Is It Love? Mystery Spell - Sob o mesmo céu azul!

Luísa

      Era um feriado prolongado na escola e recebemos o convite de Benjamin para visitar sua vila. Ele insistia em usar o termo matilha ao invés de alcateia. O que incomodava os outros lobos. Eu não me importava em como ele queria ser chamado, cachorro ou lobo. Eram parentes mesmo, no fim das contas. Sempre que recebíamos o convite dele, o ambiente se tornava tenso. Essa amizade entre nossas crianças era sim, uma preocupação e ao mesmo tempo alívio. Tratá-los como aliados era o que queríamos. Mas o medo de limites serem ultrapassados, não nos permitia ficar calmos. Os gêmeos nada disseram sobre isso. E Nicolae disse que se fosse necessário até pediria ao Viktor para usar o dom que era da princesa, para acertar as coisas. Manipular os sentimentos dos nossos filhos para evitar algo além de amizade! Isso era mesmo o correto? Seria necessário? No fundo eu sabia que Viktor não pediria permissão e nem daria explicação. Simplesmente faria. No menor sinal que visse na mente dos netos de que as coisas não iam pelo rumo que ele queria. Viktor nunca foi santo! 

        _ Já colocou tudo na mochila?_ Drogo perguntou. 

        _ Sim. Está tudo pronto. 

         Ele me abraçou e eu senti meus músculos relaxarem. Ele tinha o dom de me acalmar com a sua presença. Tendo Drogo ao meu lado eu não precisava de mais nada. 

         _ Acha que o Draco vai causar confusão?_ perguntei.

         _ Você tem uma visão muito negativa do nosso filho. Ele é só um menino cheio de energia. _ ele disse.

         _ Que vai se encontrar com garotos que têm instinto de se sobressair sobre os demais. _ eu o lembrei. 

         _ Essa competição é saudável. A gente vive em um mundo agressivo. É bom que ele entenda logo que não vai ser fácil e precisa aprender a se defender. Sem a ajuda dos gêmeos. _ ele afirmou.

          _ Precisamos ajudá-lo a treinar o dom. Por que ainda não se manifestou? _ questionei.

          _ Não sei. Só podemos aguardar. _ ele disse. _ Provavelmente é ligado a natureza como o nosso.

          Draco entrou no quarto com um sorriso de empolgação no rosto. 

           _ já está na hora?_ perguntou.

           _ Sim. Terminei de arrumar sua mochila. _ eu disse. _ Está feliz em visitar a vila dos lobos?

           _ Lá eu não preciso me segurar. _ ele disse.

           Olhei para Drogo, que respondeu meu olhar com cumplicidade. Uma das nossas maiores preocupações, era que as crianças gostassem do sangue dos lobos mais do que deveriam. 

            _ Sabe que apesar de serem aliados, existem limites que não podem ser ultrapassados, correto?_ eu comecei.

             _ Ah não, mãe. Nem lá eu posso caçar?

              Como eu ia explicar para uma criança que o problema era os relacionamentos?

             _ Sua mãe está tentando dizer que você não deve considerar as lobas como futuras parceiras, entende? Vampiros não devem namorar com lobas. Assim como eu e sua mãe, você precisa encontrar uma parceira da mesma raça, quando crescer. _ Drogo explicou.

             _ Eca! Eu não quero fazer o que vocês fazem.

             Olhei para ele surpresa com a sua reação.

             _ O que a gente faz?_ perguntei.

             _ Ficam se beijando. Credo! _ ele disse.