Capítulo 11

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Noemi

Se passaram 3 meses desde a morte da pequena Aurora, nesses meses eu me senti extremamente exausta emocionalmente. Olhava para Valentina e para Pedro queria arrancar toda a dor que ambos traziam no peito, mas os dois são tão fortes que estão seguindo a vida, tentando esquecer a dor e deixar apenas as lembranças boas da gravidez reinar em seus corações.
Talvez seja seja a coisa mais difícil...

- Oi amiga... - digo assim que Valen senta a mesa que estou almoçando. Ela sorri. - Tudo bem?

- Eu tô bem. Estava vendo a Paulinha. Ela parece melhor. Vai receber uma transfusão de sangue.

- Ela é guerreira.

- Sabe quem vive lá?

- Eu não, quem?

- O enfermeiro Felipe! Ele é um doce com a Paulinha. Amável com a mãe. Ele sabe cuidar dos pacientes, em especial, da Paulinha.

- Bom... esse é o trabalho dele.

Valentina da uma gargalhada fraca.

- Não gosta dele?

- E por que eu gostaria dele, Valen? Bom, eu gosto dele como um amigo. Somos apenas amigos.

Ela franze a testa.

- Não sei, algo me diz que aí tem coisa a mais.

- Ele é um amigo. Assim como você e como o Pedro.

- Amigo? Não tenho certeza disso.

- Você é doida!

Rimos, quando faço menção de beber um gome do meu suco, fito Catarina na porta do refeitório, procurando por alguém, então me levanto perguntando:

- Catarina? Tudo bem?

- Eu queria, eu queria conversar com a doutora Valentina.

Valentina e eu nos entreolhamos, entao, Valen franze a testa, e se levanta caminhando até Catarina.

- Bom, vamos para um lugar silencioso. Vem comigo...

Ela pega a mão de Catarina e as duas sai da sala de refeitório.
Volto a me sentar e bebo um gole do meu suco, então Felipe, o enfermeiro, adentra ao ambiente e assim que me vê, abre um sorriso largo e acena, sinto meu corpo tremer, e então aceno também, e sorrio colocando meu copo na mesa.
Depois do meu ataque naquele dia, Felipe e eu acabamos nos aproximamos, como amigos, e sempre que podemos e que temos tempo, conversamos.
Ele senta em uma das mesas e conversa com um médico, então percebo que é o chefe da oncologia pediátrica, respiro fundo sabendo que ele deseja informações sobre a pequena Paulinha. Felipe está apegado a menina e não está sendo fácil ver a dor que ela vem passando para conseguir vencer a doença.
Quando faço menção de ir falar com ele, vejo Catarina passando pelo corredor rapidamente, levanto pegando meu celular e corro, logo fito Valentina sentada em uma das cadeiras do corredor, sento ao lado dela.

- O que aconteceu?

- Aquela garota... ela... Mi, Ela disse que queria me dar a filha dela. Ela disse que não quer ela, que não pode ficar com ela. Que a gestação foi um erro gigante.

- Meu Deus...

- Ela disse que sabia que eu tinha perdido uma filha, e que então iria me dar a própria filha para mim... Ela sabia até o nome da Aurora.

- E o que você disse?

- Disse que não. Eu disse para ela pensar melhor. Tentei fazer ela entender que isso era uma decisão precipida... Mas ela ficou nervosa e saiu andando.

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