Capítulo 18

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Noemi

- O que você está fazendo aqui?

- E não é que eu estava mesmo errado? - ele começa a andar pelo me consultório, olhando cada canto. Fico parada, intacta, sem conseguir me mover. - Nunca pensei que você se tornaria essa médica.

Não respondo.

- Me orgulho de você. Conseguiu o que sempre queria. Mas a que custo?

- Vai embora, Jorge!

- Por que? Eu vim conversar, conversar com você. Sem gritarias. Sem ofensas. Então nada de sair correndo, Noemi.

- O que você quer?

- Por que contou a dona Manuela que fomos casados?

- Porque sim! Porque todos devem saber o monstro que você é. Todos devem saber que você é um dos homem mais asquerosos e horríveis do mundo! Bárbara merece saber com quem ela casou.

Ele começa a bater palmas.

- Perfeito! - Ele para de bater palmas. - Era isso, era isso, era exatamente isso que eu dizia quando éramos casados. Tudo que aconteceu entre a gente foi culpa su...

- Não! Não foi! Nada, absolutamente nada do que aconteceu foi culpa minha. Por um tempo eu cheguei a acreditar que sim! Mas não, não, não coloque em mim a culpa por você ser esse homem horrível que você é!

- Eu amo a Bárbara! Amo o quanto ela me faz feliz. Eu amo a Bárbara porque ela me deu um filho, coisa que você foi incapaz de me dar.

Sinto um bolo se formar em minha garganta e meus olhos se enchem de água.

- Bárbara é a mulher da minha vida e com ela eu me torno um homem melhor todos os dias. Você não foi capaz de fazer tudo que a Bárbara faz, você foi incapaz de me dar um filho, de me entender, de cuidar de mim, Noemi, você foi incapaz de cuidar do que sentíamos! E tudo que eu fazia era tentando salvar o pouco de amor que restava no nosso casamento.

- Você nunca me amou - minha voz sai completamente embargada.

- Eu te amei - ele senta na cadeira. Continuo em pé, olhando para ele e sentindo meu corpo inteiro estremecer de medo, de ódio. - te amei até eu ver o resultado daquele exame. Te amei até eu ver o quanto você ficou incontrolável.

Não digo nada.

- Então, não tente acabar com o meu casamento. O que Bárbara e eu temos é verdadeiro. Eu e você estamos divorciados. Tudo o que existiu entre a gente é passado.

Por mais que eu tente dizer algo, não tenho forças, então fico quieta.
Jorge levanta, e apontando o dedo para minha cara, diz com um tom alto e forte:

- Se afasta da minha família porque eu não me responsabilizo se Bárbara me deixar por causa das suas loucuras! Ouviu?

- Está me ameaçando?

Minha voz falha.

- Estou apenas te avisando. Você saiu de casa escondida e ficou escondida atrás da família da sua amiguinha. Mas dessa vez, para proteger a minha família, eu sou capaz de qualquer coisa! Me ouviu?

- Por que não ameaça alguém do seu tamanho?

Olho para a porta e fito Felipe, sinto meu coração disparar e minhas mãos continuam tremendo.
Jorge olha para mim e para Felipe, então da uma gargalhada debochada.

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