Capítulo 63

1.4K 139 6
                                    

Últimos capítulos
Restam:
10 capítulos
+
Epílogo
+
Agradecimentos

Tento imaginar o motivo que Bárbara teve para roubar minha filha, eu juro que tento, mas não encontro nenhum motivo, nenhuma justificativa que possa acabar com a raiva que sinto dela nesse momento.
Fazem dois dias que Vitória foi roubada e desde então, a polícia está investigando, já descobriram que Josué havia sumido e agora, Bárbara também está desaparecida, junto com minha pequena Vitória. 
A polícia acha que Jorge fez alguma chantagem, fazendo com que Bárbara viesse roubar Vitória. Isso é mais provável que tenha acontecido, mas ela teria outra escolha, eu poderia ter chamado a polícia, mas ela preferiu tirar uma bebê pequena da mãe.
E enquanto eles procuram por minha filha, sinto uma saudade tão grande dela, sinto uma dor tão grande que parece que a qualquer momento eu vou morrer.
Não consigo largar sua mantinha, cada linha dela está com o cheirinho da Vitória, estou abraçada a ela, a cada segundo do dia, pedindo a Deus que minha filha esteja bem, que esteja segura e que ninguém faça mal a ela.

- Meu amor...

Felipe surge no quarto, senta ao meu lado na cama, estou cheirando a manta, sela seus lábios em minha testa e deito minha cabeça seu ombro, deixando minhas lágrimas rolarem por minhas bochechas.
Quando nos afastamos, ele limpa minhas lágrimas com seu polegar e beija minha testa mais uma vez.

- Eu não tenho forças - minha voz falha. - Não tenho forças para ficar em pé, Lipe... Como? Como está nossa filha? Como, como, como ela está sendo tratada? Ela, ela está com fome? Com fome, Lipe?

- Meu amor, não vamos pensar nisso. Não vamos nos martirizar dessa força, por favor! Por favor!

- Eu quero minha menina, Felipe... Quero minha menina... por favor - Ele volta a me abraçar, afundo meu rosto em seu peito, ainda abraçada com a mantinha, sentindo o cheiro da minha pequena Vitória. - Vitória!!

- Calma...

Felipe me aperta contra seu corpo, tentando me acalmar, mas é como se nada no mundo fosse mais importante, como se ao tirar Vitória dos meus braços, todo o sentido na minha vida acabasse.

- Calma, meu amor... - nos afastamos, Lipe segura meu rosto. - Por favor, minha vida. Vamos ter força. Força para procurar ela. Força para encontrar ela. Por favor!

Ele limpa minhas lágrimas, beija minha testa mais uma vez, balanço a cabeça assentindo e selamos nossos lábios, quando nos afastamos, Lipe também limpa suas lágrimas e levanta, passando a mão por sua barba.

- Sua tia está na sala...

- Minha tia?

- Sim...

Respiro fundo.

- O delegado está fazendo algumas perguntas pra ela, tentando saber se ela sabe onde Bárbara pode estar.

- Tenho certeza que ela não sabe - levanto, dobrando a manta e voltando a abraçar ela. - Minha tia nunca iria apoiar uma coisa dessas, tenho certeza disso.

- Eu também acho isso, querida! Tenho certeza disso.

- Então vamos pra sala...

Passo por Felipe e não demora muito, já estou na sala, logo fito minha tia Manuela, quando percebe minha presença, ela me encara, tenta sorri, mas parece envergonhada, o delegado levanta e olha para mim e para Felipe.

- Já fiz algumas perguntas pra ela.

- Tia...

Tia Manuela levanta, e posso ver algumas lágrimas abandonarem seus olhos, sinto meus olhos arder e lágrimas se formar.

- Me desculpa, Noemi... Me desculpa...

- Não, tia! Não!

Nos abraçamos, um abraço forte, apertado, cheio de culpa.

- A senhora não tem culpa de nada, tia! Não tem - nos afastamos. - Não tem culpa das escolhas da Bárbara.

- Eu sou a mãe dela, Noemi... Eu deveria ter percebido. O, o, o Josué, o Josué, ele tinha sumido, ela, ela me disse, eu perguntei pra ela onde ele estava, ela disse que estava a madrinha dele. Depois, ela também sumiu, me ligou na quinta dizendo que ia viajar com Josué. Eu pedi pra ela me explicar o que estava acontecendo, eles estavam protegidos em minha casa. Ela desligou. E ela sumiu, minha filha sumiu, eu não a encontro em lugar nenhum. Até que Felipe me ligou e eu me dei conta do que realmente havia acontecido.

Lágrima rolam por suas bochechas.

- Não percebi o que estava acontecendo. E agora só Deus sabe como os 3 estão.

- Achamos que Jorge sequestrou o menino, Josué, certo?

Minha tia balança a cabeça assentindo.

- Achamos que ele sequestrou o Josué e depois procurou por Bárbara. Temos imagens dela no corredor de um lugar. Ele fez chantagem com ela, fazendo ela pegar a menina, provavelmente ameaçou ela dizendo que faria algo com o menino.

- É possível... Aquele homem é um monstro. Eu não acho que ele seja capaz de fazer algo com o Josué, ele ama aquele menino mais do que tudo. Mas Bárbara com certeza ficou com medo e acabou cedendo. 

- Isso é uma coisa que eu nunca faria com ela... - falo soltando a mão da minha tia e sentando no sofá. - Eu nunca entregaria o Josué para o Jorge. Eu nunca tiraria um filho dos braços da mãe, como ela fez comigo.

Tia Manuela fica quieta.

- O que a Bárbara fez não tem perdão, tia...  Ela foi egoísta. Mesmo que Jorge tenha chantageado ela ameaçando o Josué, ela foi egoísta pensando apenas na dor dela. E na minha, nada... E por mais que eu tente entender ela, eu não consigo. Vitória é uma bebê, de dias, pequena, que precisa ser alimentada pelo meu leite para ganhar proteínas, ganhar peso, ganhar imunidade, que precisa de mim e do pai dela para crescer bem e saudável. E ela tirou isso da gente, tirou isso da minha filha... E isso, eu nunca, nunca vou perdoar!


Sento em minha cama, me sentindo péssima por ter falado tudo aquilo da Bárbara na frente da tia Manuela, mas eu não consegui segurar, a raiva que sinto dela é maior do que eu.
Coloco a manta de Vitória aberta em meu travesseiro e após limpar minhas lágrimas, deito minha cabeça na manta, sentindo o cheirinho da Vitória.
Escuto algumas batidas na porta e logo Valentina surge, sorrio fraco e ela também sorri entrando e fechando a porta, logo ela tira seu sapato e sobe na cama deitando ao meu lado, e me puxando para deixar em seu ombro, pego a manta da Vitória e deito no ombro da minha amiga.

- As crianças precisam mais de você do que eu, Valen...

- No momento você precisa mais de mim do que as crianças... E eles estão bem. Estão com minha sogra. E eu não poderia deixar você sozinha nesse momento, estamos juntas na alegria e na tristeza, certo?

Balanço a cabeça assentindo.
Valentina acaricia meu cabelo, e sinto como se estivesse nos braços de uma irmã mais velha, que ao ver a irmã mais nova frágil e sofrendo, pega a irmã no colo e com muito amor e carinho, mostra que ela está ali e sempre estará, para o que der e vier, em todos, todos, todos os momentos da sua vida.
Minha irmãzinha...

- Minha filha, Valen... Onde está no há filha - minha voz falha.

- Vamos achar ela, amiga! Nós vamos achar ela! Te prometo!

______________________________________

FELIZ DIA DAS MULHERES PARA AS MINHAS LINDAS LEITORAS!

Antes tarde do que nunca, né naum!
Até logo!

Destinos Unidos - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora