Capítulo 59

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    Deixar a Lotte depois de meses para ir em uma viagem de negócios parte meu coração e me consume de tanta saudades. Durante todo o vôo eu assistir todos os vídeos gravados dela e agora que estou em terra firme, seguindo para a área de desembarque eu sinto a imensa vontade de ligar e ver o rosto da minha filha, mas me controlo.

Tenho que ensinar a Lotte que nem sempre vou está fisicamente presente e ela precisa ficar com o pai enquanto estou fora.

Pego minha mala e caminho entre às pessoas sentindo olhares em mim. Ando com confiança e só paro quando vejo a cabeleira loira e os olhos pretos do Isaac me esperando com um sorriso amplo. Sorrio na sua direção e volto a caminhar.

— Lise Hans! — Saúda, com um amplo sorriso.

Estendo a mão para apertar a dele.

— Isaac, faz muito tempo. Como você está?

— Bem. E você?

— Bem. Por quê veio até aqui? Combinamos de nos encontrar a noite para falar sobre o caso — Olho às horas no meu relógio de pulso: — Marquei de encontrar minha cliente assim que chegasse...

Ele assente e pega a minha mala.

— Sim, eu sei. Vir pessoalmente te buscar e levar até lá, quero saber o seu plano e você entenderá meu interesse nisso quando chegarmos lá.

Balanço a cabeça em sinal afirmativo e juntos saímos do aeroporto até o carro dele.
Nós só falamos sobre nossa vida profissional durante todo o percurso, está claro que o Isaac quer falar sobre tudo menos minha vida amorosa e atual agora. Ele nem mesmo perguntou sobre minha filha e eu entendo isso completamente.

Nós dois paramos em uma casa de um andar em um tom de pastel e caminhamos para dentro. Reconheço o bairro de imediato, é onde o Isaac costumava vir para visitar uma tia dele, por várias vezes eu vir com ele.

Olho para ele e o mesmo assente. Ele toca a campanhia e uma senhora alta, de cabelos grisalhos e olhos fundos.

— Oh, Isaac, é você — Seus olhos pairam em mim — Olá, Elise.

Sorrio.

— Olá, senhora Gruber. Há quanto tempo.

Ela abre a porta para que eu e o Isaac entremos. A casa está do mesmo jeito que me lembro antes, a única diferença é que os móveis estão gastos e cheio de poeira. Ela nos leva até a cozinha e serve um pouco de chá para nós.

Observo seu semblante abatido, o roupão xadrez por cima do pijama. Ela sorri de maneira fraca para mim.

— Acompanhei seu casamento, foi muito bonito.

— Obrigada, senhora Gruber.

O Isaac limpa a garganta.

— Tia, pode falar a Elise o que aconteceu com a senhora? Ela vai entrar na justiça e lutar pela senhora. Como sabe, entre nós dois ela é a mais capaz disso.

Observo ela puxar o máximo de ar que consegue, suas mãos ficam trêmulas e ela parece contar mentalmente para não cair em desespero.

— Há um ano atrás eu conheci um homem... virtualmente. Nós conversamos por um longo tempo e ele me aconselhou a investir em uma empresa que ele trabalhava. Não tinha nada de suspeito e nos primeiros meses eu vi meu dinheiro ter um retorno gratificante e isso me fez investir cada vez mais e mais alto a um ponto de eu só perceber que cair em uma fraude virtual depois de ter hipotecado a casa.

Ela leva a mão até a boca e eu balanço a cabeça em sinal afirmativo.

— Tem alguma coisa que ligue a ele diretamente? Um nome, rosto ou qualquer coisa? — Pergunta.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora