Capítulo 8

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Felipe

- Bom dia, mãe!

Digo após beijar a testa da mamãe e sentando em na cadeira pegando uma xícara e colocando café.

- Bom dia, meu filho! Não vi você chegando. Já vai começar outro plantão?

- Sim! Antes vou passar no mercado. Quero comprar uma coisa que uma paciente da pediatria pediu muito.

- Você é um enfermeiro tão doce. Os pacientes tem sorte de ter você, querido.

Sorrio e como num passe de mágica, a Dra. Noemi vem em minha mente. Essa semana estive na obstetrícia e pude ver sua forma de tratar suas pacientes, um forma tão dócil, delicada, gentil... Encantadora.

- Lipe? Está me ouvindo?

- Oi? Não... Desculpa, mãe, eu estava com a cabeça em outro lugar.

- Estava? Essa sua carinha aí diz que sua cabeça estava pensando em uma mulher... Estou certa?

Bebo um gole do meu café.

- Sim! Seu silêncio me confirmou. Quem é ela? Estão namorando?

- Para, mãe! Para com isso - falo rindo. - Não tem nenhuma mulher. E não estou namorando com ninguém. Deixa de bobeira.

- Querido, está na hora, não? Cíntia é passado e você precisa pensar no seu futuro.

Respiro fundo.

- Mãe, eu estou bem me dedicando apenas ao meu trabalho.

- E dedicado a ficar galinhando por aí com qualquer garota!

Dou risada.

- A propósito, vou dar uma saída com uns amigos hoje.

- Novidade. Você só não sai de noite quando está de plantão.

- Como diz a senhora, preciso pensar no meu futuro!

- Aí, Felipe, vontade de te encher de tapa!

Nós dois rimos juntos voltando a tomar nosso café da manhã
Moramos em São Paulo desde que me entendo por gente, mamãe foi criada aqui, casou aqui e aqui viveu os melhores dias da sua vida.
Depois que meu pai morreu, nós mudamos para um apartamento menor e desde então, somos apenas nós dois.
Minha mãe também é enfermeira, mas já é aposentada. Trabalhou por muitos anos no Hospital Parker, e está aposentada há 5 anos.
Decidi virar enfermeiro por causa das diversas vezes que olhei minha mãe cuidando de um paciente no hospital, e ver ela trabalhando me encantou de tal forma que durante toda a minha adolescência, eu sonhava com o dia que me tornaria enfermeiro.
Estudei, com a ajuda dela, e agora, sou o enfermeiro do Hospital Parker.

Estacionei o carro e saltei para fora, em seguida achei um carrinho livre e entrei no mercado na esperança de encontrar algumas guloseimas para minhas pacientes mirins da ala da pediatria.
Graças a Deus encontro tudo, e logo estou na fila do caixa, olho meu relogio e vejo que faltam 30 minutos para começar meu turno, então, toco no ombro da moça a minha frente, assim que ela vira, sinto meu coração disparar de uma forma desconcertante.

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