Capítulo 57

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Consegui me ajustar e agora os capítulos serão mais frequentes! Ainda hoje vai sair o primeiro capítulo de Nos Vemos à Meia-noite, minha nova história, por isso vão lá após lerem aqui! BJS.

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Gabriel

Estavam segurando meus braços e me fizeram ficar de joelhos na grama. As pedrinhas machucaram meus joelhos e meus ombros estão curvados de um jeito que me dá cãibra. Eu estava querendo pedir desculpas, quem sabe chorar. Mas não fui treinado para pedir desculpas, se as pedia era verdadeiramente. - Já pedi desculpas para Rafael que não foram de brincadeira. 

Mas um pensamento me deixava relativamente mais calmo: Rafa está bem longe daqui agora. Ele seria livre pelo máximo de tempo que quisesse e eu ainda tinha esperança de que sua infância não tinha sido totalmente arruinada. Ele ainda poderia ser feliz. 

Feliciano parou na minha frente e deu um sorriso sádico. Ele se divertia com a dor. Não era como Rafael Laurent; ele se divertia com a dor e logo depois fazia dar dor, o prazer. Não só para si como para quem estivesse com ele. Rafael Laurent não é mal, mas também não é uma criança. Ele tinha noção do que estava fazendo, ou pelo menos torci para que tivesse. Aonde quer que esteja agora.

- Espero que sinta muito porque seus irmãos estão furiosos. E eu também. - Cuspi perto das suas pantufas ridículas - É assim? Certo. 

Um chute foi acertado no meu rosto por alguém à direita. Não vi quem era e pouco me importei. Seria lento, eu tenho certeza disso, mas quem disse que eu não merecia? Espero muito que aproveitem, afinal, só tenho uma única vida. Uma única chance para eles então. Olhei para cima e vi meu pai, aquele homem que me criara para ser uma máquina fria e mortal, ele estava fazendo dezena de máquinas agora e eu me perguntei, por um único segundo, se eu seria capaz de perdoá-lo. O vento sussurrou a resposta. 

Os garotos que estavam segurando meus braços começaram a me beliscar em cantos diferentes das minhas costas. Forte o suficiente para que deixassem hematomas, eu aposto. Nada que eles fazia era para deixar uma marca. Só de pensar que eu era assim me deixa com vontade de vomitar; não seria de todo mal estragar a diversão deles com minhas tripas para fora. Que pensamento horrível! 

Então ouvi antes de ver. Meus irmãos e irmãs gritaram de uma só vez e o barulho me arrepiou por completo antes que eu fosse largado na grama sem um pingo de gentileza. Olhei naquela direção, perto de onde eles treinavam e vi a grama queimando e espirais de fumaça negra indo até o céu. Alguém jogara uma grana ali e acertara dezena de pessoas; uma bola de boliche eliminando os pinos. Daquela direção, a bomba só poderia ter vindo de...  

- Filho da puta! - Feliciano gritou no meu lugar. 

Rafael. Meu Rafael. Está se agarrando à janela e ainda segura outra granada. Não consigo ver seus olhos, não consigo se quer saber se não que me acertar. Mas consigo ver... como está tenso. Sua mão balançou para frente e para trás antes que ele decidisse jogar o segundo explosivo. Foi a deixa para que minhas pernas agissem com toda a força que tinham. Corri alguns metros antes de ser derrubado por alguém. 

- Você fica! - Talvez o nome dele seja Pablo. Não lembro, não quero saber. Estiquei minha mão e por pura sorte eu encontrei uma pedra do tamanho de um tijolo. Foi preciso um golpe para que eu fosse libertado das suas garras. O cheiro de fumaça se intensificava e tossi enquanto corria.

Entrei na casa e corri na direção do arsenal; onde ele está.

A porta estava trancada e tive que bater diversas vezes e afirmar estar sozinho para que ele me deixasse entrar. Quando finalmente passei para dentro, respirei, aliviado apesar da dor nas costas e no rosto. 

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora