Capítulo 39

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Gideon

Rafael estava me levando para o Centro. Não entendi o porquê. Meu coração martelava dentro do peito nas possibilidades do que poderiam acontecer. Não é sempre, mas fico inseguro com ele; nunca serei qual será seu próximo passo, nunca sei o que está pensando ou o que deixou de pensar.
Não aceito estar obcecado por ele, pois não estou!

Passamos por algumas lojas de comida, de roupa, de animais. Estávamos indo cada vez mais fundo com o carro milionário dele. Outra coisa que não entendo sobre esse irmão Laurent: apesar de ser o mais vaidoso, acabou mudando a estratégia e se mudou para um bairro de classe média alta, vendeu alguns carros e deixou a empresa nas mãos de um colega. Quais as chances de Rafael está tendo um surto? Muitas, penso eu.

Paramos em uma loja mas meu olhar vai diretamente para o rosto dele. Os olhos verdes água estão meio perdidos.

- Tudo bem? - Pergunto.

- Claro. Eu só estava pensando que... Se Ed fizer alguma coisa com o irmão de Will eu vou estar morto. Logo depois de ter matado Ed.

Rio.

- Ele não vai fazer nada.

- Eu o conheço há mais tempo. Como ele devia algo a você? O que era?

Penso por um momento. É sempre melhor falar a verdade.

- Já encontrei Ed em situações bem... comprometedoras no sentindo de... cadeia. Eu guardei o segredo dele. E pensando agora foi idiotice jogar essa carta na mesa logo agora. Eu devia ter pedido o carro dele!

Um sorriso cruzou o rosto sério de Rafael por um mísero segundo. Eu gostava quando isso acontecia, porque mostrava que eu estava tentando realmente ser verdadeiro. Ser verdadeiro fazia as pessoas sorrirem com sinceridade, pena que nenhum de nós dois pode ser inteiramente verdadeiro um com o outro. Não sou ingênuo o bastante para não acreditar que Rafael tem segredos, ele tem. Assim como eu.

- Rafael?

- Sim?

- O que estamos fazendo em um sex shop?

- Até parece que você não sabe. Vamos.

Fiquei inseguro em sair do carro. Não acredito que numa tarde de terça feira eu esteja entrando em uma loja que coloca fantasias sexuais na vitrine. Sou puxado pela cintura para andar mais rápido e em um segundo estou sentindo o ar condicionado da loja inundando minhas narinas. O ar frio de repente me incomoda, mas não paro de andar por isso. Não poderia parar nem se eu quisesse; a mão de Rafael está segurando firme a minha cintura e a cada corredor que passamos as pessoas olham mais para nós. O que me faz questionar se o homem ao meu lado é um cliente frequente.
A dúvida é respondia quando um homem alto e louro aparece para nos cumprimentar. Nos cumprimentar, não. Cumprimentar apenas Rafael.

- Faz tempo que não nos visita. Como andam as coisas?

- Tempo curto - responde Rafael olhando para os corredores - Lee ainda está aqui?

- Sim, senhor. No corredor 13.

- Oebigado. Vamos.

Sou puxado de novo depois do curto diálogo cujo não participei. Ao olhar para trás percebi que aquele alto louro me encarava como se quisesse me matar. Então novamente me lembro que existe uma guerra silenciosa entre os homens e eu: o prêmio todo mundo já deve saber quem é.

- Aonde estamos indo? - Resolvo perguntar quando chegamos ao corredor 13 que tem prateleiras de madeira escura e vários objetos embalados.

Objetos sexuais, ressaltando.

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora