Capítulo 9

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[ATENÇÃO: ESSE CAPÍTULO POSSUÍ GATILHOS DE ABUSO SEXUAL, DROGAS, VIOLÊNCIA E PALAVRÕES EXPLÍCITOS. LEIA COM CUIDADO QUERIDO LEITOR E SINTA-SE LIVRE PARA PULAR O CAPÍTULO].


Gideon

O nome daquele barman era Dion. Nossos nomes rimavam e eu ri disso por cinco minutos pois estava levemente alterado. Beber cerveja era bom, eu não me lembrava do gosto, acho que faz mais de um ano que não coloco um pingo de álcool na boca. Também tinha esquecido a sensação gratificante que é sentir-se leve como ondas do mar, indo e vindo a hora que quero. Eu rio bastante, mas também converso demais. Não sou habituado a conversar com estranhos, mas o barman era legal e entendia as palavras que eu não conseguia pronunciar corretamente. Em algum momento eu tinha olhado por cima do meu ombro para verificar se Rafael estava me olhando, mas ele sumira.

Algo dentro em mim explodiu. Era o nervosismo. Como uma rosa desabrochando. Onde ele estava? Não importa, se eu não sair do lugar não vou me perder.

Fiquei sentado e puxando conversa com o barman que vez ou outra pedia um minuto de licença para atender a alguém. Homens, mulheres, acho que vi alguém com uma cabeça de cavalo andando por aí. Bebi a cerveja, mas não era a minha primeira. Era a terceira. Resolvo pedir água. Quando o barman me perguntou se Rafael Laurent iria pagar minha conta eu só dei de ombros e disse que sim, afinal, em primeiro lugar ele tinha muito dinheiro e em segundo, eu sou o convidado dele. Isso era obrigação de Rafael Laurent agora.

Após uma garrafa inteira de água, três cerveja e uma limonada com 25% de álcool (o barman quem disse, mas acho que era mais) eu precisava ir ao banheiro. 

- Onde ficam os banheiros?

- Ande até o final daquele corredor e depois vire a direita duas vezes. 

Porque os banheiros tinham que ser tão longe?

Levantei um pouco grogue e fiz o que o barman Dion me disse e sim, eu tinha achado sem maiores problemas. Os banheiros eram lindos e limpos, nada se comparado aos banheiros do Hot, mas isso poderia ser mudado, eu quem iria providenciar privadas novas. 

Solto um riso alto por pensar nisso.

Entro na primeira cabine. Tenho uma teoria que acho certa: se você acha que a primeira cabine é a mais suja por ser a mais usada, você logo irá usar a cabine do lado, ou a terceira, ou quarta. Logo, a cabine número um será a menos usada, portanto a mais limpa e você não saberá disso se a rejeita. Estou certo? Sim, eu estou. Quando saio da cabine vou em direção à pia e lavo as mãos, os sabonetes daqui cheiram a lavanda. São bons. Olho para meus olhos no espelho, meu reflexo está péssimo. Meus olhos estão grandes e meu cabelo bagunçado e minhas bochechas estão tão vermelhas que parece que levei uma tapa! 

- Exagerei. - Murmuro e decido que a melhor coisa para afastar um pouco a embriagues seria lavar meu rosto com a água gelada da torneira.

A água gelada me faz bem. Não me sinto mais enjoado.

Viro-me para sair do banheiro.

Então paro ao ver o amigo de Rafael Laurent ali, me observando. 

- O que foi?

- Nada. Eu só vou... caralho estou meio bêbado e quando te vi, fiquei pensando da onde te conhecia. Relaxa.

Eu não conseguia relaxar.

- Me espera aqui. Vou acompanhar.

- Não preciso que me acompanhe. Sei o caminho.

- Sabe?

Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora