Capítulo 60

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Gabriel

Haviam dezena de cadeiras que antes  estavam desocupadas e que agora estão sendo usadas pela família Laurent. Todos eles estão aqui, até mesmo Max, o filhinho de Kevin e Caleb. Eles se colocaram em uma bolha familiar da qual eu não estava convidado a participar; mesmo que algumas perguntas fossem para mim, algumas simples e outras mais complexas sobre quem eu era, o que eu fiz... Como eu sabia de tudo sobre eles.

- Ele já contou essa história mil vezes. - Diego resmunga. Ele está rabugento por passar à noite me claro. Pelo menos foi isso que o marido dele disse.

- Mas eu não estava aqui. - Kevin contradiz e, ao contrário do irmão mais velho, Kevin está radiante.

Caleb se limitou a cutucar seu marido nas costelas para que ele parasse de falar. Davi riu. Ele estava sem os curativos nos olhos, o que foi uma surpresa para todos aqui. Ele enxergava, finalmente. Sua mãe ficou louca e quase botou abaixo a parede do hospital porque Will não a avisou. Em defesa dos couros de Will, Davi o fez jurar que não contaria porque é para ser uma surpresa. Eu já havia percebido como aquele ciclo de romances funcionava. Valentim e Andressa, o casal que enfrentou diversos desafios para ficarem juntos já que ele é um dos homens mais ricos da Espanha e ela era apenas... um copeira. Diego e Hall aproximados pelo destino sombrio que levou um deles a quase cometer suicídio se jogando de uma ponte. Kevin e Caleb eram algo mais parecido com água e óleo, então burlaram as leis da química e ficaram melhor juntos do que separado. Davi e Will são românticos, amáveis e fáceis de se ter uma conversa mais do que qualquer um aqui. Os dois se mantiveram unidos até mesmo quando uma bomba explodiu. Eles são perfeitos, todos eles. Foram contra as regras da sociedade, dos preconceitos, para ficarem juntos até hoje.
Isso me faz perguntar se e qual é a minha história com Rafael Laurent. Não somos perfeitos, não somos o melhor casal nem de longe. Isso feria um pouco. Fere mais ainda quando percebo que talvez nossa história não deva acontecer.

Olhei para a família reunida. Contei minha história para Kevin pela primeira vez mesmo que os ouvidos de Diego tenham ouvido mais de três. Após terminar levantei e disse que iria tomar ar. Antes que eu pudesse sair senti alguém vindo atrás de mim. Não ousei olhar para trás até estar do lado de fora. Não só uma pessoa; três.
Irmãos Laurent.

- O que querem?

- Pensei que estivesse indo embora.

- E se eu estiver? - Questionei, ácido. 

- Viemos impedir. - Davi diz, cordial. 

Ainda não consigo me acostumar que ele está me vendo. Quer dizer, seus olhos verdes eram desfoques, ele via apenas como queria ou com a alma. Então agora me vê e posso afirmar que não gosta de mim. Até agora.

- Acho que é um momento só de família. - Por mais que seja engraçado, minha família é formada apenas por dois irmãos e uma criança. 

- Na verdade, é mesmo. - Diego resmunga e Davi lhe dá um beliscão sem disfarçar - Mas... Seria bom que você estivesse aqui quando ele acordar. Vai querer te ver. 

- Não tenho tanta certeza. Mas... Ele disse... Que me amava.

Aquilo não pareceu assustar nem um dos irmãos; fiquei constrangido por revelar aquilo em voz alta. Diego se aproximou de mim, não como um caçador ou algo parecido. Sua boca ficou em uma linha fina de descontentamento antes que ele começasse a falar.

- O que você sente por ele?

- Tudo. Não consigo explicar melhor do que isso. Sinto muito.

- Você... Sabe que ele é encrenca, um pouco infantil, um tanto de tudo.

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora