Santo ou Pecador {Completa}

38. Sábado

Quando um Rolls-Royce prata brilhante encosta, fora do meu prédio, no sábado, eu quase corro para fora. Eu estou vestindo calça branca com uma camisa de seda, eu maquiei meu rosto um pouco, passei um gloss nos meus lábios, optando por parecer profissional, amarrando meu cabelo para trás em uma trança, que pende em minhas costas. Quando eu saio e vejo Taylor ali, encostado no Rolls enquanto espera, eu não posso controlar a emoção surgindo em mim.

— É um prazer, senhorita Anastasia — diz ele, radiante.

— Realmente é — Eu admito com um sorriso.

Eu sento no banco de trás e o cheiro familiar de Christian me atinge. Limpo e caro. Eu sinto o cheiro bom de sua loção pós-barba e colônia e estou certa de que apenas entrei no céu, um céu governado por um demônio de olhos cinzas. O cheiro permanece forte, junto com um cheiro de couro de alta qualidade. Eu sinto borboletas.

Morra de inveja, Pretty Woman.

Logo o carro encosta na garagem de um hotel resort, de 5 estrelas, onde Andrea Smith me cumprimenta à porta. Quando ela me conduz através do suntuoso saguão, explica a situação.

— A cada verão, os produtores de vinho do Sr. Grey o convidam, junto com alguns de seus parceiros de negócios e empregados selecionados, para uma degustação de vinhos, para que ele possa escolher os seus favoritos para o baile anual da C4. Ele queria que você comparecesse, considerando... — Ela me lança um olhar descontente. — que ele quer você na C4.

Enquanto andamos pelo corredor, um grupo de homens vira para frente, um dos quais corre para acompanhar a gente.

— Andrea! Nós realmente queremos que Grey faça o pedido conosco no Vinhedo Napa do Sul.

— Eu não poderia convencê-lo, de jeito nenhum. — Andrea continua, andando com uma prancheta contra o peito e eu tento não me envolver na situação.

— Por favor, dê um incentivo por nós, nós trouxemos todos os nossos melhores brancos.

— O que posso dizer, Richard? Alguns dias ele gosta de vermelhos, outros gosta de brancos, outros ele está a fim de Pinot Noir, em vez dos Cabernets. Ele gosta de variedade; o que se pode fazer?

— Andrea, nós temos feito isso há anos. Mas agora apreciaríamos algum tipo de compromisso. Isso poderia representar muito para nós, se fôssemos o principal fornecedor deste ano.

— E eu vou te dizer o que eu disse ao resto deles: Boa sorte. Que os santos estejam com você.

Nós entramos em um belo restaurante, já cheio de pessoas. O espaço dispõe de tetos com mais de sete metros de altura e está arrumado com mesas compridas, cada uma envolta em toalhas brancas, com talheres elegantes e vasos de centro cromados chiques, com longas orquídeas solitárias. Puro luxo nos rodeia.

No outro extremo da sala, grandes portas de vidro se abrem por todo o caminho até as paredes, revelando uma espetacular vista de um campo de golfe em um lado, uma piscina, uma cachoeira e uma pérgula do outro.

Depois de atravessar a sala, nós vamos para outra seção ainda mais luxuosa do que a primeira. Nesta área, assentos brancos estofados estão estrategicamente distribuídos, com menus delicados abertos e dispostos nos centros das mesas de vidro lustroso. Prateleiras de vinho se alinham em um lado da sala, enquanto do outro lado revela uma bela vista de um terraço e o campo de golfe. Andrea verifica a área, ao falar com um dos garçons que se aproxima:

— Isso ficou perfeito. Sr. Grey gosta da vista. Ele também gosta de sua privacidade. Agradável esta pequena área aqui. Bom trabalho, obrigada a vocês.