53. Assistindo-me dormir

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Eu acordo no meio da noite, desorientada pela escuridão.

Eu não estou no meu quarto. Uma perna está posicionada sob a minha e meu rosto está descansando em uma carne dura. Fecho os olhos e depois abro de novo, eu olho para cima e Grey está me observando, e eu me sinto corar.

— Ei — eu digo. Ele sorri levemente, enquanto eu puxo o lençol até meu peito e me sento, o braço em volta de mim se move levemente, acariciando minhas costas.

— Ei.

Quando ele se senta um pouco, eu chego mais perto para apoiar meus ombros e costas, contra seu peito. Ele costumava ser minha mensagem eu-não-posso-dormir da 01h. Agora ele é meu eu-não-posso-dormir como item de conforto. Como uma cobertura. Mas ele está acordado. E eu acho que eu sou seu eu-não-posso- dormir como alguma coisa de conforto também a 01h.

Mas então, se ele está tão acordado assim, eu não estou fazendo um bom trabalho, estou?

— Não consegue dormir? — Eu sussurro, olhando para ele. Ele balança a cabeça, deliciosamente despenteado da cama, passando a mão atrás do meu cabelo.

— Assistir você é melhor.

Eu olho ao redor.

— Que horas são?

Estou prestes a procurar no seu quarto qualquer indicação da hora, ou prestes a ir para o meu telefone nas proximidades, quando sua voz me para.

— Vou lhe pedir agora.

— O quê?

— Lá estava eu, conhecendo a sua mãe. E eu queria ouvir que eu era o seu cara. — Eu pisco, quando tudo fica claro pra mim. Estou tão absolutamente consciente agora, que um frisson de nervos e emoção começa a rastejar pelas minhas veias. — Eu vou lhe pedir agora. — A carícia de seu polegar em meus lábios, me faz perceber que a minha boca se separou e quão rápido eu estou, de repente, respirando. — Eu estava pronto a muito mais tempo do que você pensa, Anastasia. Você não estava pronta... talvez ninguém pudesse estar pronto para mim. — Ele sorri, mas há um brilho de puro propósito e determinação em seu olhar. Eu fico olhando dolorida, sem poder fazer nada.

— Pergunte-me — eu respiro.

— Não há meias medidas. Eu posso ser difícil...

— Nada pode ser mais difícil do que não estar com você — eu digo, o cortando.

— Sou ambicioso — ele calmamente continua. — Eu conduzo minhas pessoas duramente, e eu vou conduzir minha namorada mais duramente, e tudo que eu quero dela - mas eu vou retribuir tudo o que ela me dá dez vezes mais.

— Pergunte-me, Christian — eu respiro.

— Você quer?

— Eu quero...

— Seja minha namorada, Anastasia. Oficialmente. Exclusiva e monogâmica.

Eu não posso falar nada. Este segundo com Christian tirou oficialmente a minha capacidade de falar.

Haverá qualquer coisa logo que eu não lhe dê de bom grado?

— Eu quero ser aquele cara que você não pode jamais tirar de sua cabeça, Anastasia. O único que você esteve esperando. Eu quero que você tenha olhos apenas para mim e sorria só para mim e que tenha um tom de voz que somente eu vou ouvir.

Eu estou balançando a cabeça no escuro e, em seguida, eu sussurro:

— Sim. Eu tenho sido sua namorada há muito tempo, com título ou não.

Ele fuça o lado da minha mandíbula.

— Será que um pedaço de sua alma pertence a mim?

Oh Deus. O meu artigo.

Eu realmente, realmente não posso falar, agora, quando eu deveria estar gritando a minha resposta. Eu sou uma ladra. E se ele nunca me tocar de novo, eu vou ter roubado a forma como ele cheira e sente agora. Ele me puxa para mais perto.

— Diga isso — ele persuade. — Eu gostei muito do seu artigo. Eu estava louco, mas eu conheço você, Anastasia. Eu sei que você escreveu isso para mim. Você me desafiou a vir atrás de você. Vou aceitar o seu desafio agora. Você queria saber se eu iria pegar você? Eu irei. Eu compreendi você. Diga isso — ele exige. — Será que um pedaço de sua alma pertence a mim?

Seus olhos não estão cinza gelo, eles estão cinza larva. Eu empurro a minha cabeça, e eu acho que ele pode ver o meu rubor no escuro.

— Sim — eu digo. E de alguma forma, isso é suficiente. Apenas uma palavra. Ele abaixa a cabeça também, em busca dos meus lábios, e agora ele é o ladrão, roubando um beijo meu.

— Minha — ele sussurra.     

Santo ou Pecador {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora