Capítulo 68

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Eu: A Rosa deixou uma lasanha que você ama montada, só colocar no forno pra gente jantar.

Nat: Eu não quero nada. – falou seca e subiu. Eu coloquei a lasanha no forno, coloquei o arroz na panela elétrica enquanto isso tomei um banho rápido. Logo ficou pronto, fiz um suco arrumei a bandeja e levei nosso jantar no quarto. Ela se sentou na mesinha que tínhamos no quarto para comer. Ela comeu, mas sem falar nada. Ela não me olhava, ela não falava absolutamente nada. Logo ela subiu, eu tirei a mesa, coloquei a louça suja na lava louças e subi também. Dei uma olhada na Laura, ela já tava dormindo, a cobri direito e sai do quarto indo para o meu. Entrei no closet e quando ia entrar no banheiro ouvi a Natalie chorando. Eu parei na porta, queria entrar e abraça-la, dizer que tudo ficaria bem, mas queria respeitar o momento dela. Sai devagar e me sentei na cama. Logo ela saiu e deitou, eu fui ao banheiro fiz minha higiene coloquei um pijama e me deitei. Quando fui abraça-la, ela se afastou. Eu não disse nada, apenas me afastei e virei para o outro lado. Aquela noite, Natalie chorou... E ela chorou até umas 3:30 da manhã. Quando finalmente peguei no sono, acordei com a Laurinha me chamando.

Laura: Mamãe... – assustei com ela em pé do lado da minha cama. Aquela historia de cama Montessori tava quase nos matando de susto, porque a Laura levanta, sai do quarto dela e entra no nosso sem fazer barulho e quando você menos espera ela tá te olhando dormir.

Eu: Oi filha.

Laura: Tetê.

Eu: São 4 da manhã filha, a mamãe faz mamadeira pra você.

Laura: Não mamãe, tetê ati – colocou a mão no meu peito.

Eu: Tudo bem, vem... – a puxei pra mim, deitei de lado e ela pegou meu peito. Acabamos as duas dormindo assim. Acordei de novo por volta de 7 horas, tirei o peito da boca da Laura a levei pra cama dela de novo, fui ao banheiro e voltei pra cama. Dormi até as 9 da manhã tava exausta, a dois dias sem dormir direito. Tomei um banho tomei café a Laura já tinha acordado a babá tava com ela. A Natalie ainda dormia, minha sogra tinha ligado pra falar com ela, mas não quis acordá-la. Dois dias depois Natalie estava imersa numa escuridão que doía ver. Ela não conversava, ela mal comia ou saia do quarto. Chorava muito, estava revoltada. Era dia de consulta com a médica dela, o laudo do que houve já estava com ela. – Amor, tá pronta?

Nat: Sim – sussurrou. Fomos para o carro, e no caminho ela não disse nada. Chegamos ao consultório e minutos depois fomos chamadas, ela foi examinada, respondeu algumas perguntas e logo fomos ao laudo.

Débora: Natalie, foram feitos inúmeros exames, para saber o que houve, tanto com você quanto com o bebê. E com você não houve nada, você estava perfeitamente saudável. O bebê estava mal formado pra idade dele, e foi constatado depois de uma análise rigorosa que ele sofreu uma mutação genética ao ser fertilizado. Pedi que fosse avaliado os outros óvulos fertilizados e eles não possuem o mesmo marcador genético que esse possuía então foi de fato uma fatalidade que a gente não pôde prever antes. Não tinha nada de errado com você, para que levasse a gestação adiante, foi especificamente aquele óvulo, de todos os outros, ele foi o único com marcador genético com problema. Em 3 meses você poderá tentar novamente Natalie, e o óvulo passará por uma nova avaliação ainda mais rigorosa para garantir que dê certo. – ela apertou minha mão.

Nat: E... – a voz embargou – O que era?

Débora: Era uma menina. – ela levou as mãos no rosto caindo no choro e eu a abracei.

Eu: Tá tudo bem amor... – dei um beijo na cabeça dela e fiz carinho. Depois que ela se acalmou, fomos para casa. A Laura sentia que ela estava triste, então passou o dia todo com ela, fazendo carinho vendo televisão. Eu estava no notebook na mesinha do quarto quando a Laura chamou a atenção dela.

Laura: Mamãe... – botou a mãozinha no rosto dela.

Nat: Oi amorzinho?

Laura: Amo xê...

Nat: Eu também te amo filha, muito – a encheu de beijos. A Laura se aconchegou no pescoço dela e logo dormiu. Ela foi pegá-la para levar para a caminha dela e eu intervi.

Eu: Eu a levo amor, não pode pegar peso ainda... – ela precisava de repouso e sem esforço.

Nat: Eu não to mais grávida Priscilla, não tem com o que se preocupar – falou grossa... Ela não voltava do quarto então eu fui até lá e ela tava sentada no chão fazendo carinho na Laura e chorando. – Desculpa filha, a mamãe não conseguiu trazer sua irmãzinha. Eu queria muito, me perdoa. – fungava – Ela tava dodói, então ela foi ficar com o Papai do Céu, com a tia Lanna, com Aideen, com o Rhavi, com a mamãe Larissa, com o Samuel. – eu voltei para o quarto entrei no banheiro e fechei a porta. Sentei no chão e chorei. Eu chorava escondido dela, ela já estava mal o suficiente e eu não queria que ela me visse chorando... Ela estava arrasada demais e doía muito vê-la naquele estado, tão quebrada, tão fragilizada. Eu queria poder arrancar aquele sentimento de culpa que ela tinha dentro de si. A Clara ia contar ao Lucas o que aconteceu, ele sabia que a tia Nat estava grávida, que seria irmãozinho dele, e a Laura ainda era muito abstrato pra ela, por ela ser muito pequena. Alguns dias se passaram e a Natalie não conversava com ninguém além da Laura e do Lucas. Ela não trabalhava, ela mal comia, mal saia do quarto.

Eu: Amor

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Eu: Amor... – ela estava deitada. – Não comeu nada hoje. Levanta toma um banho, hoje é domingo, vamos comer num restaurante gostoso, ou eu peço comida pra gente a gente almoça no jardim o dia tá tão bonito.

Nat: Me deixa dormir Pri – suspirou.

Eu: Natalie, precisa sair dessa cama, precisa reagir. Vamos sair um pouco, eu você e a Laurinha.

Nat: Eu já disse que não quero Priscilla, pode me respeitar? – falou irritada.

Eu:Ok... Eu não vou insistir. –levantei tomei banho me troquei, a Laura estava tirando o cochilo da manhã dela,era 10 horas da manhã. Ela acordou, dei um banhinho rápido nela coloquei umaroupa fresca, estava quente aquele dia. Arrumei uma bolsa pra ela, voltei no meuquarto peguei minha bolsa e sai com ela sem falar nada com a Natalie. A gentefui num parquinho brincou um pouco, depois fomos almoçar. Ela estava aprendendo acomer sozinha, fazia uma bagunça, mas no restaurante eu a ajudava. Logoacabamos de comer, comprei um sorvete para nós e fomos embora. Decidi passar nacasa da Clara. 

NATIESE: ME ENCONTREI EM VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora