Capítulo 46

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   Manter a Elise parada durante a gravidez é a parte mais difícil e a qual eu tenho falhado. Essa mulher é inquieta e convencê-la a não fazer esforços é como tentar se comunicar com uma concha.
 
Tirei licença do trabalho para ficar todo o tempo ao lado dela, a gravidez já está no estágio final e estamos ambos ansiosos para a chegada do nosso filho ou filha.

Confesso que pareço ser eu a pessoa mais ansiosa. Estou tão nervoso e ansioso que o médico receitou calmantes. Nos primeiros meses foram os mais difícil para nós dois.

Eu tive náuseas, tontura e desejos. Eu posso dizer que experimentei os sintomas da gravidez, mas é claro que isso não chega aos pés de tudo o quê a Elise está passando. A gravidez não é fácil, ainda mais para uma pessoa que não gosta de limitações como a Elise.

A ioga ajudou, foi um ótimo passatempo para manter ela ocupada, pena que acabou. Fizemos tudo o que foi necessário para o bebê vir ao mundo de forma mais fácil, também facilitando o parto para a minha esposa.

Com o sétimo mês de gravidez a barriga da Elise não está tão grande como eu imaginei que ficaria. Eu confesso que estou tão entusiasmado pela chegada do meu filho ou filha que não consigo fazer nada além de passar o tempo todo perto da barriga da Elise. Nesse momento, estamos deitados na nossa cama, a Elise ler um livro de direito enquanto eu estou digitando e-mails no meu computador. Estou fazendo meu trabalho de casa enquanto fico de olho na minha mulher indomável.

Olho para os nossos pés observando os das Elise esticados e levemente inchados, logo depois olho para ela, seu rosto concentrado no livro enquanto ela come bolachas doces feitas pela tia dela. Sorrio. Até o gosto por comida dela mudou.

Meu celular toca atraindo minha atenção, me estico para atender a ligação vendo um número desconhecido.

— Alô? — Atendo.

— Senhor Dener Hartmann?

— Sim. Com quem eu falo?

— Olá, senhor Hartmann. Meu nome é Steve Berwald. Sou o médico neurologista responsável pela sua mãe. Podemos conversar?

Franzo o cenho. Não temos nenhum médico com esse sobrenome. Fecho a tampa do meu computador e saio da cama caminhando para fora do quarto.

— Sim, pode falar.

— Creio que pelo telefone não seja tão bom assim, preciso me encontrar com o senhor para discutir o caso da sua mãe. Preciso de um consetimento do marido ou filho mais velho para prosseguir com a cirurgia que ela se nega a fazer.

— Cirurgia? Do que está falando?

— Senhor Hartmann, precisamos nos encontrar.

Desligo o celular sentindo um mal presentimento. Fico nas escadas por alguns minutos tentando raciocinar e aceitar o quê acabei de ouvir. Respiro fundo e volto para o quarto. São 2:00 da tarde e daqui a pouco a Elise vai tirar um cochilo.

— Era do trabalho? — Pergunta quando entro, deixando o livro de lado.

Sorrio de lábios fechados sentindo a tensão do meu corpo. Volto para o meu lugar ao seu lado tirando o livro da cama e colocando na mesa de cabeceira.

— Não. Era um médico.

A Elise me olha com atenção.

— Médico? O Dr.Paul?

Balanço a cabeça.

— Está na hora do seu cochilo. Venha, vou ser seu travesseiro.

Ela sorri e vem até mim, abraçando meu corpo e apoiando a barriga na minha, sua perna sobre a minha. Abraço seus seus ombros. Beijo o alto da sua cabeça.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora