Capítulo 18

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Rafael Laurent


Às oito e trinta chego à casa dos meus pais.

Na verdade, foi a hora em que parei em frente à porta dos meus pais. Só consegui entrar quando percebi que as vozes lá dentro eram dos meus irmãos e de Gideon. 

Ele estava conversando com Hall e Caleb. 

Noto que nossa família aumentou bastante de cinco anos para cá: Summer está com onze anos e meio, Max com nove. Hall está com mais músculos e Caleb mais alto. William e Davi conversavam com meu pai e Taiwan está conversando com Kevin sobre algo. O que eles poderiam encontrar em comum? Minha nossa que confusão. De novo, parece estranho tê-lo perto da minha família. De novo, não gosto disso.

- Rafael! - Minha mãe aparece na sala de estar segurando uma taça de vinho. Tinha esquecido que ela gostava de vinho seco. Na verdade, apenas ela e meu pai gostavam. Ela deixou a taça na mesinha de centro e me abraçou. 

- O que ele está fazendo aqui? - Murmuro contra sua orelha e seus cabelos. 

- Eu o convidei... Ele parecia precisar. 

- De um encontro com a nossa família? Aposto que não, mãe. 

Antes que ela pudesse falar algo como "Não estou gostando do seu tom",  Gideon se aproxima. Ele está usando uma camisa branca que dá destaque demais em seus olhos azuis e uma calça preta apertada. Apertada demais. 

- Gostei da sua família. - Ele diz.

Minha mãe tinha sumido. Acho que puxei isso dela, mas odeio quando ela faz.

- É bem diversificada. - Ele diz.

- Estranha, você quis dizer. 

- Bom... É. - Ele cora e coça a nuca. - Mas as boas famílias são boas por isso não é? Cada qual com suas manias... Sua sobrinha é inteligente, seu sobrinho é engraçado e seu outro sobrinho... Bom, não tive tempo para falar com ele ainda. Seus irmãos são... além de bonitos, são espertos... sua mãe e seu pai... gentis. 

- Quer falar a qualidade de todos? Espere até conhecer os defeitos. Odeio estar aqui... Vou tomar um ar. 

O deixei onde estava  e fui para o jardim. Nossa, como eu preciso de ar, como preciso pensar. Não sei o que senti quando o vi, mas acho que vergonha é uma palavra que chega bem perto. Ele não me conhecia, mas acabou de conhecer minha família esquisita, já soube de história devido à minha mãe. Ele armou uma personalidade minha agora, e por mais que eu ansiasse saber o que pensa de mim, tenho vergonha.

O vento frio me abriga. Acabo parado em frente ao portão e penso, na verdade, considero fortemente ir embora. E iria se a voz de Diego não tivesse me tirado a ideia de repente. Eu não sabia que ele estava me observando, mas a observação foi algo que aprendemos ao longo dos anos, como nosso pai nos ensinou. Observe, mas não tente adivinhar, você saberá se for atrás. É o que Diego está fazendo e por mais que eu não tenha me virado para falar com ele, sinto que ele vai começar a falar logo. Mas Diego não fala, quem fala é Kevin.

- Achei ele bem íntegro. 

Logo depois a voz de Davi.

- Achei ele meio assustado pela voz. Quando apertou minha mão, estava gelado. 

Os três estão aqui. 

- Do que estão falando? - Sussurro.

- Do seu convidado. - Diego ri. - Não achei que fosse estar vivo para ver tal coisa acontecer.

Rio.

- Ele não é meu convidado. Eu nem sabia que ele estaria aqui. Isso foi ideia da...

- Nossa mãe. - Os três completam.

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora