Várias coisas acontecem em uma semana, e a mais estranha delas é o Dener me levar ao hospital para que eu faça uma bateria de exames. Quando o questionei ele disse que era uma medida para saber se eu estava bem... Essa história não me convenceu por completo.
Algo que causou uma confusão na família foi um jantar feito na casa da avó do Dener, ela reuniu todos nós e de forma autoritária anunciou algo que deixou todos surpresos, inclusive eu.
— De agora em diante, a Elise irá me representar nos eventos oficiais. Está na hora da Adelaide descansar. A Elise é a primeira nora dessa geração e precisa cumprir seu papel.
A Adelaide arregalou os olhos.
— Sogra, o que quer dizer com isso? Eu venho representando a senhora todos esses anos e ainda tenho energia para isso.
A vovó olhou para ela de forma impassível, parecendo onipotente sentada ao lado do marido.
— É uma decisão. Não está aberta a discussão. Agora, por favor, vamos jantar.
Eu pude sentir a hostilidade que se formou ainda mais entre a Adelaide e eu. A Magda e a Heide também não ficaram satisfeita e o Charles tentou afrontar o Dener, mas meu marido parecia calmo e satisfeito. Seu olhar brilhava aquela noite vendo sua mãe sendo colocada de lado.
Meu guarda roupas ganhou peças de roupas formais dignas da realeza e o Dener me entregou uma lista com às melhores secretárias para estarem ao meu lado.
— Por quê preciso de uma secretária? — Pergunto, quando estamos dentro do escritório dele na nossa casa.
— Você vai precisar de alguém para te instruir e ajudar nos eventos que irá participar, querida. São muitas regras e responsabilidades.
Suspiro.
O caso da Norma foi resolvido. A mulher que o Pierre, o meu segurança chefe viu, era a mulher que conseguia os remédios para a Norma. Ela foi inocentada após eu provar sua dependência em remédios e comprovar que ela não poderia ter matado o marido após estava dopada dormindo no quarto do motel segundo o testemunho da faxineira.
A mídia enlouqueceu e a promotoria insiste que usei minha influência, mas o júri e o juíz não concordou. O que resta saber agora é saber quem matou o marido da Norma.
— Querida — O Dener levanta da sua cadeira e vem até mim colocando suas mãos no meu ombro — Eu sei que você não gosta de atenção e nem de ninguém te vigiando, mas é necessário. Não quero que fique sobrecarregada, por favor.
Respiro fundo.
— Dener, por quê sua avó fez isso? Sua mãe já não gosta de mim, e agora ela deve está querendo me extreminar da face da terra — Digo.
Ele sorri e aperta minha bochecha.
— A secretária recomendada pela minha avó é a melhor. Ela tem 54 anos e acompanhou minha avó durante muito tempo. A chamei aqui — Ele olha para o relógio no seu pulso — Ela já deve está chegando.
Assim que ele termina de falar a campainha toca e eu suspiro. Ele acaricia meus ombros.
— Vá até lá e conheça sua secretária. Se não gostar podemos encontrar outra.
Ganho um beijo rápido nos lábios e um tapa na bunda antes dele me levar até a porta. A senhora Gertrudes está no meu caminho e avisa que uma mulher chamada Marie Schafer me espera na sala de visitas.
Marie Schafer.
Eu li sobre ela no formulário que o Dener me entregou. Ela é a acompanhante da alta sociedade e já trabalhou com a realeza britânica, seus honorários são exorbitantes, mas todos falam da sua excelência de trabalho.
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Senhor E Senhora Hartmann
RomanceA família alemã Hartmann é como uma família real para todo o país. O filho mais velho se chama Dener Hartmann, ele tem 34 anos e está a frente dos negócios. É um homem sério e inteligente, muito cobiçado, seus pais querem que ele se case o quanto an...