Capítulo 44

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Noemi

- Você precisa se acalmar, amiga!

- Eu não consigo! Eu não posso acreditar nisso... eu... Meu Deus, com quem eu fui casada? Com quem eu dividi a minha vida?

- Mi, não temos certeza do que aconteceu... Pode ter sido mesmo uma confusão do hospital ou pode ter sido um milagre.

- Mas eu conheço o Jorge... Eu deveria ter desconfiado! Mas é que estava tudo parecendo tão certo. Eu tô com raiva! Eu tô com muita raiva!

Falo andando de um lado para o outro no consultório, e Valentina tentando me acalmar, desde que falei com minha tia e soube que Josué não é o filho biológico de Bárbara e Jorge, que ele foi adotado após eles descobrirem que Bárbara não pode ter filhos, nada, absolutamente nada me tira da cabeça que Jorge criou essa história horrível de infertilidade.

- A minha vida toda eu acreditei que ter filhos era uma coisa que nunca aconteceria comigo! Eu chorei, Valentina, eu chorei dias, noites, eu me culpei... Joguei a culpa de ter um casamento violento em mim! Quando na verdade, tudo era uma mentira!

- Acha que ele mentiu? Que ele fez algo para mudar o foco?

Balanço a cabeça assentindo.

- Eu fiz o exame em um dia, e o Jorge fez no outro dia. No dia do meu exame ele me acompanhou, e no dia do exame dele, ele foi sozinho. E quando saiu o resultado, foi ele quem buscou. Foi ele quem me disse o resultado, foi ele quem me entregou o papel e também foi ele quem disse que nada mudaria no nosso casamento e dias depois um inferno se iniciava em minha vida. Ele, ele trabalhava naquele hospital... Tem alguma coisa, tem alguma coisa que não bate nosso tudo, Valentina.

Valen balança a cabeça assentindo.

- E agora, outra mulher com quem ele é casado, também não pode ter filhos? Que triste, as duas esposas que ele teve não poder dar um filho pra ele? Que vida injusta com ele, não? - debocho. - Isso é muito conveniente, a mesma história, a mesma situação.

- O que pensa em fazer agora?

- Eu vou acabar com ele!

- Noemi...

- Eu senti medo do Jorge por muito tempo, mas nesse momento, nesse exato momento, Valentina, tudo que eu sinto é ódio! Um ódio gigante!

Valentina levanta e pega minha mão, me parando depois de eu andar cada canto desse cconsultório.

- Eu sei, amiga, eu sei que está com raiva. E você esta no seu direito, mas por favor tenta se acalmar, pelo bebê, por você! Se acalma.

- Tudo bem... tudo bem... Pelo bebê... - Valentina me guia até o sofá, me sento respirando fundo e ela senta ao meu lado, sem largar minha mão.

- O que pensa em fazer agora?

- Eu vou até a casa da minha tia...

- E o que você vai fazer lá, Noemi?

- Eu quero olhar na cara dele! Quero que ele explique o por quê - minha voz embarga. - Por que ele fez isso? Qual era o intuito? Qual era o prazer? Qual era o prazer em me ver sofrer? Eu quero saber, Valentina... Eu preciso saber...

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