Capítulo 27

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      Relutante, eu vou ao encontro de senhoras marcado pela vovó Hartmann. É o último lugar onde quero está depois de ter ido na semana passada e ficado durante duas horas ouvindo elas falarem sobre que tipos de tecidos é mais confortável para esse inverno e como os maridos estão a deixando de cabelos em pé.

Isso sem falar nos vários minutos que elas deixa como pauta discutir qual marido tem recebido e se destacado mais. Porém, tenho que confessar que o chá delas é muito bom.

Estamos sentadas em um ciclo sobre cadeiras estofadas. Estou ereta na minha cadeira tomando um chá enquanto finjo ouvir e prestar atenção nelas.

São cinco senhoras muito bem arrumadas com seus cabelos em um coque impecável e casacos de pele.

— Oh, você ainda não nos falou com o que vai contribuir para a sociedade alemã, Elise Hartmann — Fala a Merlinda, uma mulher de 43 anos, loira e dona de um carisma forçado.

Ergo às sobrancelhas abaixando minha xícara.

— Sim, é verdade! — Exclama a Berta, uma mulher com 34 anos. Ela parece ser muito gentil e pacífica.

Sinto os olhos da Adelaide em mim como laser. Ela ainda não sabe o que estou empenhada em fazer. O Dener disse que poderia escolher o que quisesse e a Marie gostou da idéia, achando ela inovadora.

— Eu resolvi ajudar com fundos para criar uma maternidade nos presídios. Como devem saber, às mães são separadas do seus filhos ao dar a luz porque não tem condições de cuidar deles e os bebês são tirados delas antes mesmo que possam ver seus rostos. Então, quero arrecadar o máximo de dinheiro possível para que essas mulheres tenha mais tempo com os filhos e possam decidir se querem ou não dar o filho para a adoção.

Todas, com exceção da Berta, parecem horrizadas. Olho para a Adelaide que leva a mão até o rosto procurando se esconder.

— É uma idéia inovadora, Elise. Como chegou a ela? — Pergunta a Berta.

Sorrio.

— Quando eu ainda era uma estagiária de advocacia em Luxemburgo eu participei de um caso de uma condenada que estava grávida. Tentei ajudar como pude, mas no fim, o beber foi separado dela e enviado para um orfanato.

— Eu gostei muito da sua idéia. Me deixe saber se posso ajudar com algo — Diz a Berta com seu sorriso gentil.

— Ora, sua nora tem idéias mirabolantes, Adelaide — Diz a Merlinda trocando olhares com às outras mulheres — Ajudar presas não é algo decente de se fazer. Cometem crimes, não merecem aceitação!

— Acho que a minha nora se equivocou...

— Acha que criminosos não tem direito a ter filhos ou ser tratados como humanos? — Interrompo a minha sogra — Senhora, o mundo não é só a pobreza que quer enxergar e acha que irá solucionar doando como faz. Para erradicar o erro, precisamos tratar às raízes para que não venha a florescer.

— Está tentando justificar criminosos?! — Pergunta, o rosto tomado de assombro.

Bebo um pouco do meu chá antes de responder calmamente.

— Não sou responsável de julgar ninguém como está fazendo agora. Acredito que julgar caiba a Deus e a um juiz. Como advogada, eu só apresento fatos.

O clima fica nitidamente tenso, a Adelaide me fuzila com o olhar enquanto eu bebo meu chá calmamente.

— Merlinda, você conhece os jovens de hoje. Eles acham que podem mudar o mundo quando nem mesmo sabem onde estão se metendo. Acredito que minha nora só está querendo se arriscar um pouco — Explica a Adelaide com um sorriso.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora