e me aproximo.
- Vamos aproveitar e colocar o quadril dela no lugar, já que ela está desmaiada não vai sentir a dor, vamos! -
Nos posicionamos, e com um pouco mais de força, conseguimos colocar de volta no lugar.
- Vamos levá-la para a sala de cirurgia, rápido! - saímos as pressas, mas uma enfermeira me para.
- A família da paciente está aqui..- me diz, e aponto para uma mulher de costas que olha para todos os lados - É a irmã, se chama Gabriela.
A mulher se vira e eu a reconheço.
- Certo, muito abrigada, Joana..- sorrio e ela se afasta.
Caminho até ela, e ela se vira para mim e arregala os olhos.
- Minha irmã, cadê? Cadê ela? - perguntou e franziu a testa.
- Gabriela, se acalma, sua irmã está sendo levada para a sala de cirurgia..- digo e ela arregala os olhos - Preciso que você me diga o que aconteceu.
- Não sei, eu não sei, caramba..- passou a mão pelo rosto - Eu almocei com o Rafael, ele me deixou no shopping às 16h, e eu só voltei para casa quase agora e a encontrei caída perto da piscina.
Eles almoçaram juntos? E ele só voltou de lá às quatro da tarde? Uau, isso só fica melhor!
- Gabriela, sua irmã quebrou algumas costelas, deslocou a bacia e quebrou o tornozelo..- explico e ela parece calma. Calma demais - Preciso que me diga, ela tem alergia a algum remédio? - pergunto e ela nega - Sua irmã estava sozinha em casa?
- Espera, você que vai operar a minha irmã? - por um segundo a sua cara de mosca morta se tornou de nojo.
- Sim, sou a médica encarregada do trauma hoje..- digo mantendo a calma - Preciso saber se ela estava sozinha em casa, Gabriela.
- Porque você precisa saber isso? - se irritou.
- Ela está com o olho roxo e com hematomas nos braços e pernas..- ela franzi a testa.
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Everything we shouldn't do is better II
RomanceLivro dois de "Everything we shouldn't do is better" Não comece esse se ainda não leu o primeiro.