Capítulo 35

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   A Elise não fala nada quando chegamos em casa, fui buscar ela na casa da minha avó. Fui avisado pelo Joseph que a Elise esteve na casa da minha mãe e às duas brigaram, ou melhor, a Elise brigou e acabou dando uma bofetada na minha mãe.

Não vou dizer que minha mãe não mereceu depois do que fez.

Estou preocupado com o quê a Elise está pensando sobre o assunto. Eu não contei a ela sobre os chás, se ela ficar com raiva de mim terá todo o direito para isso.

Chegamos em casa em silêncio, a Elise deixa a bolsa e o casaco no vestíbulo e sobe para o quarto, meu celular toca com uma chamada do meu pai e eu olho a Elise subindo às escadas desolada.

— Alô?

— Dener, é verdade o que eu ouvir sobre sua mãe ter dado chás abortivos para a Elise?

Suspiro.

— Sim, é verdade. Eu descobrir há um tempo, mas pensei ter resolvido o caso. Pelo que vi, sua esposa tinha mais outra medida para fazer a Elise não engravidar — Respiro para manter a calma —  O senhor não pode me impedir de agir contra minha mãe. Ela mexeu com a minha família!

— Deixe sua mãe comigo, filho. Eu melhor do que ninguém posso colocá-la no lugar dela. Apenas cuide da Elise e não deixe isso chegar aos ouvidos do major Muller. Temo que ele queira que a filha se divorcie se saber disso. Não podemos deixar isso acontecer.

— Como pode está preocupado com isso? Eu não sei com quem mais fico surpreso. Sinceramente, eu esperava algo diferente do senhor.

Desligo o celular e respiro fundo para me recompor. Não posso deixar a Elise ver meu estado furioso. Nesse momento ela precisa de apoio e minha forma de pagamento vai ser uma moeda maior, eu avisei a minha mãe gentilmente e ela não me ouviu.

Adelaide Hartmann terá algo que ela nunca esperou.

Subo até o quarto encontrando a Elise deitada na cama abraçada ao travesseiro, me aproximo sentando ao seu lado, coloco minha mão sobre sua perna e a mesma me olha.

— Você está bem? — Pergunto.

É claro que ela não está. Por mais que ela queira transparecer está bem, posso ver que isso é a última coisa que possa está na sua expressão.

Eu odeio isso. A culpa é toda minha.

— Eu não sei como pedir desculpas por isso. A culpa é toda minha, se eu não tivesse uma família assim você...

— Ei, ei — Ela fica de joelhos e segura meu rosto — A culpa não é sua, Dener. Você ter crescido e se tornado um adulto solidário e amável com uma mãe como a sua já que é algo que admiro. Você não tem culpa de nada, ok? Não estou zangada com você.

Acaricio suas mãos no meu rosto.

— Para ser sincero, eu descobrir sobre os chás há alguns meses. Tentei mostrar a minha mãe que se isso voltasse acontecer eu iria a ferir onde mais a incomoda. Por isso, pedi a minha avó para tirar grande parte da exposição dela do centro da família e focar em você, achei que iria funcionar.

A Elise suspira e encosta na cabeceira da cama. Seu rosto está pálido e ela parece cansada.

— Agora entendo porque a vovó passou seus deveres para mim. Dener, eu não vou deixar isso passar em branco. O que sua mãe fez poderia ter custado a vida de um filho nosso!

Concordo.

— O que planeja fazer? — Pergunto.

— Ainda não pensei no que fazer, estou cansada demais para pensar em algo e não sou uma pessoa vingativa. Quero descansar um pouco.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora