Taiwan
Ontem eu saí apressado porque estava nervoso temendo como vara verde. Minha cabeça estava latejando enquanto os pensamentos erravam o gol das respostas. Havia um X, eu estava caminhando para ele, só não conseguia aceitar que era mesmo real. Digo, minha realidade, neste exato segundo!
O encontrei em frente a um restaurante de comida italiana.
- Oi. - Tento sorrir, acho que foi mais uma careta. Eu não conseguia disfarçar meu nervosismo, meus dedos tremiam.
- Oi, lindo. - Gerson responde e beija minha bochecha.
O beijo demorou mais que o necessário e isso fez com que o calor se espalhasse nas minhas orelhas. Meus dedos estão no bolso da calça agora.
- Vamos comer. Depois podemos ir para minha casa. - Gerson pede minha mão. A pego e entramos.
O lugar é lindo e cheira a molho, a massa, água fervida. Meu estômago quis tanto morar naquela cozinha que me senti tentado a perguntar se podíamos entrar lá para ver o processo da comida até chegar à mesa.
Sentamos em uma mesa perto de uma janela com grande dourada.- O que você fez essa semana?
Então contei. Ele estava tão empolgado para me ouvir que fiquei empolgado em lhe contar. Passamos os primeiros minutos assim, Gerson pedindo que eu falasse sobre tudo e contando coisas apenas para me fazer rir.
- Gosto do seu sorriso, Ty.
Ele já tinha me dito. Mas não me canso de ouvir de novo, de novo, de novo.
Eu também não deixava que algumas pessoas me chamassem de Ty, apenas Will e minha família. Não ligo. Gerson tinha aquele jeito conquistador que me deixava de pernas bambas mesmo sentado, me deixava sem palavras mesmo quando eu tinha tópico de assuntos de A a Z. Eu só conseguia... encará-lo e sorrir.Em determinado momento em que estava contando de Will e Davi, de como eles me acolheram sem nenhum problema - Só ocutei que Davi é um Laurent -, eu senti que Gerson pegou minha perna. Ele simplesmente se abaixou na mesa e fez minha perna subir até sua virilha.
- Gerson... Daqui a pouco o garçom vai estar aqui.
- Não tem problema. Lide apenas com a sensação de perigo.
Senti seus dedos habilidosos desatarem meus cadarços com cuidado, mas com pressa. Meu pé tocou no pau dentro da calça ainda, estava duro, estava pulsante. Quente e perigoso. Tive o instinto de olhar para os lados, mas ninguém parecia prestar atenção em nós, ninguém parecia saber que eu queria colocar Gerson naquela mesa e transar com ele ali. Mas isso durou pouco tempo. Tirei meu pé depressa de onde estava quando o garçom surgiu no corredor. Ele estava trazendo nossos pratos em uma bandeja de prata.
O garçom parece não saber o que estávamos fazendo ou fingiu não saber. De qualquer modo fomos deixados sozinhos de novo, e meu pé voltou aquele lugar, o encaixe perfeito do meu pé nas suas coxas.
A casa de Gerson não era muito longe da de Rafael. Era tão grandiosa quanto - mesmo que o caçula Laurent diga que é uma casa modesta - e tão luxuosa quanto.
- Meu quarto é o da direita. Você quer alguma coisa, lindo?
- Água. Vou subir, certo? - Recebo um beijo como resposta.
Ao entrar no quarto me deparei com uma cama enorme envolta de paredes verdes quase brancas. O quarto estava limpo de móveis, só tendo ali a cama. Contei os quartos de novo, mas só havia esse à direita. Fechei a porta do quarto, sentei na cama, então esperei.
Em poucos segundos Gerson chegou e me entregou um copo d'água.
- Obrigado. Seu quarto só tem a cama?
- Eu me mudei faz pouco tempo. Mas as caixas estão num outro quarto. Vou conseguir arrumar tudo até o final desse mês eu espero.
Então o momento descontraído passou. Ele olhava para mim com uma sede gigante, eu nem mesmo conseguia respirar. Bebi a água o mais rápido que pude e deixei o copo ao pé da cama. Fui então para mais perto dele, devagar, não ousei falar. Achei que se tentasse acabaria gaguejando ou gritando.
Gerson me impediu de tais palhaçadas ao me beijar.
