Capítulo 36

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Noemi

A vida é uma verdadeira caixinha de surpresas mesmo.
Hoje de manhã, eu estava conversando com a Valentina, ela estava bem, saudável, e agora, está lutando pela vida em uma mesa de cirurgia.
Assim que fitei Pedro, imeditamente corri até ele e os pais de Valentina, que estão conversando com dois policiais e um médico, então percebo que é Silas, o médico do trauma, quando me vê, Dona Eduarda segura minha mão.

- E o como estão os 5 jovens?

Pedro pergunta olhando para Silas, com algumas lágrimas abandonando seus olhos.

- Três estão em cirurgia, assim como a Valentina. E os outros dois morreram na hora...

- Por favor, Silas, me mantém informado sobre a saúde deles.

- Está bem! Eu tenho que ir... com licença, chefe!

Silas sorri fraco e então sai da sala de espera, os polícias cumprimentam Pedro e então também sai da sala de espera. Pedro passa os dedos por seus cabelos e senta no sofá, com lágrimas rolando por suas bochechas, posso ver o medo em seu rosto, medo de perder a mulher que ama.

- O que os policiais disseram?

- Um carro com cinco jovens estava em alta velocidade e bateu no carro da Valentina, fazendo com que o carro dela capotasse oito vezes... meu Deus, oito vezes! E agora, - a voz dele embarga. - agora o amor da minha vida está lutando pela vida e ninguém pode vir me dar notícias, porque estão ocupados tentando salvar a vida dela!

- Essa juventude precisa de controle! Precisa de controle - Sr. José diz entre lágrimas e com a voz alterada e nervosa. - Até quando essas coisas vão acontecer? Até quando pessoas inocentes vão se ferir no trânsito por causa disso?

- Eles estavam bêbados?

Dona Eduarda balança a cabeça assentindo e então, soltando minha mão, senta no sofá ficando ao lado de Pedro, coloco minhas mãos no bolso do meu jaleco e respiro fundo sentindo meu coração apertar e minha respiração ofegar, mas tento manter o controle, o controle que minha psicóloga me ensinou, e pareço estar conseguindo.

- Eu sabia que tinha alguma coisa errada... assim que ela não atendeu pela primeira vez. Eu sentia que algo estava muito errado...

- Pedro - sento perto dele pegando a mão do meu amigo e buscando me acalmar, para acalmar ele. - Por favor, não se entregue ao medo. Nenhum de nós - olho para os pais de Valen. - Nenhum de nós vai se entregar ao medo, ao desespero, a angústia. Não vamos! Nós vamos confiar e acreditar que ela vai sair dessa, ela vai superar essa, vai conseguir se recuperar! Por favor, não façam isso, acreditem! Acreditem por ela, está bem? Está bem?

Olho para Pedro, ele está com a cabeça abaixada, chorando como uma criança, pergunto novamente:

- Está bem?

- Está bem - sua voz sai completamente embargada pelo choro.

- Conhecemos a Valentina. Sabemos que ela é forte, valente!

Ela vai conseguir passar por essa, ela tem que passar por essa como a Valentina forte e guerreira que ela é.
Sabe quando suas palavras saem para ajudar os outros, para convencer os outros, mas você mesmo não consegue se convencer?
É exatamante assim que estou.
Pedro, Dona Eduarda e o Sr. José estão angustiados, com medo, desesperados e eu estou tentando manter eles em pé, mas eu mesmo, queria desabar, queria chorar, queria gritar com o destino, queria quebrar alguma coisa, eu queria descontar minha raiva em algo...

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