PRISCILLA NARRANDO...
Depois de fazer a ficha dela, eu mandei mensagem pra Rafa e pra Luíza, por causa do trabalho, explicando que estávamos no hospital. Liguei pra minha mãe e mandei mensagem pra Clara que logo me ligou. Conversamos um pouco e logo a Diorio veio e pela cara dela algo ruim tinha acontecido.Eu: Não... – já falei só de olhar pra ela.
Diorio: Sinto muito Pri, não tem mais batimentos.
Eu: Não fala isso, por favor – eu segurei o ar.
Diorio: Priscilla, olha pra mim, respira... – me segurou. Eu cai no choro e ela me abraçou. Aquele choro doía em todo o meu corpo. Depois de alguns minutos, já sentada ela me explicou. – Ela vai fazer uma curetagem agora, eu vou entrar com ela. Deve demorar mais ou menos uma hora e ela vai para o quarto. Vamos pedir análise pra saber a causa.
Eu: Como ela tá?
Diorio: Devastada. Ligou pra alguém?
Eu: Sim, pra Clara e pra minha mãe. A Clara tá vindo pra cá, minha mãe tá com a Laurinha.
Diorio: Não queria te deixar aqui sozinha, mas preciso entrar com ela. Assim que ela for para o quarto eu venho te buscar.
Eu: Tá, obrigada. – ela saiu e senti uma mão tocar meu ombro, era a Clara.
Clara: E ai?
Eu: Ela... Ela perdeu... – solucei e ela me abraçou forte.
Clara: Oh meu Deus... Calma... Xiiii... – fazia carinho na minha cabeça. – Já a viu?
Eu: Não. Ela vai fazer curetagem. Ela vai se culpar Clara, eu sei que vai. Não é a primeira perda dela – chorava.
Clara: Sim, eu sei. Mas precisa ser forte por você e por ela. Eu vou ficar com você até ela sair do procedimento, calma... Já desmarcou seus compromissos?
Eu: Eu só desmarquei de hoje, mas essa semana não tenho condição alguma de trabalhar.
Clara: Me dá seu celular, eu vou ligar pra Luiza e pra Rafaela também, contar o que aconteceu e pedir para desmarcarem tudo.
Eu: Obrigada – dei meu celular pra ela e deitei no ombro dela. Ela falou com a Luiza e a Rafa e depois de uma hora ali a Diorio veio falando que eu poderia entrar.
Clara: Vou deixar vocês sozinhas. Cecília e eu vamos cuidar da Clarinha pra você essa noite, sua mãe acho que tem um jantar de negócios. – minha mãe voltou a trabalhar só que no ramo imobiliário. – Ela vai dormir lá em casa com a gente não se preocupe. Ela fica boazinha.
Eu: Obrigada.
Clara: Não tem que agradecer. Dá um beijo nela por mim.
Eu: Tá... – ela foi embora e eu fui até o quarto dela. Eu desci a grade da cama e me deitei a abraçando. O choro foi inevitável, tínhamos que sentir aquela dor.
Nat: Me perdoa... – soluçava.
Eu: Você não tem culpa de nada amor, aconteceu, porque tinha que acontecer. Vamos ficar bem – respondi chorando – Calma, eu estou aqui com você... Descansa – fiz carinho nela – Eu te amo, vai ficar tudo bem - e ela acabou adormecendo. Depois de meia hora abraçada a ela, eu me levantei lavei o rosto, mas voltei a chorar no banheiro. Ela estava arrasada. Eu estava mal, mas a gente pode tentar de novo ou adotar uma criança, isso nunca seria impedimento para nós para ter um filho. Era muito importante pra mim, mas pra ela tinha um significado ainda maior. Não era o primeiro aborto que ela sofria e ela sempre quis ser mãe, sempre quis gerar o bebê. Sai do quarto fui até a cantina do hospital precisava comer alguma coisa. Fiz um lanche rápido e voltei para ficar com ela. Acabei cochilando um pouco. Acordei com a Diorio me chamando.
Diorio: Pri...
Eu: Oi? – olhei pra ela e olhei pra Natalie rapidamente.
Diorio: Vamos lá fora – saimos do quarto. – Vai pra casa, pega algumas coisas pra ela, come alguma coisa, ela vai dormir o dia todo, acabei de dar um calmante e um remédio pra dor a ela. Ela não vai acordar tão cedo.
Eu: Tá, eu vou. Eu preciso dar mama também... qualquer coisa me liga.
Diorio: Fica tranquila. – entrei dei um beijo nela, peguei minha bolsa e fui em casa. No caminho liguei para Emily contei tudo a ela e ela ia tratar de dar a noticia aos pais pessoalmente. Cheguei em casa tomei outro banho, coloquei uma roupa confortável, peguei uma necessarie com algumas coisas de higiene pessoal pra mim. Arrumei uma bolsa pra ela com pijama, roupas, peças intimas, absorvente, produtos de higiene em geral. Peguei o carregador do meu celular e o meu notebook. Arrumei as coisas da Laura também pra Clara pegar depois. Desci fiz uma lasanha de micro-ondas comi escovei os dentes e sai. Fui na minha mãe ver minha filha.
Mãe: Oi filha – me abraçou – Como você tá? E a Natalie?
Eu: Eu estou bem, na medida do possível. Ela tá muito mal mãe, está dormindo. Eu fui em casa pegar algumas coisas, vim dar de mama e vou voltar pra lá. Trouxe a malinha da Laura, a Clara vai ficar com ela essa noite e amanhã pela manhã.
Mãe: Eu a pego na hora do almoço. Não tem como desmarcar, eu até tentei.
Eu: Tudo bem mãe. Não se preocupe, não tem muito o que fazer.
Mãe: Avisou a Débora e o Leandro?
Eu: Falei com a Emily, ela vai avisar aos pais, não queria falar por telefone.
Laura: Oi mamãe...
Eu: Oi amor – veio com o bichinho de pelúcia que ela arrasta pra todo lado. – Que saudade. Vamos mamar na mamãe um pouco?
Laura: Vamo – sorriu sapeca.
Eu: Vem minha bezerrinha. – a peguei e ela logo começou a sugar. – Devagar filha... – Ela não vai largar o peito nunca pelo visto. Fiquei olhando como a Laurinha desenvolveu, como ela estava grande e cada vez mais linda.
Laura
Logo voltei para o hospital, meus sogros e minha cunhada estavam lá. Ela dormia pesado, falei um pouco com eles que logo foram embora. A Natalie acordou já era noite. Uma enfermeira a ajudou a tomar um banho, logo trouxeram algo pra ela comer. Ela não falou uma só palavra. Eu deitei ao lado dela e ela deitou no meu peito e dormiu. No dia seguinte uma psicóloga foi falar com ela, depois a Rafa passou por lá, a mãe e o pai dela também. No fim da tarde ela recebeu alta. Ela não falava nada só chorava e ficava com o olhar vago.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NATIESE: ME ENCONTREI EM VOCÊ
Hayran KurguA Rivalidade pode virar amor??? Priscilla Pugliese, 30 anos engenheira civil e Natalie Kate Smith 31 anos engenheira civil. Ódio a primeira vista desde o colégio, concorrentes na carreira e em um grande contrato, até que um grave acidente acontece...