Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)

Capítulo 31

Rafael Laurent

Abro os olhos de uma vez e percebo que meu coração está acelerado demais. Olho para o homem ao meu lado, a pele quase albina e os cabelos negros caindo em cascatas onduladas pelas suas maçãs do rosto; mesmo dormindo, ele fica vermelho e me pergunto se está tendo um sonho erótico. Se está sonhando comigo.

Minha cabeça lateja. Tenho quase certeza de que estive tendo um pesadelo e havia muito sangue, mas não sabia de quem eram as vozes, estava tudo muito confuso e meu subconsciente quer me mandar alguma mensagem, tenho certeza disso. Levanto da cama e vou ao banheiro. Os azulejos são pretos e a luz me cega assim que entro, por isso decido tomar banho com a luz apagada. Aproveito para pensar, aproveito para dizer que sim, existe um homem na minha cama e fizemos sexo várias vezes e em todas elas fora magnifico, é o mesmo homem, friso na minha cabeça, de alguns dias, é o homem que aborda meus pensamentos. O inquilino na minha cabeça está comigo e eu o dominei.

Isso foi o bastante para me deixar duro de novo e desejei que Gideon acordasse e me pegasse aqui, no escuro, duro. Tento deixar a água gelada agir e por bem, resolve.

Acabo me vestindo e quando estou amarrando meus sapatos, ele acorda. Coçando a cabeça e com um olhar confuso para o teto, aposto que se perguntando onde está.

— O que foi?

— Nada. — Respondo.

— Eu estou... dolorido e ao mesmo tempo... satisfeito.

— Bom, eu ainda não.

Ando até a cama lentamente e ele se levanta em um pulo, arrastando o lençol branco consigo, cobrindo a beleza que é seu corpo desnudo. O olho, raivoso. Mas ainda, com certa graça com um sorriso.

— O que foi agora?

— Não acho que posso fazer sexo agora, Rafael. Só me dá um tempinho.

— Escute... O que você... O que nós fizemos ontem?

— Como assim?

— Eu acho que fiquei esgotado.

— Ficou. Mas não te culpo, você quis fazer algo... Quis que eu... Bem...

— Pode dizer.

— Acho que você me pediu para lamber você enquanto, ao mesmo tempo, te masturbava.

Clássico, penso.

Termino de me vestir em silêncio. Minha cabeça lateja e tenho certeza de que estou esquecendo de algo, mas não sei bem o quê. É aí que percebo que uma noitada de sexo nunca tinha me deixado tão esgotado, não quando eu conseguia energia de onde não tinha. Mas acabei usando mais do que possuía com Gideon. É bom saber que ele sabe de alguns detalhes que talvez possamos repetir depois. Ajeito o cabelo em frente ao espelho e de repente me lembro o que havia esquecido. A dor de cabeça piorou; minhas têmporas latejam.

— Droga.

— O que...

— Tenho que sair. Vamos.

— Não posso ficar?

O olho. Eu realmente queria que ele ficasse, mas não tenho tempo para discutir isso agora.

— Não. — Digo. — Alguém pode chegar aqui e te fazer mal, aquele tiro que você levou já foi o suficiente para mim por isso, você vai se vestir em vinte minutos, eu paro em algum lugar para comprar café para você e depois, trabalho.

O rosto dele assumiu um tom rosado e ele assentiu.

— Vinte minutos. — Repito e ele larga o lençol para ir ao banheiro.