Gideon Palasto
Olho para o homem dormindo na cama. Olho para o copo batizado ao lado dele. Havia diazepam naquele copo, remédio esse que ajudou esse homem a dormir antes que pudesse retirar suas calças. Fico olhando-o por um tempo, não sei se consigo me sentir bem pelo que fiz, mesmo estando em uma boate e sabendo que meu trabalho é fazer sexo com esses homens, simplesmente não consigo, me sinto errado. Sinto raiva e asco de mim mesmo. Mas o que fazer quando foge de casa por ter pais horríveis que te agrediam e ser negado por várias empresas porque você se quer sabe ler corretamente? Essa é minha história de vida. Não terminei o ensino fundamental, trabalhei para o meu pai durante o dia e durante a noite ajudava minha mãe no que podia, mas isso só quando meu pai dormia pois ele odiava que eu ajudasse em tarefas "de mulher".
Saio do quarto.
Verifico o corredor e quando não vejo ninguém perambulando por aí, vou para fora da boate e respiro ar puro. Puro entre várias aspas, o ar do campo é mil vezes melhor.É o meu terceiro dia aqui.
O homem que me contratou é extremamente arrogante, ouvi rumores nos corredores dos garotos que já trabalham aqui durante um tempo que, o antigo dono era simpático, até bondoso, mas veio a falecer há meses e agora o tal de Dylan ou como chamam mais, Diabo, assumiu os negócios. Mas nem tudo acaba aí. Ele vendeu o lugar para outra pessoa que ninguém sabe quem é ainda, mas com certeza deve ser outro ignorante safado.
Outra pessoa abre a porta, o que me assusta e quando penso e correr para me esconder, já sou segurado pelo braço.- Achei um ratinho fujão!
Olho para Diabo.
Não tento nem mesmo explicar. Estava mesmo tentando dar um tempo do trabalho, coisa que ele nem pensa. Olho para a cara do sujeito e espero que ele fale alguma coisa, seu olhar em mim demora de mais e me sinto nervoso.- Cadê o sujeito que estava com você?
- Ele... Caiu no sono. Já terminei.
- É mesmo? - Ele pergunta sorrindo. - Mostra.
- O-o quê?
- O dinheiro. Ou você faz isso de graça?
Engulo em seco. Não há nenhum dinheiro nos meus bolsos. Penso rápido.
- Eu já disse, o sujeito caiu na cama, apagou e ainda não peguei a grana. Se liga.
Diabo aperta meu maxilar com força, sinto a ponta dos seus dedos nos meus dentes praticamente e minha nossa, dói bastante.
- Você é esperto Gaydon.
- Gideon. - Repito. - Esse é meu...
- Não me interesso. Fica pra limpar com os outros depois.
Diabo cospe na grama antes de sair batendo a porta. Tento respirar com mais calma, escuto os gritos dele vindo de dentro do Hot o que só me deixa com mais vontade de ficar do lado de fora. O movimento está fraco.
As pessoas estão passeando. São dez da noite.
Daqui a pouco irá lotar. Como sei disso? Simples. Não há nada que um homem pense mais do que sexo.***
Minhas costas doem.
Terminei de limpar o chão há duas horas e tomei banho há meio hora, tento dormir há dez minutos e nada. Sinto apenas a dor nas costas, infernal.
Hoje é sexta-feira, um dos dias mais lotados, meu suprimento de diazepam está quase no fim e suspeito que há apenas uma dose para hoje. Não furtei aquele homem, tive que ficar sentado na cama ao lado dele enquanto ouvia-o roncar como um porco. Aproveitei e, sorrateiramente, peguei seu celular que não parava de apitar, usei sua digital para o desbloqueio e respondi às mensagens desesperadas da esposa dele.
" Onde você está? Arranjou o que com seus amigos? Seu safado! Se chegar em casa com cheiro de outra eu acabo com você! Esta avisado! Seu filho da mãe!"
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Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)
RomanceRafael Laurent é o mais novo, o mais sagaz e misterioso dos irmãos Laurent. Gideon veio de muito longe, deixou várias pessoas para trás e chegou para cumprir um objetivo difícil. Uma mistura de mistério, sexo, descobertas de sentimentos e loucura...