Capítulo 8

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      Voltei de Luxemburgo convicta de ter uma vida tranquila depois de toda agitação na minha vida quando eu tinha dez anos, mas aqui estou eu depois de tudo: no centro de uma notícia principal.

Eu deveria ter previsto que isso aconteceria quando eu aceitei sair com Dener Hartmann. O que eu estava pensando? Ele é o filho mais velho de uma família que possui uma das maiores empresas do país e lidera a economia em 13 países.

Tento ligar para o meu pai, mas ele está trabalhando e longe do celular. Não tenho para quem ligar e não posso me esconder na minha casa pelo resto da vida enquanto evito a imprensa e a senhora Martina.

A curiosidade de todos nesse momento é saber se estou namorando Dener Hartmann, até o próprio quer saber disso. Não sei formular um pensamento sobre nós dois.

Ele é um bom homem como meu pai disse, os dias que saímos juntos me mostrou que ele não tem só a personalidade fria e imperativa que aparenta. Ele sabe ser gentil e atencioso, e eu prezo muito isso em um homem.

Saio de casa no dia seguinte para trabalhar, assim que saio do táxi vários fotógrafos repletos de perguntas causa uma comoção ao redor de mim, protejo meu rosto com a mão enquanto tento caminhar para dentro.

— QUAL SUA RELAÇÃO COM O HERDEIRO HARTMANN?

— VOCÊS PLANEJAM SE CASAR?

Não respondo a nenhuma das perguntas e entro no escritório recebendo segurança ao está dentro. Todos os advogados me olham, inclusive a Marla.

— Dra.Muller, venha até a minha sala, por favor. — Chama o senhor Richter.

Troco um olhar rápido com a Marla e vou até a sala do meu chefe. Fecho a porta atrás de mim e olho para o rosto enrugado do meu chefe.

— Acho que não preciso dizer que essa comoção na frente da minha firma está chamando atenção, não é?

Uno às mãos na frente do meu corpo.

— Desculpe, senhor. Minha vida pessoal não deveria está interferindo no trabalho.

Ele dá de ombros.

— Não a chamei aqui para isso. Sua vida pessoal só diz respeito a senhorita, a única coisa que peço é que mantenha o pessoal longe do trabalho.

Concordo.

— Sobre o que quer falar? — Pergunto.

Ele se senta na sua cadeira e me olha de forma impassível.

— Fiquei sabendo que sua primeira audiência foi muito bem sucedida e que vai conseguir um acordo com a promotoria...

— Sim, senhor. Ele pagará uma multa pelo comportamento, o acordo é esse.

— Muito bem. Quando terminar esse trabalho a colocarei na frente de outro, estou a avisando de antemão para que entenda que ninguém vai ser corpo mole e usar conexões na minha firma. Pode se retirar.

Saio da sala dele mais pesada do que entrei. Conexão? Eu deveria me sentir ofendida se eu não soubesse do meu potencial. Meus ombros parecem pesar quando entro na minha sala.

Apoio meus cotovelos na mesa e deixo meu rosto afundar nas minhas mãos. Ouço duas batidas na porta e recupero minha postura.

— Está tudo bem? — Pergunta a Marla.

Sorrio de lábios fechados.

— Sim, está tudo bem.

Ela se senta na cadeira a minha frente e me passa um copo de chá preto. Experimento sentindo o gosto forte e penetrante do Assam atenuada por um toque de Darjeeling, que conforme o açúcar e o creme subindo do fundo, a mistura fica mais suave.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora