Eu: Como tá minha mulher?
XX: Tiramos o projetil do peito, não atingiu nenhum órgão vital, mas ela perdeu muito sangue. Fizemos os reparos necessários, aproveitamos e tiramos o do braço e das pernas também sem grandes problemas.
XXX: Eu fiz a cirurgia para retirar o projetil da cabeça dela. – suspirou – Ele lesionou um vaso do lado direito do cérebro dela, e a lesão foi semelhante a um AVC hemorrágico.
Eu: Meu Deus...
XXX: Foi retirado, fiz a limpeza do coágulo, mas o cérebro dela inchou pelo impacto e acúmulo de sangue no local. Tive que colocar um dreno e deixar coberto com uma manta antibiótica para não ter nenhuma infecção e nem pegar nenhuma bactéria. Ela está isolada na UTI pós cirúrgica e ela está em coma. Ela chegou aqui em estágio comatoso e não conseguimos reverter. Com o inchaço do cérebro dela não sabemos quais os danos ela terá até que o inchaço diminua para novos exames.
Eu: Ela... Ela vai acordar? – perguntei apreensiva.
XXX: Não sabemos. Ela tem atividade cerebral, então quer dizer que ela está viva e a cada 6 horas um novo exame será feito para avaliar a atividade cerebral dela. Precisa estar preparada para tudo.
Eu: Eu posso vê-la?
XXX: Daqui uma hora. Ela está passando por mais alguns testes. Não poderá ficar com ela, como eu disse, ela está em isolamento por causa de bactérias e infecções já que parte do cérebro dela está exposto, mas poderá vê-la por cinco minutos.
Eu: Ok. Ela então ainda corre risco de morte?
XXX: Sim, corre. – meu coração apertou. Fiquei ali para esperar alguém vir me buscar para vê-la. A Diorio chegou, ela conseguiu um voo para as 13:30, a mãe da Priscilla iria no voo da noite, a Clara com a Cecilia também iriam, ficariam na casa dos pais da Cecilia.
Diorio: Falei com o neurologista e o cardiologista que a atendeu. Tive acesso ao histórico dela.
Eu: E o que você diz?
Diorio: O quadro neurológico dela não é bom Natalie – falou triste – Se a Priscilla acordar, ela pode ter sequelas disso. – engoliu seco. A Diorio sabia mais coisas, mas ela não ia me contar eu sabia. Eu conversaria com ela mais tarde. Logo me chamaram, a Diorio foi junto. O olho direito dela estava até preto por causa do acumulo de sangue por conta do tiro na cabeça dela. Ela estava intubada, tinham cerca de 8 máquinas em volta dela e era desesperador.
Eu: Amor, sou eu – eu estava de luva, de máscara, touca e roupa especial. Como se eu fosse para uma cirurgia e eu não podia tocar em lugar nenhum além da mão dela. – Você é forte e vai sair dessa. Luta por nós, pela nossa filha, pelo Lucas, por mim. Eu te amo minha vida e eu vou te amar pra sempre. Não me deixa por favor – chorei. Fiquei ali alguns minutos e logo saímos. Diorio foi falar com o médico de novo, depois a vi falando com o tal Alessandro que enviava algo pra ela pelo celular e fomos embora. Ela tinha ido direto para o hospital. Cheguei em casa tomei um banho a Laura tava dormindo, tirando o cochilo da tarde dela. – Nathy, vou levar o berço da Laura pro quarto da Pri, assim ela dorme comigo lá, você dorme no quarto que ela estava dormindo e o outro quarto de hospedes que tá sobrando a Patrícia fica nele. A Rosa tá no quarto de hospedes do fim do corredor, a Clara e a Cecilia ficarão na casa dos pais da Cecilia.
Diorio: Ok... – ela me ajudou a levar as coisas da Laura pro quarto da Pri. Logo ela acordou dei banho nela, dei janta pra ela e fiquei brincando um pouquinho com ela no tapete. A Diorio pegou o carro e foi buscar a Patrícia e no caminho explicaria tudo a ela. Ela foi ao hospital levar a Patricia para ver a Pri e chegaram por volta de 21:30. Eu tava esperando as duas pra jantar embora eu não estive com um pingo de fome. Peguei a Laura pra dar mamadeira já era hora dela dormir, já tinha passado da hora.
Eu: Filha vamos mamar pra dormir. – ela fez sinal que queria mamar no peito. O sinal era como se tivesse tirando leite com as mãos. Meus olhos encheram de lágrima – Amor, a mamãe tá viajando, não pode te dar tetê agora. Mas tem leitinho do tetê dela aqui na mamadeira. – ela resmungou um pouco mas aceitou. Ela mama toda noite na Pri. Dava dó, parecia que eu estava negando a ela o que ela tinha todos os dias. Ela logo dormiu, ouvi a porta se abrir quando a colocava no berço, era a Diorio e a Patricia. Patricia me abraçou chorando muito, estava arrasada. Elas tomaram banho e se sentaram para jantar comigo e a Rosa. Eu fui me deitar fiquei vendo a Laura dormir e não preguei os olhos um minuto.
1 SEMANA MAIS TARDE...
Rosa voltou para o Rio, e logo voltaria a São Paulo. Clara e Cecília também voltaram assim como a Diório. Luíza e Rodrigo estiveram em São Paulo para vê-la e voltaram para o Rio, tinha a empresa inteira para cuidar. Proibi a entrada do sargento e de qualquer um ligado a polícia para ver a Priscilla. Por causa deles, minha mulher estava lutando para viver. Patrícia ainda estava comigo, e sofrendo comigo. O dreno foi retirado, o cérebro dela desinchou depois de 7 dias de angústia, mas a Priscilla não acordou. Ela continuava em coma. Todos os dias eram feitos testes para avaliar a atividade cerebral dela e a cada resultado positivo a gente comemorava. Ela estava viva, mas não acordava. Estavamos conversando sobre a transferência dela para o Rio, a papelada estava sendo assinada para que isso aconteça nos próximos dois dias, e eu fiz que o sargento pagasse pela UTI móvel que a levaria para o Rio de Janeiro e pagasse o médico que ia acompanhar o voo. Eu tratei pessoalmente de fazer a vida dele um inferno e culpa-lo todos os dias pelo fato da Priscilla estar entre a vida e a morte. Ele se desculpou de inúmeras maneiras e eu não aceitei nenhuma desculpa dele. Minha mulher não teve escolha a não ser aceitar a missão, porque ele exigiu a presença dela lá sem se importar que ela tinha um bebê em casa e um filho de quatro anos além de uma noiva. Ele se preocupou com os filhos dele, e não se importou um segundo com os filhos dela. Fui ao hospital assinar o restante da papelada para a transferência dela e a Patrícia foi comigo. Minha mãe estava em São Paulo me ajudando com a Laura que sentia falta da mae todos os dias. Nos primeiras dias ela chegou a ter febre emocional de saudade da mãe. Estava no administrativo do hospital assinando o restante dos papeis quando o sargento chegou com a esposa dele.
Sargento: Bom dia, vim trazer o cheque para cobrir a despesa do hospital a UTI área da Priscilla Pugliese.
XX: Só um momento senhor... – eu o olhei com raiva no olhar. Assinei uns papéis e me sentei em outra cadeira para esperar a Patrícia assinar a parte dela.
Sargento: Quero me desculpar mais uma vez...
Eu: Olha só... Isso está cansativo já. Eu não vou aceitar suas desculpas. Pra você é fácil pedir desculpas, graças a minha mulher, seus filhos estão bem em casa agora, enquanto o filho dela de 4 anos pergunta pela mãe todos os dias e está com saudade. Enquanto a filha dela de 1 ano tem febre emocional, porque sente falta da mãe e foi tirada do seio dela. Sim a Priscilla amamentava a Laura ainda e ela pede todos os dias. Sabe o que é ver sua filha pedir para ser amamentada e não poder fazer nada, porque a mãe dela tá em coma e sabe Deus se ela vai sair desse coma algum dia? Não você não sabe... Então vá para o inferno com seu pedido de desculpas. E se você crê em Deus, reza e reza muito pra minha mulher sair dessa, porque se ela não sair, eu vou cuidar de te lembrar disso todos os dias da merda da sua vida – me levantei – Patrícia, te espero no estacionamento. – sai e fui para o carro começando a chorar. Eu estava com medo dela não acordar, muito medo. Na manhã seguinte a Pri foi transferida para o Rio. A Patrícia foi na UTI aérea com ela, e eu e a minha mãe fomos em voo comercial. Não queria que a Laura visse a mãe daquele jeito. Passei na locadora, devolvi o carro, peguei um taxi e fui para o o aeroporto e fui pra casa dela direto. Fui ao hospital a noite enquanto a Patricia ficava com a Laura e a vi um pouco. – Hei amor, vamos acordar... A gente precisa de você... As crianças estão com saudade, eu estou morrendo de saudade. – dei um beijo nela. Falei com os médicos e fui pra casa. Jorge tava cuidando da obra, e substituindo a Pri o Rodrigo cuidava de tudo e me substituindo a Rafa cuidava de tudo. Eu não tinha energia e nem cabeça pra nada.
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NATIESE: ME ENCONTREI EM VOCÊ
FanfictionA Rivalidade pode virar amor??? Priscilla Pugliese, 30 anos engenheira civil e Natalie Kate Smith 31 anos engenheira civil. Ódio a primeira vista desde o colégio, concorrentes na carreira e em um grande contrato, até que um grave acidente acontece...