Capítulo 14

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Noemi


- Pedro!

O chamo assim que fito Pedro conversando com uma mulher, assim que me vê, ele sorri fraco e caminha até mim.

- Noemi... Tudo bem?

- Sim. Me trouxeram de volta. Onde está a Valen?

- No quarto. Essa aqui é a assistente social Nancy. Nancy, essa é a doutora Noemi, ela é da família.

- Prazer, doutora! Cheguei agora também e estou aqui pelo bem estar da menina.

Balanço a cabeça assentindo.

- Pedro, vou ficar com ela, está bem?

- Claro! Ela precisa de você.

Abraço Pedro e então subo para o andar de cima da casa, logo dou duas batidas na porta do quarto de Valentina e abro, assim que nossos olhares se cruzam, sorrio fraco e adentro ao quarto fechando a porta.

- Você está bem? - Pergunto.

- Sim. Como, como está tudo lá?

- A assistente social acabou de chegar. Ela está conversando com o Pedro.

Valentina abre a boca para dizer algo, então se interrompe quando escutamos o chorinho da crianca vindo pela babá eletronica.
Logo saímos do quarto e em seguida entramos no quarto da pequena Aurora.
Vejo os pezinhos mexendo no berço, caminho até o berço e sorrio ao ver a bebê, tão linda, tão pequena e tão indefesa... Com calma, pego ela em meus braços.

- Oh, oi, pequena! Oi...

Me sento na cama de solteiro e começo a balançar a bebezinha tentando fazer ela para de chorar e consigo.

- Está tudo bem com você, querida. Está tudo bem...

Olho para Valentina e percebo que ela está aérea, confusa, andando de um lado para o outro, então ela começa:

- Eu, eu perdi a minha filha há 3 meses atrás.... A, a, a babá eletronica estava no sótão, dentro de uma caixa com muitas coisas, eu fui até lá pegar para eu saber quando ela acordasse. - lágrimas descem por suas bochechas. - O meu leite estava secando, eu não estava mais estimulando, e ele estava secando. Então, essa criança, esse bebê, essa linda bebê estava com fome e eu pensei: se ela sugar, talvez o leite volte e eu consiga alimentar ela. E ela conseguiu. Agora, agora, eu tenho muito, Noemi, muito leite, estou com febre e eu estou com ódio dessa garota que abandonou a própria filha!

Valentina desaba em lágrimas, me levanto.

- Amiga...

Coloco a menina no berço, e então caminho até Valentina e a abraço.

- Calma... Calma, amiga!

- A minha Aurora morreu...

- Eu sei, eu sei...

Sinto algumas lágrimas abandonarem meus olhos, aperto Valen contra meu corpo e ficamos abraçadas por alguns minutos, então quando Valen consegue se acalmar, nos afastamos, ela limpa suas lágrimas e também limpo as minhas.

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