Capítulo 42

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Noemi

Nenhuma dor se compara a dor que senti estando ao lado do Jorge, nenhuma. Mas o que estou sentindo nesse momento depois de saber que Felipe brincou comigo, brincou com o que eu sinto por ele, é tão grande, tão grande que talvez chegue perto.
Estou andando de um lado para o outro, tomei um banho na esperança de conseguir me acalmar, mas a sensação de sufocamento não me deixava em nenhuma momento sequer.
Felipe não levou as caixas de cerveja, e não consigo entrar na minha sala e ver aquelas caixas lá, mostrando qual é o meu valor, mostrando que o que Felipe sente por mim se resume a nada!
Sinto um enjoo me invadir, imeditamante levanto correndo até meu banheiro, e no mesmo instante, acabo vomitando.
Quando percebo que acabou, me levanto devagar, ainda tremendo e lavo minha boca, meu rosto e minha nuca, tentando me recompor, mas é impossível.
Volto para meu quarto e sento na cama, quando faço menção de deitar, fito Valentina entrando no quarto, no mesmo instante que a vejo, desabo em lágrimas, Valentina corre e me envolve em seus braços.

- Valen...

- Calma, calma! Eu estou aqui amiga, estou aqui... calma... Shiii

- Por que? Valen...

- Calma...

Sinto como se o meu mundo todo tivesse sido reduzido a ruínas, como se um buraco enorme tivesse aberto e eu cai dentro dele dele uma só vez...
Fiquei abraçada com Valentina, chorando como uma criança, e todos os momentos que passei ao lado do Felipe passam em minha mente como se fosse um filme, então sinto uma dor em meu peito, me afasto de Valentina, ela segura minha mão que está tremendo, dessa vez um pouco mais rápida, olho para Valen e ela percebe que estou assustada.

- Calma..

- Res... Eu não consigo...

Começo a sentir uma dificuldade gigante para respirar, Valentina me mostra uma respiração controlada, mas é impossível conseguir.
Minha respiração está descompassada e não consigo respirar direito, é como se tivesse tudo fechando.
Quando faço menção de tentar falar, minha vista escurece e de repente, não vejo mais nada.
Abro meus olhos e percebo que estou em uma maca que está correndo por um corredor, ao meu lado, também correndo está Valentina que diz algo, mas não escuto, ela sorri fraco e ao mesmo tempo preocupada e coloca uma máscara em meu rosto, máscara de oxigênio, que me ajuda a conseguir respirar um pouco melhor.
Tento dizer algo, mas mais uma vez, minha vista escurece e acabo desmaiando.

Abro meus olhos devagar e sinto o peso das mãos de alguém em cima da minha mão, respiro fundo percebendo que consigo contar minha respiração.
Em meu braço direito tem um acesso que leva até uma bolsa de soro, e em minha mão, um medidor de saturação, no meu braço esquerdo tem um medidor de pressão e as mãos que sinto em cima da minha, é a mão de Valentina, que abre um sorriso largo assim que me vê acordada.

-

Estou no hospital?

- Você me deu um susto e tanto. Depois que desmaiou, tive que pedir ajuda para uns vizinhos seus.

- Desculpe...

- Não precisa se desculpar, Mi... Está tudo bem, ok?

Balanço a cabeça assentindo.

- Tive uma crise, não tive?

- Um pouco mais forte. A Dra. Helena esteve aqui, ela vem mais tarde conversar com você.

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