Capítulo 33

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   — Estou pensando em criar uma própria empresa voltada para o mercado cinematográfico. É algo que tenho muita vontade de fazer... Querida, está ouvindo o que estou dizendo? — Pergunto, ao notar que seus olhos estão distantes.

Estamos jantando em um restaurante, sentados em uma mesa perto da janela, onde estamos podemos ver outras pessoas passando e é onde os olhos da Elise estão.

— Desculpe, o que estava falando? — Seus olhos voltam para mim.

Deixo meus talheres de lado e a observo.

— Você está bem? Parece aturdida desde o momento que a vi. O que aconteceu? — Pergunto.

Ela suspira pegando sua taça de água e bebendo um gole demorado. Seus olhos cruza com os meus de uma forma que nunca vi antes... Agressivos, talvez.

— Você gosta de assistir às pessoas nos seus momentos mais íntimos? — Pergunta.

Franzo o cenho.

— Não, por quê eu gostaria disso? — Rio.

Ela passa a mão no rosto de forma transtornada e respira fundo. Nunca a vi dessa maneira.

— Por quê diabos tem câmeras em todos os lugares da casa?! — Pergunta, o tom de voz elevado.

Às pessoas a nossa volta olha na nossa direção, estico minha mão para tocá-la, mas ela me afasta e enterra o rosto nas mãos.

— Eu vi o que às câmeras capturaram! Nossos momentos íntimos... Se é que pode chamar o que fazemos disso! Eu realmente estou tentando encontrar uma explicação plausível para isso porquê eu juro por Deus que...

Ela levanta da mesa jogando o guardanapo sobre a mesa e saindo a passos duros atraindo a atenção de todos. O garçom vem até a mesa e pergunta se está tudo bem, pago a conta e saio do estabelecimento procurando a Elise.

Não a encontro em nenhum dos lados da rua. Ligo para ela, mas a chamada cai na caixa postal.

— Droga!

Entro no meu carro e dirijo em marcha lenta procurando a Elise pela rua, mas tudo indica que ela pegou um táxi. Ligo para seu celular diversas vezes sem ter respostas. Bato no volante para extravasar minha frustração e dirijo até em casa, se ela não estiver lá tenho certeza que não voltará esta noite e eu dou razão a ela.

Saio do meu carro e entro em casa indo diretamente para onde às câmeras estão instaladas, removo todas e vou até o quarto ver que tipo de imagens a Elise viu, mas ela apagou tudo. Às imagens que foram gravadas é da minha entrada na casa.

Quando termino tudo, junto às câmeras ao pé da escada e me sento com a cabeça entre minhas mãos.

Eu havia esquecido completamente essas câmeras. Às instalei com o intuito de monitorar todos que entra e sai da minha casa já que só voltava para casa pra dormir e sempre fui cuidadoso em analisar tudo. Desde criança fui instruído a vigiar tudo e isso virou um hábito horrível.

Para mim, já que todos podiam me observar e monitorar, eu também iria fazer o mesmo. Mas esqueci completamente dessas malditas câmeras desde que conheci a Elise.

A última vez que estive naquele quarto foi dois dias antes de conhecer a Elise, e depois eu simplesmente fiquei ocupado demais para monitorar. Não entro dentro daquele quarto desde então.

Durmo na sala para o caso da Elise voltar. A madrugada chega e me dou por vencido ao ver que ela não vai voltar para casa.

Por volta das 8:00 da manhã a Elise entra com às mesmas roupas de ontem. Ela para no meio da sala e olha para às câmeras no chão e depois para mim, seu rosto está impassível e ela demonstra ainda está chateada.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora