Lorie

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        Eu não esperava que fosse ter trigêmeos. Ao mesmo tempo foi como uma resposta aos meus questionamentos. Seria impossível continuar mimando Kevin, tendo tantas crianças para cuidar. Eu sabia que Peter estava preocupado com a reação do garoto aos irmãos. Mas no fundo ele também estava em pânico por ele mesmo. Quem disse que ter múltiplos é fácil? Mais fácil do que se eu fosse humana, com certeza! Mas ainda assim, era complicado! O resultado foi que Peter ficou ainda mais apegado ao primogênito. Com a desculpa de que ele não podia se sentir deixado de lado. E eu tive que me virar para dar conta dos três mais novos. Melhorou enquanto Kevin crescia. Ele não precisava mais de tanta atenção assim e Peter passou a ser mais cuidadoso com os outros. Ajudou também, envolver o mais velho na criação dos irmãos. Cada um de nós ficou responsável por um deles. Na hora do banho, trocar de roupa, alimentar... Ele via que não era fácil e com isso se tornou menos dependente. Agora já estava tudo bem. Quer dizer... Ele se tornou melhor amigo do Draco e os dois andavam aprontando alguma coisa na escola. Já que Luísa entregou a carta sem ler, só me restava perguntar diretamente a ele. 

         Meus trigêmeos de oito anos, estavam brincando no jardim. As duas meninas, gêmeas idênticas, eram uma cópia minha. O menino, gêmeo fraterno, era outra cópia do pai. Brenda e Brigite estavam nos balanços. Benício descia o escorregador. Fiquei observando minha prole um tempo, antes de ir atrás do meu primogênito. Encontrei-o sentado ao piano do pai. Tocando a música que aprendeu com ele. Tão distraído que só notou minha presença quando me sentei ao seu lado. Parou de tocar e me encarou.

         _ Eu sei que anda recebendo cartinhas e quero saber o que você está aprontando junto com o Draco. _ fui direta.

         _ Não se tem privacidade nessa casa. Tio Nicolae te contou?

         _ Seu tio não fica fiscalizando a nossa mente o tempo todo. Eu vi a garota entregando a carta para Luísa e já flagrei você e o Draco lendo no jardim. Só não falei nada na hora porquê achei melhor esperar que o meu filho me contasse. Para minha decepção ele não disse nada, então fui obrigada a vir perguntar pessoalmente. Do que se trata?

        _ Não pode deixar isso para lá? É coisa nossa! 

        _ Se não quer contar, pelo menos me escute... Namoro com humanas é proibido e se estiver pensando nisso, reze para eu não descobrir! 

        _ Não posso namorar com lobas, nem com humanas... Vou namorar com quem?

        _ Vampiras! _ afirmei categórica.

        _ As únicas vampiras da cidade são minhas primas! Está me limitando de mais!

        _ Não precisa namorar com alguém da cidade e nem pensar sobre isso agora, porquê você é só um pirralho ainda! Mas não se esqueça que tem mais vampiros na cidade... A família da Cecília. 

         _ Você é uma transformada. Porque eu não posso namorar uma humana e transformar ela também?

         Bom argumento. Meu filho era realmente esperto. 

         _ Não é qualquer uma que pode se tornar uma Bartholy! E tenha em mente que para namorar com você, terá que ter a minha aprovação! Você é meu precioso filho e não vou entregá-lo a uma qualquer. Terá que merecer o meu tesouro e carregar o nosso sobrenome. 

         _ Acha que vou namorar só uma garota na vida?

         _ Não crio filho para ser cafajeste e nem monge! Claro que você terá algumas experiências. Mas nem pense em sair por aí usando as garotas como objetos e se deixando ser usado como se você não passasse de um brinquedo, como diz sua avó Kassandra. Tenha respeito por si mesmo e pelas meninas. 

Is It Love? Mystery Spell - Sob o mesmo céu azul!Onde histórias criam vida. Descubra agora