Capítulo 5

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Noemi

- Aqui, querida... Toma...

Dona Eduarda me entrega um copo de água com açúcar. Bebo imeditamante procurando me acalmar e arrancar dos meus ouvidos e da minha mente as palavras de Jorge.

- Está mais calma?

Balanço a cabeça assentindo e respiro fundo entregando o copo para Valentina, que o coloca na mesa do escritório e volta sua atenção para mim.

- Eu não acredito que ele esteve aqui, que falou tudo aquilo. Que... que ele foi capaz de falar tudo aquilo de novo... - Valen diz indignada e acariciando minhas costas.

- O que ele disse?

- Que assinou o divórcio porque não me aguentava mais. Não aguentava mais olhar para mim e ver o estrago que eu causava na vida dele...

- Eu não acredito nisso! Esse cara é um monstro, um doente! E além de tudo, é um canalha mentiroso!

Olho para Valentina e depois volto a olhar para dona Eduarda, que está visivelmente nervosa, andando de um lado para o outro.

- Minha secretaria do escritório me disse que ele não queria assinar o divórcio, que ele estava se recusando a assinar. Então, eu peguei o papel e fui até a casa que você morava. Quando cheguei lá, ele estava em uma pose de poder que me deixou enjoada!

- A senhora foi ver ele?

- Eu fui! Fui acabar com ele. Te proteger, Noemi. E eu não me arrependo disso!

- O disse a ele, mãe?

- Eu falei pra ele que se ele insistisse em não assinar o divórcio, eu iria abrir uma queixa de agressão a ele, mesmo você não querendo. E eu iria colocar ele na cadeia, fazer ele ficar na cadeia oelo resto da vida, tirar a CRM dele e levar ele até o fundo do poço. Muito mais fundo. Muito mais escuro. Muito mais nojento.

Valentina e eu nos entreolhamos, depois voltamos a olhar para ela.

- Ele não assinou o divórcio pelos motivos que ele te disse, ele assinou porque estava com medo de eu acabar com a vidinha medíocre dele.

Fico em silêncio assimilando tudo que ela me disse, então, acabo soltando uma risada e Valentina também começa a rir, me abraçando.

- Do que estão rindo?

- Agora eu percebo que tudo o que a dr. Larissa disse era verdade... Essa era a forma dele me controlar. Me enganando. Me fazendo acreditar que a culpada por tudo, pelos tapas, murros, empurrões, puxões de cabelo, chutes, gritos, era eu...

- Você não tem culpa de nada que aconteceu, amiga.

- Não tenho - sorrio limpando minhas lágrimas. - E talvez o que tenha iniciado tudo isso tenha sido o meu problema, mas mesmo assim, eu não tenho culpa.

- Isso! Isso, amiga!

- Isso mesmo, Noemi! Você não tem culpa. Não tem nenhuma culpa. O único culpado, o único monstro nisso tudo é aquele homem. Você é uma mulher incrível, forte e que vai alçar vôos tão altos, mas tão altos que quando ele ver, você estará pisando nele! Pisando com força.

- Minha mãe tem razão, amiga.

Balanço a cabeça assentindo.

- Estou livre! Estou livre de verdade!

- Você está! Você está, Noemi!

- E agora, querida, agora comece a escrever um novo capítulo na sua história. Uma nova história. Uma nova jornada. E esse passado doloroso será apenas isso, um passado!

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