O beijo dele está ficando quente, mais forte, mais... tudo.
Eu sentia o membro dele pressionando o meu, eu nem conseguia saber se ele estava cansado, com falta de ar. Eu não estou sentindo nada a não ser um calor bem no meio das minhas pernas.Caminhamos até a cama. Ele se deitou por cima de mim, o calor dele se espalhando e o meu se espalhando pelo lençol.
Passamos um tempo apenas nos beijando até eu perceber algo estranho.Eu queria estar aqui sim, para transar. Perder a virgindade, finalmente. Mas senti que agora não era o momento certo. Afastei Gerson um pouco para o lado, delicado.
- Tudo bem? - Indagou.
Assenti.
- Só não é o momento certo. Entende?
Gerson sorri, um dedo delicado alisa minha bochecha até que ele concordar com a cabeça. Eu amava quando ele era compreensível.
- Podemos assistir a um filme. O seu preferido: Toy Story.
***
Acordei com uma quentura insuportável. Meu corpo estava travado.
Achei que estivesse em uma paralisia do sono; depois que percebi que Gerson estava muito próximo de mim. Em cima de mim, para ser mais exato.- Gerson...
- Estou quase terminando, lindo. Você... estava me chamando... Eu estou fazendo o que você pediu. Que delícia.
Meus sentidos estavam turvos, mas eu ainda conseguia lembrar de algumas coisas. Acho que chamei por ele enquanto estávamos dormindo? Não consigo controlar meu nervosismo, mas aprendi que é só ficar parado mesmo que a dor seja quase insuportável. Mesmo que pareça que nunca vai acabar uma hora acaba mesmo.
Depois que gozou dentro de mim, Gerson saiu da cama e demorou para voltar. Encarei o teto como se nele estivesse a razão da vida, como se tudo que eu estivesse vendo fosse uma mentira, agora essa é a verdade, uma tela em branco. Mentira.
- Você sangrou um pouco quando entrei - a voz dele surgiu ao meu lado quando nem mesmo o vi entrar -, deixa eu ajudar você, amor.
É a primeira vez que ele me chama de amor. Foi na minha primeira vez. Apesar de eu não lembrar de ter começado fico feliz que ele esteja contente. A dor vai diminuindo quando Gerson se deu ao trabalho de colocar um pano morno entre minhas pernas. Depois ele me chupou até que eu chegasse ao êxtase e ao cansaço de novo.
Dormimos, mas eu ainda sentida a dor.
Sai da casa de Gerson logo depois de acordar de um cochilo. O deixei dormindo, apenas me levantei e dei um beijo em sua bochecha. Mais tarde eu lhe mandaria uma mensagem. O que as pessoas dizem para outra quando perde a virgindade? "Foi legal, obrigado"?
Distraído, não percebi que estava tendo uma situação acontecendo naquele beco perto da casa de Rafael. A voz de Will veio na minha cabeça um segundo depois: A curiosidade é perigosa demais para você. Mesmo que queria, resista.
Mas não resisti. Sequer pensei em resistir.
O que vi me deixou congelado. Gideon... Ele...
Foi tentando assimilar o que tinha acontecido, toda a cena desde o começo, que não percebi o perigo que era de estar ali, parado feito um idiota. Os olhos azuis me encontraram de repente, olhos que achei que fossem frios, calmos, lentos. Bom, ainda eram assim, mas não como gelo calmo e calmante e sim como chamas perigosas e azuis.
Disparei pela mesma rua que vim sem pensar duas vezes. Não tinha nada para se pensar, a única coisa que eu queria era meu braço inteiro, não em dois como o daquele cara jogado na calçada que ainda rugia de dor.Ousei olhar para trás uma única vez. Isso fez com que meu coração pulasse mais rápido ainda. Gideon era rápido. Muito rápido. Ele me derrubou assim que pensei em correr mais rápido do que já estava. Não tive chance.
Eu estava nas mãos dele. E elas machucavam.
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Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)
RomanceRafael Laurent é o mais novo, o mais sagaz e misterioso dos irmãos Laurent. Gideon veio de muito longe, deixou várias pessoas para trás e chegou para cumprir um objetivo difícil. Uma mistura de mistério, sexo, descobertas de sentimentos e loucura...