Minha Submissão | Série Irmãos Laurent-(Livro 4) (Romance Gay)

Capítulo 24

Gideon

Saio do Gin's às cinco e meia. Na verdade, cinco e quarenta. Eu havia terminado a arrumação básica: mesas limpas, chão limpo e bebidas organizadas, só me prendi dez minutos a mais porque o nervosismo me ocupou, mas no fim acabei decidindo fazer o que marquei. Atrasar não ajudaria em nada, mesmo que eu quisesse eu teria que encará-lo de qualquer forma, e o pior, ele poderia aparecer aqui, dar de cara com Rafael e então... Não gosto nem de pensar! Corro pela rua então quando percebo que estou suando eu paro, ando mais devagar, depois aumento o passo e fico nessa repetição até chegar em frente ao carro escuro, uma BMWI8; chamativa, sim, mas discreta. Era melhor que nada. 

A janela baixou e ali estava quem eu tinha de encontrar. Meu coração está acelerado e sei que não é medo, não podia ser medo porque não tenho medo dele... Era outra coisa. Eu estou pensando em Rafael. 

Entro no carro.

***

Às sete e meia cheguei ao Gin's. Encontrei Rafael no balcão, ele estava com os irmãos dois deles. O de cabelos escuros e barba é Diego Laurent, casado com Hall Mendes e tendo uma filha, Summer. Ela é fofa, inteligente e minha nossa, ela adora falar. O outro é Kevin Laurent, que iria se casar e no fim... A noiva morreu. Ele se casou com Caleb, um rapaz que trabalhou no Hot também... Já ouvi histórias dele, e o conheci quando Rafael levou um tiro... Quando eu levei um tiro, no caso. Eles têm um filho, Max. Ele era um pouco tímido, mas era cheio de energia. Me aproximei do balcão a tempo de ouvir o que o mais velho entre eles falava.

- Você parece não ter sorte com relacionamentos. 

Rafael retrucou um pouco grosseiramente:

- Relacionamentos são perda de tempo. 

- Somos a prova que não. - Kevin Laurent retrucou. 

Quando disse oi aos três o assunto morreu. Foi assim de repente, então me pergunto se antes de entrarem no assunto de relacionamentos eles estivessem falando de mim ou algo relacionado a mim. Diego ficou encabulado e Kevin colocou para dentro tudo que estava em seu copo. Rafael era cínico, me encarou descaradamente e disse que "sentiu minha falta", ele não usou essas palavras, mas não é nada que eu queira pensar agora.

- Tive uma emergência. 

- É isso? Não vai se explicar?

- O que quer que eu diga? - O encaro também. 

Pelo canto do olho vejo que os irmãos dele estão se divertindo com o que está acontecendo. Me pergunto se não exista - além dos próprios irmãos - para desafiá-lo. Não gosto de atenção, mas aprendi ontem a falar e mesmo que minha garganta esteja terrível, eu o faço.

- Rafa... Senhor Laurent - digo - tive uma emergência pessoal mais cedo, me desculpe não avisá-lo mesmo que o senhor não veja minhas mensagens e desculpa não ter falado com o senhor também, mas afinal minha garganta está péssima porque ontem você quase me estrangulou e...

Ele tampou minha boca com a mão e eu o mordi.

- Porra!

Kevin e Diego desataram a rir. 

- Não tem a mínima graça, seus... Gideon... - Seus olhos se tornam divertidamente selvagens - Vamos conversar depois. 

- Foi você quem fez isso no olho dele? - Kevin me pergunta e eu assinto meio envergonhado. 

O olho dele tinha ficado meio roxo no início, mas após desinchar ficou vermelho como uma ferida. 

Volto a trabalhar, mas o assunto do relacionamento ainda estava na minha cabeça.

Justamente quando o movimentação estava começando a aumentar Rafael me chamou. Ele tinha colocado luzes led pela maior parte do teto, luzes negras também o que fazia os olhos dele brilharem às vezes. Deixei Dion no bar por enquanto e o segui para fora do Gin's. Quando chegamos ao limite da balada ele agarrou minha cintura de repente e isso me fez perder o ar quase que imediatamente. Fui beijado de surpresa enquanto meus lábios tentavam se acostumar com a invasão da língua dele.

- Não quer retribuir?

- Estou tentando - digo sorrindo - mas você... é muito... apressado. 

- Vou tentar mais devagar. 

Então ele me beijou de novo, mais lento. 

Dessa vez tive tempo para sentir: a língua estava dançando com a minha, quando ia rápido demais eu gemia na sua boca e ele ficava lento de novo. Suas mãos conheciam o meu corpo o melhor que podiam enquanto eu me mantinha apenas nos ombros dele, apertando, o alisando. Tenho medo de demonstrar mais do que quero. 

- Você me mordeu naquela hora. - Diz.

- Você mereceu. 

- Me deu um soco no olho.

- Você agarrou meu pescoço. 

Acho que rimos porque pensamos a mesma coisa: estamos quite. 

- Tenho que voltar. - Digo e me solto do seu aperto. Ele agarrou minha cintura de novo e me colocou contra a parede. 

- Podemos fazer aqui se você quiser. 

Nego veementemente. O medo subindo pela garganta.

- Não. Me largue.

Ele o fez, mas vi que hesitou quando seus dedos soltaram o tecido da minha camisa. 

- Porque você é assim? 

- Eu quem te pergunto! Você só pensa em sexo? 

Rafael exibiu um sorriso que não era nem divertido, nem raivoso. 

- Você é virgem, você quer saber das coisas, mas está com medo.

- Você não é tão esperto. - Digo. 

Seu braço me prende do lugar e o outro também. Estou frente a frente com ele agora e penso que só há uma saída agora que é entre as pernas dele, mas nem ferrando vou me abaixar para passar por ali. Espero que ele fale o que quer, afinal, quando mais rápido começar, mais rápido ele termina. 

Mas Rafael se mantêm calado.

- O que foi?

- Você. Seu tremendo provocador. 

- O quê...

Ele aponta para o meio das minhas pernas e vejo que estou excitado.

Rafael desatou a rir. Quando soquei seu ombro porque odeio que ele esteja rindo de mim, sua língua começou a trabalhar no meu pescoço, passando devagar e chupando, me provocado e me deixando mais excitado. Ele sabia o que fazer, realmente. 

- Tem certeza de que não quer isso?

- Você está dificultando. 

- Ótimo.

Eu ia me entregar, juro que ia. Mas a voz de Elias invadiu meus pensamentos, comecei a pensar nos boatos que rolam pelo Hot e tudo isso se acumulou, foi estressante pensar nisso. A maioria das pessoas se entregaria a esse homem se pensar duas vezes, eu até poderia pensar nesse homem. Mas é a minha vida que está em jogo aqui e não posso arriscar. Eu o afasto.

- Não quero. Não tente isso de novo, vamos manter uma relação profissional.

Fui embora antes que seus braços me prendessem de novo, eu não suportaria uma segunda vez.