43. Algo Emprestado

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Eu me sinto de repente tão mimada e devassa quando eu deslizo para o banco do passageiro da frente do brilhante carro cromado-preto Bug, que Christian me deu as chaves. Cheira divinamente, é divino, e eu estou com tesão só de pensar em dirigir o filho da puta.

Eu exalo quando eu fecho a porta, e clico no botão de ignição. O motor faz barulho e me assusta, me fazendo rir um pouco.

Caralho.

O volante desliza sob meus dedos, o assento me abraça, vibrando com o ronco do motor. Este carro não é um bug, ele é uma besta. A besta que deve ser conduzida a uma velocidade vertiginosa, e eu estou cautelosamente conduzindo a metade do limite de velocidade, sob mil olhares invejosos de quem passa.

Um velho passa com um sorriso e estou feliz que chegou a se sentir superior hoje. Depois de um rápido pit stop em casa para trocar de roupas, eu entro no escritório da Bluekin, no centro da cidade em Chicago. Eu estou com a adrenalina correndo. A coisa que eu mais amo sobre este lugar é... Bem, inferno. Tudo.

Suas capas são geralmente esboços desenhados a mão, e de alguma forma isso permite uma diversidade muito ampla para o conteúdo dentro. Se alguém é inovador, é Bluekin. Suas matérias sobre os interesses humanos são sempre reais, sérias, e muito reconfortantes, mas isso não é tudo que eles apresentam. Eles têm tudo, desde artigos engraçados como artigos mais sérios, cobrindo todos os tópicos em uma diversificação que eles continuam a fazer mais e mais. Sou muito abençoada por ser entrevistada pelo Sr. Charles Harkin hoje, um membro muito respeitado da empresa que costumava trabalhar em uma grande revista de New York.

— O CEO é um conhecido de Grey. Ele ficou impressionado com como completamente você parecia agarrá-lo, e, especialmente, como corajosa você foi em sua honestidade. Você deve estar muito orgulhosa desse artigo.

Foda-me.

Será que todo mundo tem que mencionar ou saber sobre Christian?

Eu o ouvi dizer "Grey" e eu não posso parar a reação: visceral. Como o elefante - Rosie - apenas me chutando no coração. A falta de sono pesa sobre mim, mas eu me sinto tão relaxada, como se estivesse cheia de álcool. Por que nada em minhas veias é melhor do que o álcool. Intoxicante. É pura tortura relembrar a última noite. Ele me disse que eu não iria esquecer dessa noite e ele está certo. Eu me sinto... possuída.

Eu exalo. Forço-me a sair de seu apartamento e voltar para cá, para o departamento de RH e a entrevista que eu nunca pensei que eu iria querer até que os sacrifícios que fiz para uma carreira que eu amava trouxessem muitas complicações para controlar.

— Às vezes, as boas matérias são as que exigem mais de nós — eu finalmente digo ao homem do outro lado da mesa, admitindo para mim mesma que, bem, aquele artigo levou muito de mim, e eu ainda não estou totalmente recuperada. Ele é um bom e modesto homem, mas por trás dos óculos, seu olhar é astuto e de admiração.

— De certa forma, eu tenho que concordar. As coisas mais difíceis de fazer, por vezes, não são as que provam ser mais significativas, mas necessariamente são as que mais lembro com carinho. — Nós compartilhamos um sorriso e, em seguida, ele analisa as folhas diante dele. — Diz aqui que você está interessada em abordar temas sérios. — Ele balança a cabeça, em aprovação. — Estamos definitivamente procurando alguém como você para trazer a bordo, que não tenha medo de correr riscos. — Eu espero e tento acalmar meus nervos, quando ele analisa o papel novamente. — Desculpe por entrar em território que pode parecer pessoal, mas... — Ele acrescenta — nós gostaríamos que nossas repórteres ganhassem a sua reputação com suas matérias, e não com quem elas estão envolvidas. E namorando tal figura nesta cidade, bem, isso tem que ser difícil. Grey é um homem conhecido por conseguir o que quer e nós estamos surpresos que você esteja nessa entrevista... — Ele admite.

Santo ou Pecador {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora