Capítulo 28

1.1K 65 4
                                    

No capítulo anterior...

No dia 30 de novembro recebi uma ligação a noite da Diorio.

Eu: Alô?

Diorio: Natalie?

Eu: Oi Nathy tudo bem?

Diorio: Poderia estar melhor – suspirou.

Eu: O que houve?

Diorio: A Priscilla – meu coração disparou. – Ela foi baleada.

Eu: O... O que? – me sentei na cama em total estado de choque...

--------------------------

Diorio: Ela foi baleada. Eu estou no aeroporto, vou para São Paulo agora com o Rodrigo. Eu não sabia se deveria te avisar, mas achei melhor te avisar. Você ficaria sabendo de qualquer forma né.

Eu: E como ela tá?

Diorio: Ainda não sei direito, ela está passando por uma cirurgia para retirada das balas, só vou ter um panorama geral do quadro dela quando chegar lá. Eu vou embarcar no voo das 20 horas, daqui a pouquinho, vou me instalar no apartamento dela lá, e vou ao hospital. Assim que eu tiver mais notícias eu aviso você.

Eu: Por favor, cuida dela – solucei.

Diorio: Fica calma, eu vou cuidar dela. Assim que eu tiver notícias, eu te ligo.

Eu: Tá bom – desliguei e cai num choro desesperado. – Eu te amo, não me deixa, por favor – chorava nervosa e falando pelo meu apartamento. Eu estava tão assustada e com tanto medo que eu não conseguia me controlar. Eu tinha tanto medo de perde-la embora ela não queira mais falar comigo.

PRISCILLA NARRANDO...

Era eu ou ele... A meta era, Pacco vivo ou morto. Quando consegui recuperar minha visão ele estava com uma arma apontada para mim. Numa fração de segundos, minha vida passou diante dos meus olhos. Meu trabalho com o engenheira, meu filho Lucas, minha filha Laura e a Natalie. Eu tinha muito a perder então eu puxei o gatilho. O estampido foi tão forte que foram imediatos... Dois estampidos ao mesmo tempo. Ele me atingiu de raspão na cabeça e eu o atingi em cheio na altura do ombro e a bala com certeza atravessou para o coração dele. Eu apaguei segundos depois. Quando acordei, estava numa ambulância. Levei a mão na máscara de oxigênio no meu rosto e tirei.

XX: Senhora, por favor, não tira...

Eu: Que... Que horas são? – falei com um pouco de dificuldade.

XX: São 16:35. Coloca a máscara, precisa disso para respirar melhor.

Eu: Me... Escuta por favor...

XX: Sim, fala...

Eu: No meu bolso da lateral esquerdo da calça, tem um comprimido – ela tateou minha calça e o encontrou.

XX: Sim está aqui.

Eu: Ok... É o meu último comprimido – coloquei a máscara e respirei um pouco e tirei novamente – É um tratamento para induzir lactação para amamentar minha filha adotiva que é uma bebezinha que está no hospital. Você entendeu?

XX: Sim, eu entendi.

Eu: Esse é o último. Eu preciso tomá-lo as 18 horas. É muito importante pra mim e pra ela.

XX: Tudo bem.

Eu: Promete pra mim? – tentei apertar a mão dela e ela a segurou.

XX: Eu prometo. Eu vou avisar assim que chegarmos ao hospital, fica tranquila que o leite da sua filha vai ser garantido. – sorriu de leve pra mim.

Eu: Ok... Obrigada... – voltei a máscara. Eu tentava ficar acordada o máximo possível. Logo me tiraram da ambulância e me levaram para uma sala de trauma. Me fizeram perguntas e fizeram perguntas para a paramédica. Eu peguei a mão dela. – O comprimido...

XX: Ok... Doutora Lucélia – era a médica que me atendia – Toma – deu na mão dela – Ela precisa tomar esse comprimido as 18 horas. É o ultimo do ciclo dela para induzir a lactação. Ela adotou uma bebezinha. Ela precisa tomar esse último comprimido no horário. Ela me pediu muito.

Lucélia: Ok. Olha só – se dirigiu a mim – Você precisa de cirurgia. Agora são 17:00. Ainda falta uma hora para você tomar esse remédio, mas você precisa operar. Como você vai estar em cirurgia, eu vou te manter medicada para dor até as 18 horas para tomar o remédio e não perder o seu tratamento de lactação ok? Mesmo com a morfina, você ainda vai sentir dor, quer mesmo fazer isso?

Eu: Sim... É minha menininha...

XX: Tudo bem. Vou tentar te manter o mais confortável possível.

Eu: Tá... – eu fiquei aquele período ali pensando nos meus filhos, na Natalie, na minha mãe e na minha família, na Lanna que foi uma mulher maravilhosa. Logo a médica veio e me deu o comprimido com um copinho desses de café de água já que eu passaria por cirurgia e não poderia tomar nem água. Eu tomei o remédio esperei mais 30 minutos e logo fui levada para a cirurgia. Pedi nesse meio tempo que avisassem ao Rodrigo e a Diorio. O último flash que me lembro, eu estava na sala de cirurgia com uma luz forte no rosto e o anestesista me pedindo para contar de 0 a 10 em ordem decrescente. 

NATIESE: ME ENCONTREI EM VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora