Capítulo 9

7.1K 655 184
                                    


  

        O rosto surpreso está estampado no meu rosto e no da minha mãe, olho para a Elise e a mesma está com um sorriso e postura educada. Não aparenta está com medo, sua inocência é incrível. Minha mãe a olha com o os olhos arregalados.

— Noiva? Como assim? — Pergunta minha mãe, totalmente confusa.

A Elise me olha de forma inocente e depois olha para minha mãe.

— Ela não sabe? — Pergunta — A senhora não sabe?

— Do que eu não sei?

Limpo a garganta.

— A Elise é filha do Major Muller, nós tivemos um encontro planejado pelo meu pai e o pai dela. — Explico.

Incredulidade toma o rosto da minha mãe. Ela olha para a Elise procurando semelhança com o major Muller, suponho. Não deve saber que ele tinha uma filha, minha mãe nem considera o major Muller como um amigo.

Se não pode somar os Hartmann, então não vai diminuir: Esse é o lema da minha mãe.

— Ele não tem filhos. Nunca mencionou. — Declara.

A Elise sorri.

— Não fui criada pelo meu pai e sair do país quando tinha 10 anos, retornei há menos de dois anos. Eu e o Dener iríamos juntos cumprimentar a senhora e o senhor Hartmann, mas aconteceu algumas coisas. Por favor, compreenda e me desculpe.

Minha mãe fica inaudível. Sua habilidade de formular palavras parece fugir da sua capacidade, e ela simplesmente sai da minha casa sem dizer uma palavra.

Eu e a Elise ficamos parados um ao lado do outro por um tempo depois da saída da minha mãe. Nós nem nos movemos, o que ela acabou de declarar deixa claro nossa situação.

Me viro na sua direção e ela solta a respiração levando a mão até a cintura.

— Noivos? — Indago.

Ela morde o lábio inferior procurando uma expressão para definir o que ela disse, mas a mesma parece se dá por vencida.

— Sua mãe é bem temperamental. Você está bem? — Seu olhar vem para o lado esquerdo do meu rosto onde levei a bofetada da minha mãe. Seguro sua mão antes que toque em mim.

— Como está seu corpo? Deve ter se machucado em algum lugar.

Ela aperta o roupão e se senta demonstrando constrangimento. Não evito de sorri ao lembrar que há poucos minutos ela nem se importou com isso.

— Estou bem, obrigada.

  A senhora Gertrudes vem até a sala trazendo uma caneca de chá preto para a Elise, vejo a mesma ruborizar e apertar ainda mais o roupão. Seu agradecimento a senhora Gertrudes é acanhado, o que me faz sorri.

— O senhor vai jantar em casa hoje, senhor Hartmann? — Pergunta a senhora Gertrudes.

Olho às horas vendo que está quase na hora do jantar.

— Fique para jantar enquanto suas roupas estão secando, Elise. — Olho para a senhora Gertrudes e faço um aceno positivo. Ela sorri e se retira.

A Elise olha para mim, o clima fica pesado entre nós e ela bebe um pouco do seu chá.

Olho para ela que está acanhada vestindo apenas um roupão; seu cabelo castanho está molhado, seus olhos estão mais claros que nunca. Ela é muito bonita... E sincera.

— Elise, o que acha de se mudar para cá? — Pergunto.

Ela engasga com o chá.

— O quê?

Senhor E Senhora HartmannOnde histórias criam vida. Descubra agora