NATIESE: ME ENCONTREI EM VOCÊ

Capítulo 53

15 DIAS DEPOIS... 8 DE SETEMBRO...

21 dias que a Priscilla está em coma. Ela não acorda, já passou até por uma revascularização cerebral e ela não acorda. Ela pediu ao Alessandro naquele dia da missão para que ela fosse transferida para o Rio e que se passasse 60 dias em coma, os aparelhos fossem desligados. Ela tinha um documento onde ela dava direitos legais da Laura a mim e o meu sobrenome a ela também. Estávamos no Rio de Janeiro, eu me mudei pra casa dela e cuidava integralmente da Laura. As vezes ia a empresa ou então trabalhava de casa. Rodrigo tomava conta integralmente da empresa dela e ela continuava na mesma. Não tinha melhorado, mas também não tinha melhorado. A única mudança que teve é que quando eu, ou a mãe dela falava com ela, os batimentos dela aumentavam. Fui vê-la de novo.

Eu: Oi vida... Eu estou com saudade, você está bem, vamos, abre os olhos pra mim? Me deixa ver você? Fala comigo. – comecei a chorar. – Eu sinto sua falta 24 horas, a Laura sente sua falta, o Lucas, sua mãe, seu irmão. A gente te ama tanto, pelo amor de Deus abre os olhos e fala comigo. Volta pra gente pelo amor de Deus – beijei a mão dela. Ela tinha perdido peso, estava mais pálida, a cada duas horas as enfermeiras a viravam, pra ela não ter escaras pelo corpo. Era horrível ver minha mulher assim. Já tínhamos uma certeza, ela teria que fazer muita fisioterapia na mão direita, e pela demora em sair do respirador ela teria que reaprender a fazer tudo. Andar, falar, comer. – A Laura ta andando sozinha, se segurar em nada. Ela cai toda hora, mas ela levanta dando risada, ainda bem que a fralda amortece a queda – ri. – Eu filmei tudo pra você ver quando acordar. Ela vê foto sua e aponta dizendo que é a mamãe. Ela sente tanto a sua falta. O Lucas ta bem cabisbaixo, está fazendo terapia para entender tudo isso. A Clara achou melhor contar tudo a ele, não ficar enganando. Eu concordei com ela, é melhor assim.

Diorio: Oi.... – entrou.

Eu: Oi...

Diorio: E ai?

Eu: Só fica assim, os batimentos dela mudam quando eu falo com ela, mas ela não reage.

Diorio: Isso é bom Natalie, ela tá lutando pra viver. O trauma que ela sofreu foi muito grave. Quando eu vi o quadro dela o dia que cheguei em São Paulo, sinceramente eu não achei que a Priscilla fosse resistir 48 horas. Ela estava em estado gravíssimo. Ela reações sensoriais, motores, fotovisuais, cerebrais. Ela está viva, mas o cérebro dela está passando por um processo lento de recuperação.

Eu: Eu gravei um vídeo da Laurinha, falando que tá com saudade dela. Como se ela fosse ver... – sorri sem graça.

Diorio: Coloca pra ela ouvir, isso tudo ajuda Natalie. O amor ajuda... – eu peguei meu celular e coloquei no vídeo.

Mamãe... amo... xodadi... amo mamãe... – mandou um beijo estalado.

Os batimentos da Priscilla aumentaram muito.

Eu: Ela ouviu? - assustei.

Diorio: Hei... Pri... É a Diorio... Coloca o vídeo de novo – eu coloquei e monitor cardíaco dela subiu de novo.

Eu: O que significa isso – ela riu e se emocionou.

Diorio: Hei... – auscultou o coração dela. – Tá muito forte... Ela te ouve Natalie. Continua falando da rotina de vocês, falando das crianças, que ela tá ouvindo, isso pode ajudar... – Hei minha amiga, já passou da hora de acordar né? A gente tá com saudade de você. Vamos sair dessa logo né? – fazia carinho nela. Fiquei mais um tempo ali e fui embora. No dia seguinte eu tinha consulta com a minha ginecologista, doutora Débora Brandão. Ela estava cuidando de tudo para a minha fertilização. Fui a consulta logo cedo. Fui examinada cuidadosamente.

Débora: Então Natalie, está tudo perfeitamente bem. Já podemos tentar. Seu período fértil é em 3 dias. – eu travei. – Quer mesmo fazer isso sem esperar por sua noiva?

Eu: Quero... A gente planejou isso e eu quero tentar. Ela tem 10 óvulos fertilizados e congelados aqui. Vamos tentar com um.

Débora: Ok. Em três dias as 10:45 ok.

Eu: Ok... – ela me deu algumas instruções do que fazer no dia, fui ver a Pri. – Oi vida – dei um beijo na testa dela. – Vi a médica hoje, em três dias vou implantar um óvulo. As chances de dar errado são enormes, então estou tentando só com um agora, é mais seguro, mas estou torcendo muito pra dar certo. Precisa acordar logo. – fiquei um tempinho ali e fui pra casa. A Laura tava chorando demais, ela tá muito manhosa, acho que era saudade da Priscilla. – Oi filha vem com a mamãe – a peguei no colo.

Patrícia: Tá fazendo birra pra tudo, não quis almoçar, não quis tomar banho, rola no chão, grita. Eu não sei mais o que fazer.

Eu: Ela tá com muita saudade da Pri...

Patrícia: Sim, está... E quem é que não está né?

Eu: Sim... – suspirei – Vamos tomar um banho amor? Depois vamos fazer um lanchinho, não pode ficar sem papa assim. – a beijei. Dei um banho nela a deixei só de fralda e body tava bem calor. Fiz um lanchinho pra ela e ela comeu tudo tomou o suco, deitei no sofá e fiquei vendo desenho com ela. A Nathy me mandou mensagem.