William Stony
Tranco a porta da frente e dou um suspiro aliviado. Certo, Taiwan foi uma parte difícil de convencer; agora está resolvida, entretanto. O rapaz que contratamos está na cozinha, consigo ouvir os talheres batendo levemente. Não passo lá para saber se ele precisa de ajuda, acho que a conversa de duas horas que tive com ele foram bastante. Desde que aceitei ficar com Davi minha vida tem virado de ponta cabeça, de ambos os jeitos. A parte boa é que nunca estive tão feliz na minha vida: estou com um homem que amo, estou em uma casa maravilhosa e faço parte de uma família maravilhosa, além disso as pessoas tóxicas da minha vida estão distantes. A parte ruim é que me sinto prestes a desabar a qualquer minuto nessa nova vida. Como se não fosse minha especificamente, porque nunca segui a perfeição, há casos na minha vida que nunca foram resolvidos totalmente e agora eu lido com um homem irritadiço, um jovem de 18 anos com hormônios até demais e uma família diversa e louca além de perigosa.
Fiz silêncio ao andar em direção ao quarto. Davi deve estar dormindo, o que é bom. Ele fica a maior parte do tempo na cama já que não pode fazer muita coisa, ele vive reclamando coisas como "me sinto ainda mais inútil" ou coisa parecida, o que para ser sincero, me abala ainda mais. Mas os dias passam e logo Davi vai poder enxergar. Isso nunca pareceu impossível, só distante.
- Will? - Ele não está dormindo afinal.
- Oi, amor. Fui deixar meu irmão na casa do seu.
- Estamos sozinhos?
- Não. - Sento-me na cama ao lado de ele e toco em seu ombro - O rapaz ainda está aqui. Acredita que não lembro o nome dele?
- Nem eu. - Davi dá uma risada prazerosa. Ouvi-lo rir de vez em quando aquece meu peito inteiro.
Ficamos um tempo em silêncio. A respiração dele se igualando a minha em determinado momento.
- Quer que eu leia para você? - Pergunto.
- Ah, sim. Por favor. Eu estava esperando que você pedisse algo do tipo. Há um livro de Edgar Allan Poe na mesinha de canto...
- Achei! - Digo. - Não vai mais precisar que eu leia para você daqui a alguns dias meu amor.
No ato de abrir o livro Davi segurou minha mão em um aperto firme. Olhei para ele. Ainda está com curativos nos olhos, infelizmente, então não posso admirar seus olhos cor safiras, verdes estonteantes e maravilhosos.
- Sempre que eu tiver oportunidades pedirei para que leia para mim. Amo sua voz, ela me guia na escuridão e você sabe disso, Will. Acho que eu nunca teria coragem de fazer certas coisas se não fosse por você. Eu amo você.
Levei alguns segundos para processar tudo. Fiquei com a boca seca e me vi incapaz de falar alguma coisa. Até perceber que já tinha dito.
- Eu também amo você.
Em algum momento eu tinha parado de ler porque Davi colocou a minha mão que estava na lombada do livro diretamente no pau dele. Estava ereto. Deixei minha mão lá por um momento, inerte, apenas sentindo o calor daquela região do corpo dele. Aquela região específica que me faz ficar com um enorme frio na barriga e com o resto do corpo todo quente. Por brincadeira, resolvi tirar minha mão e coloca-la na lombada de novo. Segundos depois ele resmungou antes de pegar minha mão de novo e levar para aonde estava. No seu pau. Que está ainda mais ereto que antes.
- Você quer que eu leia ou não?
- Depois. Pode resolver esse problema aqui? Por favor...
- Não fale com essa voz de pidão... Você é um provocador e tanto Davi Laurent.
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Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)
RomanceRafael Laurent é o mais novo, o mais sagaz e misterioso dos irmãos Laurent. Gideon veio de muito longe, deixou várias pessoas para trás e chegou para cumprir um objetivo difícil. Uma mistura de mistério, sexo, descobertas de sentimentos e loucura...