Capítulo 52

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   Olho o rosto impassível da minha mãe pelo monitor. O que ela quer aqui depois de tudo o que fez? Abro a porta e saio fechando a mesma atrás de mim. Seguro minha mãe pelo braço e a levo a uma distância segura da porta.

— O que quer aqui? — Pergunto.

— Vir conhecer minha neta, sou avó dela e tenho esse direito. Sua esposa e você não pode me privar — Seu rosto está sereno, não encontro nenhuma brecha que me faça ter um pressentimento de suspeita.

— Você não vai chegar perto da minha família. Se quisesse participar da criação dela teria feito escolhas melhores. Não lembra que fez de tudo para que a Elise não engravidasse?

Minha mãe respira fundo.

— Isso são águas passadas e sua filha agora é a principal herdeira da família. Eu preciso participar da criação dela. Estou disposta a aceitar sua esposa e até mesmo conviver bem com ela pelo bem da criança.

Não evito de ri.

Ela deve está louca.

— Eu e a Elise já chegamos a um consenso de não deixar que se aproxime da nossa filha. Não sei qual é seu plano e tenho certeza que ele envolve fazer alguma coisa com a minha filha...

— Dener, eu não sou um monstro! — Me interrompe.

A olho nos olhos.

— Sim, é. Quer que a lembre de todas às coisas que fez quando eu era uma criança? Esqueceu da vez que me deixou trancado em um quarto úmido e assustador por três dias só porquê eu estava tendo dificuldade em aprender um novo idioma?

Ela passa a mão no cabelo.

— Isso foi para o seu bem. Você é um homem completo hoje por minha causa.

— Eu fui um homem quebrado até conhecer a Elise e ela pegar cada pedaço do que a senhora jogou de mim no lixo! — Seguro seu braço: — Saia da minha casa!

Ela puxa o braço do meu aperto e me olha de forma solene.

— Eu não terei chances de segurar essa criança depois da cirurgia, me deixe fazer isso enquanto posso.

Estou prestes a expulsá-la da minha casa quando a Elise aparece. Ela olha para nossos rostos e cruza os braços medindo minha mãe com o olhar.

— Deixe ela entrar, Dener. A razão dela ter aceitado fazer a cirurgia foi se permitissimos ela ficar perto da Lotte. E claro, não é por sentimentos genuínos e sim porque ela quer moldar a Lotte a sua maneira.

Olho para a Elise.

— Se sabe disso como quer que a deixe entrar? — Pergunto.

A Elise caminha na direção da minha mãe até ficar bem próxima, seu rosto está frio e ela a encara de forma astuta.

— Não é por ela que estou permitindo que entre, é pela nossa filha. Não quero que ela veja a avó como um inimigo e também estou permitindo por pena...

Minha mãe ri contraindo o rosto. A Elise continua:

— ... Não vou permitir que interfira na criação da minha filha, Adelaide. Sei que você aceitou fazer a cirurgia para se manter viva e fazer da Lotte uma versão sua, mas desculpe por decepcionar você, mas eu tenho provas suficiente de que você é uma ameaça para a Lotte. Posso pedir uma ordem de restrição a qualquer momento, você sabe muito bem que tenho influência pra isso.

Olho para minha mãe que está com o maxilar rígido.

— Você é apenas uma advogada de subúrbio, acha que consegue fazer isso? Ir contra meus advogados?

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora