Naquela caverna escura, o único som que se podia ouvir era o das gotas de água caindo das estalactites no teto, em direção ao chão.
Todos ali dentro estavam silenciosos, e o medo em suas faces parecia revelar estarem diante da própria morte.
"Criaturas inúteis! Faz dois dois dias que estou aqui, e não conseguem uma informação que seja de alguma relevância!" - Apertou ainda mais o corpo da criatura em que se enroscava, fazendo-a gemer de dor. As outras apenas olhavam, temendo grandemente por suas vidas.
Tais criaturas eram... a melhor forma de descrevê-las, seria como batatas com braços e pernas. Seus corpos tinham a estranha forma de uma batata, com a barriga proeminente. Tinham diversas verrugas. Tais seres eram marrons. Não usavam roupas, mas nada havia para mostrar. Não ultrapassavam a altura de um metro e tinham grandes garras, usadas para perfurar o solo.
Seus braços e pernas eram roliços e fortes, lhes proporcionando a força que necessitavam para perfurar o solo, assim como grande velocidade, podendo alcançar mais de trinta quilômetros por hora, se necessário.
Quetzalcóatl reforçou ainda mais o aperto, fazendo os ossos do pequeno ser estalarem. Não sentia muito prazer em esmagar uma criatura tão fraca, mas em um planeta como esse, apenas a força parecia convencer alguém.
Estava agora dentro da cadeia de montanhas, que ficavam a sudoeste da floresta de Sorejade. Ali, entre as rochas, estavam as cavernas da morte.
Em tal lugar, viviam algumas das mais tenebrosas espécies do planeta. Seres da escuridão, que se abrigavam da luz dentro da grande rede de cavernas abaixo do solo rochoso das montanhas.
As cavernas eram grandes, praticamente tubulares, com dez metros de raio. Até mesmo Quetzalcóatl, uma serpente de vinte metros de comprimento, foi capaz de se locomover por ali com extrema facilidade.
Thunderbird não havia tentado entrar até aquele momento, o que era inesperado, visto que o pássaro teria uma vantagem enorme naqueles túneis que permitiam que Quetzalcóatl no máximo esticasse as asas. Os raios e trovões persistiram por mais meia hora enquanto o pássaro tentava abrir alguma passagem, mas finalmente cessou em um raio que estremeceu os túneis, seguido por um trovão que ecoou por vários minutos, indo e voltando pela rede intrincada como o rugido de uma fera das profundezas que revelasse sua fúria. Apenas duas horas depois, quando teve total certeza de que o pássaro havia se retirado, a serpente alada se arrastou pelos túneis escuros.
Dezenas de seres estranhos foram vistos pelo caminho. Dezenas de milhares de morcegos guincharam. Às vezes, uma nuvem de morcegos passava voando em extrema algazarra. O lugar não tinha um cheiro agradável, fedia à podridão. Morte e doença se agarravam àquelas pedras, a poeira suja de fezes se erguendo no ar imóvel e pestilento.
A água continuava gotejando, e, às vezes, um gemido vinha do pequeno ser, que não suportava mais ser comprimido até o sufocamento.
"Vão logo, e espero que me tragam algo que seja útil desta vez, ou todos vocês serão espremidos como um mísero limão!"
Por um momento, as criaturas continuaram estáticas, com seus olhares esbanjando idiotice, diga-se de passagem. Quetzalcóatl não escolheu uma espécie com inteligência tão pequena como os escavadores à toa!
Eram facilmente manipuláveis!
"Andem logo !!!" - Rugiu Quetzalcóatl, fazendo sua poderosa voz psíquica ecoar por todas aquelas mentes estúpidas, acordando e assustando todos ali.
Os escavadores dispararam em direção à superfície, com o intuito de procurar por qualquer novidade que explicasse o fato de Quetzalcóatl ter acordado.
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Nas Ruínas Antigas
FantasiaAté onde suas escolhas te levam? A contagem regressiva para o fim da existência já começou. Nos últimos movimentos do ponteiro, Felipe, um adolescente aparentemente comum, é transportado para um planeta em outro universo. Nesse mundo de múltiplas fa...