Capítulo 3

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Uma semana depois...

    Um dos meus passatempos preferidos e o qual tenho o luxo de ter quando não estou trabalhando é assistir filmes antigos. Tenho uma sala de filmes na minha casa especialmente para isso e nela tenho os melhores títulos de filmes antigos.

Os meus preferidos são os preto em branco. Não tem como esconder a realidade com cores neles e isso me atrai.

Hoje é o sétimo dia da semana ao qual estou tendo uma folga depois de cinco meses de um trabalho extensivo e quase sem nenhum descanso.

Tenho o dia de hoje inteiramente para mim. Por isso, acordei cedo para praticar exercícios físicos, almocei cedo e estou tendo a minha tarde para assistir meus filmes em especial.

Desliguei meu celular para não receber ligações de ninguém e qualquer emergência apenas o Ismar consegue me localizar. Estou quase tirando um cochilo no fim da tarde quando a senhora Gertrudes, a senhora que cuida da minha casa bate na porta. Pauso o filme no telão e vou até a porta.

— Senhor Hartmann, a sua mãe o está procurando. Ela ligou para casa e eu disse que o senhor estava descansando, ela pediu que ligasse para ela assim que possível.— Comunica ela assim que abro a porta.

Suspiro devagar e a dispenso. Minha mãe sempre me incomoda quando sabe dos meus dias de folga. Há um ano ela está tentando marcar encontros para mim com às filhas dos homens mais ricos e influentes da Alemanha, mas não é para minha ou para a felicidade dela.

Desde que notícias de que o filho mais velho dos Hartmann está se tornando um solteirão saiu em revistas, minha mãe está tentando contornar a situação. Estou com 34 anos e não tive nenhum relacionamento sério e sempre que estou perto de uma mulher a mídia especula um romance.

Durante a minha adolescência até agora sempre fui ciente de que meus status é uma maldição no amor, às mulheres só querem o status de esposa do primeiro herdeiro dos Hartmann.

Minha mãe é a primeira esposa, ela se casou com o filho mais velho da família e adquiriu todos os privilégios e deveres de uma primeira nora.

Por essa razão, a mulher com quem eu me casar irá se tornar a primeira senhora Hartmann de uma nova geração e a mulher que terá mais direito entre às esposas dos meus irmãos.

A pressão sobre mim é maior que a deles e isso deixa todos ansiosos, principalmente às minhas cunhadas e a minha mãe.

Contudo, para o alívio delas eu não penso em me casar com nenhuma mulher que minha mãe encontrar para mim. Tenho certeza que ela irá encontrar a melhor que puder manipular e atender seus caprichos.

Quero me casar com uma mulher de verdade, não um fantoche da minha mãe e sabendo disso minha mãe vai continuar procurando.

  O trabalho retorna pra minha rotina na segunda-feira. Tenho vários projetos, reuniões e lugares para ir. Investir é algo perigoso e assinar contratos de milhões com uma chance de 50% de dar errado pode deixar qualquer um sem dormir a noite, mas raramente acontece comigo. Sou mesticuloso em tudo que faço; analiso e investigo tudo o que estiver por baixo do tapete, nada foge da minha vista. Mesmo assim, algumas coisas me fazem perder o sono a noite.

Almoço com o CEO das indústrias de maior peso na Alemanha para discutir sobre novos contratos e orçamentos para a produção de um novo cosmético.

Nesse tipo de almoço, eu não consigo aproveitar bem a refeição, falar e comer não é algo que eu faça muito bem, embora não demonstre. Fico com indigestão e faço o Ismar sempre carregar comprimidos contra isso dentro do bolso do seu paletó.

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora