Capítulo 58

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Gabriel

Antes que eu pudesse falar algo - eu nem mesmo sabia quais palavras sairiam da minha boca -  uma explosão aconteceu. O portão da frente foi derrubado por um carro. A atenção de todos, até daqueles que queriam linha cabeça em uma bandeja, viraram naquela direção. Olhei para o homem ao meu lado e vi um sorriso convencido  no seu rosto.

- Você sempre pensando nas coisas. - Murmurei lhe acertando um leve soco.

- Sempre.

A primeira janela abriu antes que qualquer pudesse digerir o que de fato aconteceu e Ed mostrou a cara. Olhei para aquele rosto que ostentava um sorriso maligno e divertido no rosto. Ele chamou meu nome.

- Viemos o mais rápido possível, garoto!

Lhe estendi um dedo bem escolhido antes de agir. O modo zumbi dos meus irmãos foi desativado e eles ergueram as armas para o carro. Então outro carro chegou. Depois mais outro até formarem dezena de carros em um único lugar, no jardim que agora cheira  a borracha queimada e gasolina. O ar ficou mais denso quando vi as pessoas que saiam empunhando armas e facas. Diego, Kevin, William, Valentim, Andressa, além de Ed que carrega não uma mas duas armas, Caleb tambrm estava ali ao lado do marido e mais pessoas que eu ainda não conhecia e que, entretanto, estavam tão armadas quanto. Meu peito afundou em um agradecimento antes de eu olhar para Rafael, que sorria para mim. PARA MIM.

- Todos estamos por você.

- Vocês são louco. Sua família é louca.

- Você faz parte dela agora. Então lute como um Laurent. - Ergui minha arma e decidi a partir deste momento que nunca mais baixaria minha cabeça a alguém. - Esse é o meu garoto.

O silêncio prevaleceu naquele jardim que virara apenas um campo de dor e agora, um campo de guerra. Olhei para meu pai, ele foi o primeiro a dar um passo, ainda que hesitante, para o meio de todo o caos e as pessoas armadas que mais se pareciam estátuas. Caso eu decidisse desenhar esse momento eu chamaria de Silêncio Caótico.

- Nada acontecerá aqui! Todos para fora!

- Gabriel vem conosco. - Diego grita por cima.

Ninguém fala nada. Nossos olhares se cruzaram e o irmão mais velho dos Laurent deu uma piscadela para mim. Sinceramente achei que me mataria quando soubesse o que eu pretendia,  talvez ainda queria no mínimo me estrangular, mas está aqui pelo irmão. Por nós.
Então encontrei o olhar do meu pai mais além. Aqueles olhos azuis eram lascas de gelo que podiam dar queimaduras. Eu sei que não aceita perder, a mínima ideia de sair em desvantagem até com um inseto causaria uma erupção no seu orgulho. Eu soube antes mesmo de ele tirar uma faca do bolso e joga-la na minha direção. - Na direção do meu peito. Uma saraivada de balas soou, mas meu corpo se manteve no mesmo canto, rápido, muito rápido foi assim que pensei e fui jogado abruptamente para o lado. Cai com Rafael em cima de mim. Ele gemeu de dor assim como eu. Balas, balas, gritos.

- Você está bem? - Sussurrei.

- Sim. Você?

Assenti. Mãos nos levantaram e quando dei por mim, eu estava nos braços de Kien.

- Surpreso? Vou ficar ofendido.

Não consegui falar. Um bolo de terror e agradecimento fechou minha garganta, estragou minhas cordas vocais até que a única coisa que eu pudesse fazer para dizer o quanto estava feliz em vê-lo foi abraçar seu pescoço com força. E chorar.

- Também estava morrendo de saudades, irmãozinho. - Kien me abraça com mais força.

Peguei a arma que deixei cair depois de sair do abraço. Rafael falou alguma coisa com meu irmão e este disparou para longe, para dentro da casa que fiquei trancafiado. Aqui, do lado de fora, as coisas estavam confusas. Corpos caídos enquanto alguém gritava:

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora